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Política e Economia

‘Não vamos esperar 2022 para enfrentar Bolsonaro’, diz Fernando Haddad

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Em entrevista a Breno Altman, o ex-prefeito de São Paulo defendeu "colocar o bloco na rua" e a candidatura de Lula à Presidência; assista o vídeo na íntegra

Camila Alvarenga

Madri (Espanha)
2021-02-22T19:20:00.000Z

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Em entrevista a Breno Altman, durante o programa 20 minutos desta segunda-feira (22/02), o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad afirmou que o Partido dos Trabalhadores já está trabalhando em um plano de reconstrução do país e aposta na mobilização da população para enfrentar o governo de Jair Bolsonaro.

Haddad disse estar otimista quanto à liberação do ex-presidente Lula por parte do Supremo Tribunal Federal (STF) para se candidatar às eleições em 2022. Enquanto isso, ele trabalha com o projeto que ele mesmo definiu como “bloco na rua”, de combate ao atual presidente. 

“Ele está sozinho no palanque. Não vamos esperar 2022 para enfrentar Bolsonaro, o povo está sofrendo agora. Então nós, com toda a cautela do mundo, queremos a partir de já discutir um projeto nacional”, disse durante a entrevista. "Nosso plano é unir toda a esquerda nessa  batalha. Unidade  sem vetos, nossos ou contra nós."

Assista à entrevista na íntegra:


Haddad também falou sobre a importância das alianças. “A gente sabe a necessidade de ampliar os nossos horizontes, porque o bloco contrário é muito forte. Se não nos fortalecermos, nos unindo com outras forças progressistas, não vamos ganhar. E a gente tem que começar a discutir isso agora, porque cada partido tem seus interesses”, disse. 

Para o ex-prefeito, tão importante quanto trabalhar um programa de esquerda, que destoe do projeto neoliberal de direita, para um primeiro turno eleitoral é pavimentar o caminho para a derrota de Bolsonaro no segundo. 

“A gente precisa constranger os setores que apoiaram o Bolsonaro nas eleições de 2018 para que isso não aconteça de novo em 2022. Precisamos reverter a destruição provocada por Bolsonaro”, afirmou.

Revogação de reformas

Haddad também falou sobre as reformas trabalhista e previdenciária realizadas pelo governo atual que “destruíram as possibilidades dos trabalhadores de reagir à precarização do trabalho". O petista também criticou a independência do Banco Central, recentemente decidida pelo parlamento. Respondeu ser favorável à revogação dessas medidas, assim como de privatizações e do desmonte da Petrobrás.

Haddad também ponderou sobre a necessidade de reformas estruturais, no caso de uma vitória da esquerdanas eleições, indo além dos governos Lula e  Dilma, cujas gestões foram marcadas por um programa de reorientação orçamentária. 

“As pessoas acham que fazer uma reorientação orçamentária foi pouco, mas foi muito. Colocou o pobre no orçamento do país e não foi com Bolsa Família, foi com universidade pública de qualidade, luz, água, empregos formais”, defendeu. Mas defendeu a necessidade de tributação de grandes fortunas ou heranças, o imposto progressivo sobre terras nuas, a taxação de lucros e dividendos, entre outras iniciativas de reforma tributária. 

Além disso, ressaltou a importância de uma reforma bancária para enfrentar a cartelização dos bancos, estimulando a concorrência e fortalecendo o papel dos bancos públicos , para baixar as taxas de juros no sistema de crédito e estimular o financiamento da produção. 

“Os bancos não podem ser orgãos expoliadores da economia popular e aí existem vários mecanismos de regulação para evitar isso. Os bancos públicos devem ser parte da solução, não do problema, mais competitivos em relação aos bancos privados para poder constrangê-los”, explicou.

Tutela militar do Estado

Outro ponto importante a ser combatido por um futuro governo progressista, segundo Haddad, é a tutela militar sobre o Estado, reconhecendo a omissão do programa lançado pelo PT acerca dessa questão.

“Quem bate na porta do quartel é o empresariado e a gente precisa identificar quem são essas pessoas e puni-las, porque é crime conspirar contra a democracia. Só que isso não se consegue com bravata. Se ganharmos as eleições, teremos que conversar com as pessoas e ganhar musculatura para abordar esse problema”, ponderou.

Nesse cenário, admite a revisão do artigo 142 da Constituição, que fala sobre o papel das Forças Armadas na defesa das instituições, da lei e da ordem, e é usado por grupos de direita para reivindicar que o poder tutelar dos militares sobre a República.

Ensino superior no Brasil: o público versus o privado

Haddad, que foi ministro da Educação entre 2005 e 2012, refletiu sobre o ensino superior no Brasil, reconhecendo que  o aumento do número de matrículas continuou concentrado nas instituições privadas. Defendeu, no entanto, o papel positivo do ProUni, abrindo vagas gratuitas nessas faculdades particulares para os estudantes mais pobres. 

Durante a entrevista, Haddad contou que as universidades não estavam pagando impostos e que, se fossem pagar o que deviam, iriam transferir o ônus às mensalidades. “O acordo possível foi pagar os impostos não em dinheiro, mas na forma de bolsas de estudo que seriam preenchidas pelo governo federal por meio de um critério transparente que é o ENEM”, afirmou.

Democracia e socialismo

Em suas reflexões finais, Haddad avaliou o cenário internacional e criticou a percepção de que as verdadeiras democracias seriam países como os Estados Unidos ou os europeus. “Eu acho muito ruim ficar fazendo um balanço de positivo ou negativo sobre os governos, porque cada um tem sua tradição história e suas particularidades. Mas se a gente pegar os EUA, que são supostamente a maior democracia do mundo, eles elegeram o Trump, que depois não queria sair da cadeira e cinco pessoas acabaram morrendo no Capitólio”, argumentou.

Também concordou que os países de orientação socialista - como China, Vietnã, Cuba e Venezuela - tiveram um desempenho muito superior que as nações capitalistas no combate à pandemia. 

Haddad se definiu, na entrevista, como um "socialista libertário". 

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Eleições 2021 no Equador

Arauz: ‘Este é um revés eleitoral, mas, de maneira alguma, uma derrota política ou moral’

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Candidato progressista pediu união e disse que os quase 4 milhões de votos que recebeu são um “mandato” para defender políticas que promovam justiça social

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-04-12T02:48:00.000Z

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O candidato progressista à Presidência do Equador, Andrés Arauz, reconheceu na noite deste domingo (11/04) a derrota no segundo turno das eleições no país para o direitista Guillermo Lasso. Para ele, no entanto, o resultado – uma diferença de cinco pontos percentuais – não é uma “derrota política ou moral”.

“Este é um revés eleitoral, mas de maneira alguma, é uma derrota política ou moral. Porque nosso projeto é de vida, é uma luta pela construção de um futuro mais justo e solidário para todos os equatorianos”, disse. “Hoje, não é um final, é o começo de uma nova etapa de reconstrução do poder popular.”

Ele pediu união dos equatorianos. “A partir de hoje, temos que voltar a ser só um Equador. Que viva o Equador. Nas campanhas, discutimos e propusemos com convicção, e buscamos nos diferenciar. Claro que lutamos por valores distintos, mas, hoje, chegou o momento de avançar. Temos que ter pontes e construir consensos”, afirmou.

Arauz disse que os quase 4 milhões de votos que recebeu são um “mandato”. “São um mandato, um compromisso de defender políticas que acompanham e promovam justiça social, a dignidade e a saúde pública e, em definitivo, o futuro dos equatorianos”, disse.

Reprodução
Arauz agracedeu o apoio dos equatorianos e pediu união ao país

O candidato, que era apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa, lembrou que sua coalizão política, a União pela Esperança (Unes), é a mais forte do país. “Estaremos atentos ante qualquer tentativa de usar o estado para benefício de poucos privilegiados. Estaremos, como sempre fizemos, defendendo as grandes maiorias, o povo digno, o povo equatoriano.”

Arauz disse que ligaria para o presidente eleito, a fim de cumprimentá-lo pelo sucesso eleitoral, e falou que é um “ator responsável e democrático” no Equador.

“Após estas declarações, realizarei uma chamada telefônica ao senhor Guillermo Lasso, o felicitarei pelo triunfo eleitoral obtido no dia de hoje e o mostrarei nossas convicções democráticas, de poder seguir aportando ao desenvolvimento do país quando se trata de beneficiar a maioria do nosso povo e de nos opor, construtiva e responsavelmente, quando se busque simplesmente atender a privilégios. Nós somos um ator responsável e democrático no Equador”, afirmou.

Assista, na íntegra, ao discurso de Arauz:

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