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Política e Economia

Mianmar dá adeus a jovem morta em ato contra golpe militar

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Facebook bloqueia contas ligadas à junta que tomou poder no país; ONU e Berlim condenam violência contra manifestantes

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2021-02-21T20:44:00.000Z

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Milhares de pessoas participaram neste domingo (21/02) na capital de Mianmar do funeral da primeira pessoa morta durante protestos contra o golpe militar no país, um dia depois que forças de segurança mataram mais dois manifestantes e feriram dezenas.

Mya Thwate Thwate Khaing morreu na sexta-feira (19/02) no hospital onde estava internada desde que foi baleada na cabeça pela polícia no dia 9 de fevereiro – dois dias antes do seu 20º aniversário –, quando participava de protesto na capital, Naypyidaw.

Um grande cortejo adornado acompanhou o carro funerário que transportou o corpo para um crematório, onde mais pessoas aguardavam o corpo de jovem, que se tornou um símbolo do movimento contra o golpe militar.

Muitos levantaram as mãos em saudações de três dedos – um sinal de desafio e resistência adotado pela vizinha Tailândia – durante a passagem do veículo preto e dourado que transportava o caixão.

Novos protestos

Manifestantes voltaram a se reunir em diversas localidades de Mianmar para protestos de rua contra os militares, que já acontecem há mais de duas semanas.

Em Yangon, a maior cidade do país, cerca de mil manifestantes começaram o dia em uma cerimônia realizada sob um viaduto em homenagem a Mya Thwate Thwate Khaing. "Quero dizer, através dos meios de comunicação, ao ditador e aos seus associados, que somos manifestantes pacíficos", disse o manifestante Min Htet Naing, acrescentando: "Parem o genocídio! Parem de utilizar armas letais!".

Foram registrados também protestos em Myawaddy, na fronteira com a Tailândia, e em Inle Lake, uma popular atração turística, onde dezenas dos famosos barcos de madeira de cauda comprida do local foram atracados perto da costa, levando várias pessoas que cantavam slogans contra a junta militar.

Manifestantes também saíram às ruas em Mandalay, segunda maior cidade do país, onde as forças de segurança mataram a tiros duas pessoas no dia anterior, perto de um estaleiro onde as autoridades tinham tentado forçar os trabalhadores a carregarem um navio.

Os trabalhadores do estaleiro, ferroviários, caminhoneiros e muitos funcionários públicos juntaram-se a uma campanha de desobediência civil contra a junta militar. Uma das vítimas, descrita como um adolescente, foi baleada na cabeça e morreu no local, enquanto outra foi baleada no peito e morreu a caminho do hospital.

Foram também relatados vários outros feridos gravemente. Relatos de testemunhas e fotografias de cartuchos de balas indicaram que as forças de segurança utilizaram munições reais, além de equipamento convencional de controle de motins.

AP Photo/picture alliance
Mya Thwate Thwate Khaing se tornou símbolo da luta contra o golpe militar em Mianmar

Reação internacional

As novas mortes atraíram uma reação rápida e forte por parte da comunidade internacional. O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou neste domingo no Twitter o "uso da violência fatal em Mianmar", afirmando: "O uso de força letal, intimidação e assédio contra manifestantes pacíficos é inaceitável. Todos têm direito a uma reunião pacífica”.

"Estou horrorizado com mais perdas de vidas, incluindo de um adolescente em Mandalay, enquanto a junta governante aumenta sua brutalidade", escreveu no Twitter Tom Andrews, investigador independente da ONU para os direitos humanos em Mianmar. "De canhões de água a balas de borracha e gás lacrimogêneo, e agora tropas reforçadas atirando à queima-roupa contra manifestantes pacíficos. Esta loucura deve acabar, agora!''

O Ministério do Exterior da Alemanha condenou a violenta repressão e pediu a libertação imediata de todos os presos, em particular a líder destituída Aung San Suu Kyi e o presidente Win Myint, para permitir o "instituições legitimadas democrática e constitucionalmente a retomarem o seu trabalho'.'

Cingapura, que junto com Mianmar faz parte do grupo de 10 membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, emitiu nota condenando o uso de força letal como "imperdoável''.

As autoridades continuaram as prisões que começaram no dia do golpe, 1º de fevereiro, quando Suu Kyi e membros do governo foram detidos. De acordo com a Associação de Assistência Independente para Presos Políticos, 569 pessoas foram presas, acusadas ou condenadas, com 523, incluindo Suu Kyi e Win Myint, ainda detidos.

Facebook bloqueia contas de militares

Neste domingo, o Facebook anunciou que retirou do ar a página administrada pela unidade militar de informação de Mianmar "por repetidas violações dos padrões de nossa comunidade, que proíbem o incitamento à violência.'' O portal de mídia social já havia bloqueado outras contas vinculadas aos militares.

O golpe militar, no dia 1° de fevereiro, atingiu a frágil democracia de Mianmar depois da vitória do partido de Aung Sang Suu Kyi nas eleições de novembro de 2020.

Os militares tomaram o poder alegando irregularidades durante o processo eleitoral do ano passado, apesar de as autoridades eleitorais terem negado a existência de fraudes. Desde então, milhares de pessoas têm se manifestado contra o golpe militar.

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Eleições 2021 no Equador

Arauz: ‘Este é um revés eleitoral, mas, de maneira alguma, uma derrota política ou moral’

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Candidato progressista pediu união e disse que os quase 4 milhões de votos que recebeu são um “mandato” para defender políticas que promovam justiça social

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-04-12T02:48:00.000Z

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O candidato progressista à Presidência do Equador, Andrés Arauz, reconheceu na noite deste domingo (11/04) a derrota no segundo turno das eleições no país para o direitista Guillermo Lasso. Para ele, no entanto, o resultado – uma diferença de cinco pontos percentuais – não é uma “derrota política ou moral”.

“Este é um revés eleitoral, mas de maneira alguma, é uma derrota política ou moral. Porque nosso projeto é de vida, é uma luta pela construção de um futuro mais justo e solidário para todos os equatorianos”, disse. “Hoje, não é um final, é o começo de uma nova etapa de reconstrução do poder popular.”

Ele pediu união dos equatorianos. “A partir de hoje, temos que voltar a ser só um Equador. Que viva o Equador. Nas campanhas, discutimos e propusemos com convicção, e buscamos nos diferenciar. Claro que lutamos por valores distintos, mas, hoje, chegou o momento de avançar. Temos que ter pontes e construir consensos”, afirmou.

Arauz disse que os quase 4 milhões de votos que recebeu são um “mandato”. “São um mandato, um compromisso de defender políticas que acompanham e promovam justiça social, a dignidade e a saúde pública e, em definitivo, o futuro dos equatorianos”, disse.

Reprodução
Arauz agracedeu o apoio dos equatorianos e pediu união ao país

O candidato, que era apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa, lembrou que sua coalizão política, a União pela Esperança (Unes), é a mais forte do país. “Estaremos atentos ante qualquer tentativa de usar o estado para benefício de poucos privilegiados. Estaremos, como sempre fizemos, defendendo as grandes maiorias, o povo digno, o povo equatoriano.”

Arauz disse que ligaria para o presidente eleito, a fim de cumprimentá-lo pelo sucesso eleitoral, e falou que é um “ator responsável e democrático” no Equador.

“Após estas declarações, realizarei uma chamada telefônica ao senhor Guillermo Lasso, o felicitarei pelo triunfo eleitoral obtido no dia de hoje e o mostrarei nossas convicções democráticas, de poder seguir aportando ao desenvolvimento do país quando se trata de beneficiar a maioria do nosso povo e de nos opor, construtiva e responsavelmente, quando se busque simplesmente atender a privilégios. Nós somos um ator responsável e democrático no Equador”, afirmou.

Assista, na íntegra, ao discurso de Arauz:

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