A economia alemã caiu 4,9% em 2020, mas com sinais de recuperação no último trimestre, com crescimento de 0,3%, de acordo com o Escritório Federal de Estatísticas.
Os números anuais representam uma ligeira melhoria face à primeira estimativa da Destatis, que era de -5% para o conjunto do ano e de 0,1% para o último trimestre, período marcado pelo segundo lockdown decretado pelo governo Angela Merkel, em novembro, face à segunda onda do coronavírus.
A economia da Alemanha, a maior da Europa, passou por uma trajetória de declínio e recuperação durante 2020 que se manifestou na queda histórica de 9,7% no segundo trimestre, seguida por uma recuperação de 8,5% no terceiro trimestre, em trajetória que continuou no último período, de acordo com a agência DPA.
Com estes números, a Alemanha se junta ao rol de países que tiveram suas economias severamente afetadas pela pandemia. O Reino Unido, por exemplo, registrou queda de 9,9%, o maior tombo desde 1709. França e Espanha entraram em recessão massiva em 2020, com quedas de -8,3% e -11%, respectivamente.
Por sua vez, a economia dos Estados Unidos fechou o ano de 2020, o último completo da gestão do republicano Donald Trump, com uma retração de 3,5%. Assim como no Reino Unido, a queda foi também a primeira desde 2009, quando, com a crise financeira, o PIB contraiu 2,5%.
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Economia da Alemanha despenca 4,9%, no pior número do governo Angela Merkel
Na América Latina, a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) das Nações Unidas apontou que o crescimento econômico da região previsto para 2021 não será suficiente para superar a retração causada pela pandemia do novo coronavírus.
Déficit público
Em relação ao déficit público, registaram-se melhorias no nível de endividamento do Estado, que cresceu para € 139,6 bilhões, face aos € 158,2 anteriormente calculados.
Este é o primeiro déficit financeiro alemão desde 2011 e o segundo maior desde a reunificação, depois do recorde de 1995, quando a dívida da agência Treuhand, responsável pela reprivatização de empresas na antiga Alemanha Oriental, foi assumida pelo Estado.
Em circunstâncias normais, um déficit como o do ano passado teria sido um problema para a economia alemã em relação às regras de gastos impostas pela União Europeia; no entanto, eles foram suspensos devido aos efeitos causados pela pandemia do coronavírus.
De acordo com as regras da UE, os Estados-Membros devem limitar os seus déficits orçamentários a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e a 60% da dívida pública.
Entre as medidas que aumentaram o déficit fiscal encontram-se os programas de ajuda financeira às empresas afetadas pela crise, bem como a redução do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) sobre determinados produtos com o objetivo de promover o mercado interno.
(*) Com Télam