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Política e Economia

Olívio Dutra: 'PT foi capturado pela institucionalidade'

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Em entrevista a Breno Altman, ex-presidente do PT afirmou que política de alianças do partido o impediu de realizar mudanças estruturais no Brasil

Camila Alvarenga

Madri (Espanha)
2021-02-19T16:35:00.000Z

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O ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra disse nesta sexta-feira (19/02), em entrevista a Breno Altman, durante o programa 20 Minutos, que a política de alianças e a institucionalidade impediram que o partido levasse a cabo mudanças estruturais no país.

Segundo ele, o PT tinha uma radicalidade necessária, no sentido de que não pretendia ser um partido “do centralismo, não surgiu nos gabinetes legislativos, mas dentro do movimento social popular e se propôs a ser uma experiência política do sindicalismo. Era radical no sentido de que buscava solucionar a raiz dos problemas, mudar as estruturas. Entendíamos que negociar era importante para a democracia que defendíamos, mas lutávamos contra a acomodação e conciliação”.

Assista à entrevista na íntegra:


Após 1995, no entanto, houve uma mudança na política do partido, de ampliação das alianças e certa moderação programática. Dutra avalia essa mudança como necessária para que o PT pudesse ampliar sua presença institucional, mas considera que a legenda foi “engolida pela institucionalidade”. Nesse processo, de acordo com ele, muitas pessoas dentro do partido tinham a visão de que era necessário fazer apenas o possível, “burlando a proposta original”, para chegar ao poder. 

“Com isso avançou-se muito, mas se perdeu muito, principalmente na nossa postura partidária. Criou no PT uma elite partidária, que até tem sua importância na máquina institucional, mas não questiona o sistema. O estado brasileiro não foi abalado. Precisamos aprender com essa experiência”.

14 anos de PT no poder

Considerando esse cenário, Dutra afirma que o partido fez menos do que poderia ter feito quando finalmente chegou à Presidência. “É evidente que fez menos do que precisava fazer, mas as coisas não se mudam pela força do querer numa sociedade de classes de um país como o nosso, de séculos de domínio da elite, de quase 350 anos de escravatura”.

Para ele, o PT acabou ficando refém de sua própria política: “Poderíamos ter feito mais quando tivemos maioria no Congresso, mas essa maioria se formou justamente para que nós não fizéssemos reformas. Todas as reformas foram sendo deixadas para mais tarde por causa das alianças que tivemos que fazer para aprovar nossas políticas públicas - importantes, mas não suficientes. Para acabar com as desigualdades é preciso mexer nas estruturas, e isso nós não fizemos”.

Golpe de 2016

O ex-dirigente do PT também refletiu sobre o Golpe de 2016, afirmando que o partido foi vítima de seus próprios acertos, que anestesiaram o povo, impedindo que ele reagisse com tanta força ao impeachment da presidenta Dilma.

É por isso que, para ele, daqui em diante, o partido deve voltar a refletir o que é ser de esquerda e voltar a ter em mente seu objetivo “principal e permanente da manutenção da democracia para que o povo seja o protagonista da sua realidade e para construir um mundo baseado em igualdade, justiça e fraternidade”.

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Coronavírus

Itália mantém bloqueio de vacinas contra covid-19 enquanto houver atrasos de farmacêutica

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Premiê italiano afirmou que medida 'não é ato hostil contra a Austrália', mas sim uma resposta às empresas; país bloqueou cerca de 250 mil doses

Redação

ANSA ANSA

Roma (Itália)
2021-03-05T18:27:00.000Z

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O ministro das Relações Exteriores da Itália, Luigi Di Maio, afirmou nessa sexta-feira (05/03) que o governo continuará bloqueando as exportações de vacinas contra a covid-19 produzidas no país enquanto houver atrasos no cumprimento dos contratos.

A declaração refere-se à decisão divulgada na quinta-feira (04/03) de reter cerca de 250 mil doses do imunizante AZD 1222 (ou Covidshield), produzidos pela AstraZeneca, que seriam enviadas para a Austrália.

"As farmacêuticas estão com atrasos nos fornecimentos garantidos à União Europeia. Os atrasos são inaceitáveis e enquanto eles existirem, nós continuaremos a bloquear", disse Di Maio.

Segundo o chanceler, a medida "não é um ato hostil contra a Austrália", mas sim uma resposta às empresas. "Há um regulamento europeu que prevê o bloqueio das exportações para países não vulneráveis e, por esse acordo com as instituições europeias, nós decidimos pelo bloqueio", acrescentou.

Di Maio também ressaltou que oferece "máxima solidariedade para os países em dificuldades, mas a Itália e a Europa devem ter o respeito aos contratos firmados e aos prazos de fornecimentos".

Wikimedia Commons
AstraZeneca prometeu uma entrega de 4,2 milhões de doses de sua vacina aos italianos só no primeiro trimestre de 2021

O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, se pronunciou sobre a atitude do governo de Roma e disse "entender" os motivos do país europeu. Apesar de dizer que a retenção não afeta a campanha de vacinação local, o Ministério da Saúde australiano pediu à Comissão Europeia que a decisão seja reconsiderada.

A AstraZeneca, que produz a vacina contra o novo coronavírus em parceria com a Universidade de Oxford, prometeu uma entrega de 4,2 milhões de doses de sua vacina aos italianos só no primeiro trimestre de 2021. Porém, até esta sexta-feira, enviou apenas 1,5 milhão de doses.

Assim como na Itália, toda a União Europeia está sofrendo com atrasos na entrega dos lotes tanto da AstraZeneca como nos casos da Pfizer/BioNTech e da Moderna.

Saúde

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