Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Coronavírus
  • Diplomacia
  • Cultura
  • Análise
  • Opinião
  • Podcasts
Política e Economia

Relatório dos EUA aponta que príncipe saudita autorizou assassinato de Jamal Khashoggi

Encaminhar Enviar por e-mail

Inteligência norte-americana avalia que Muhammad bin Salman aprovou uma uma operação na Turquia para capturar ou matar o jornalista

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-02-26T20:27:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

A Inteligência dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira (26/02) um relatório que aponta o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, como o provável mandante de uma operação para "capturar ou matar" o jornalista Jamal Khashoggi. 

O repórter, que era crítico do governo saudita, foi assassinado em 2018, dentro da embaixada da Arábia Saudita em Ancara, na Turquia, quando foi até o local para buscar uma certidão para poder se casar. 

"Avaliamos que o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Muhammad bin Salman, aprovou uma operação em Istambul, na Turquia, para capturar ou matar o jornalista saudita Jamal Khashoggi', diz o documento do gabinete do diretor de Inteligência Nacional.

O relatório sobre a investigação revela que bin Salman considerou Khashoggi como uma ameaça ao reino e apoiou amplamente o uso da violência, se necessário, para silenciá-lo.

"Baseamos esta avaliação no controle do príncipe herdeiro da tomada de decisões no Reino, no envolvimento direto de um conselheiro-chave e membros da equipe de proteção de Muhammad bin Salman na operação e no apoio do príncipe herdeiro ao uso de medidas violentas para silenciar dissidentes no exterior, incluindo Khashoggi", acrescenta o texto.

Além disso, a Inteligência norte-americana ressalta que "tem alta convicção" sobre as responsabilidades dos envolvidos na morte de Khashoggi, mas não sabe dizer se bin Salman tinha conhecimento antecipado que a operação terminaria com o assassinato.

De acordo com o relatório, desde 2017, o príncipe tem o controle absoluto das organizações de segurança e inteligência do Reino, o que seria "altamente improvável" que as autoridades sauditas tenham realizado uma operação desse tipo sem sua autorização.

Wikimedia Commons
Jamal Khashoggi foi assassinado em 2018, dentro da embaixada da Arábia Saudita em Ancara, na Turquia

Os investigadores norte-americanos listaram 21 pessoas de "alta confiança" como cúmplices ou responsáveis pela morte do jornalista em nome de bin Salman. Entre elas estão sete que faziam parte de um grupo de elite encarregado da segurança privada do herdeiro, chamado de Força de Intervenção Rápida (RIF, na sigla em inglês).

"Julgamos que os membros do RIF não teriam participado da operação contra Khashoggi sem a aprovação de Muhammad bin Salman", afirma.

Em 2019, o príncipe saudita disse assumir "total responsabilidade" pelo assassinato do repórter, uma vez que aconteceu sob seu comando, mas negou ter ordenado. Na ocasião, autoridades locais afirmaram que a morte de Khashoggi foi obra de funcionários sauditas de segurança e inteligência desonestos.

No ano passado, os tribunais da Arábia Saudita anunciaram que sentenciaram oito cidadãos sauditas à prisão pelo assassinato de Khashoggi. Eles, no entanto, não foram identificados.

Segundo as investigações, Khashoggi foi visto com vida pela última vez no dia 2 de outubro de 2018, quando foi chamado para uma reunião no consulado saudita em Istambul. Seu corpo, porém, foi desmembrado, mas os restos mortais dele nunca foram encontrados.

Telefonema

A revelação do relatório acontece um dia depois do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, telefonar para o pai do príncipe, o rei Salman.

Durante a conversa, o democrata reforçou seu compromisso de "ajudar a Arábia Saudita a defender seu território dos ataques de grupos aliados ao Irã", mas também ressaltou a "importância que os EUA dão aos direitos humanos e ao Estado de Direito", informou a Casa Branca.

Sem dar mais detalhes, a porta-voz norte-americana, Jen Psaki, disse que existe "uma série de medidas sobre a mesa". Já o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, revelou que Biden "vai revisar por completo as relações [com os sauditas] para se assegurar que promovam os interesses do povo americano e para se assegurar que reflitam seus valores". 

(*) Com Ansa.

Só o seu apoio pode garantir uma imprensa independente, capaz de combater o reacionarismo político, cultural e econômico estimulado pela grande mídia. Quando construímos uma mídia alternativa forte, abrimos caminhos para um mundo mais igualitário e um país mais democrático. A partir de R$ 20 reais por mês, você pode nos ajudar a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa batalha por informações verdadeiras e que ajudem a mudar o mundo. Apoie Opera Mundi.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Hoje na História

Hoje na História: 1943 - Albert Hofmann descobre o LSD

Encaminhar Enviar por e-mail

Químico suíço fez a descoberta por acaso, ao aspirar um pouco do pó no laboratório onde trabalhava

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2021-04-16T16:04:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Em 16 de abril de 1943, o químico suíço Albert Hofmann descobriu a droga alucinógena LSD (dietilamina de ácido lisérgico). Trabalhando para a indústria farmacêutica Sandoz, o cientista fez a descoberta por acaso, ao aspirar por descuido uma pequena quantidade de pó no laboratório.

Como surgiu o LSD?

Hofmann estava à procura de um estimulante para a circulação sanguínea quando se deparou com o fungo do centeio, muito temido na Idade Média como causa de pestes, o que lhe rendeu o nome de "vingança divina". Sabia- se, por outro lado, que ele tinha efeitos positivos, como o de conter hemorragias no parto.

Não foram, porém, as propriedades curativas, mas, sim, os efeitos alucinógenos que transformaram o LSD num dos pilares do movimento hippie dos anos 60.

A Sandoz tentou lucrar com a descoberta, encarregando cientistas de testarem a droga na psiquiatria. O medicamento foi lançado no mercado sob o nome "Delysid", para tratamento de fobias e neuroses, mas com a advertência de que provocava alucinações.

As pesquisas anteriores de Hofmann estavam direcionadas para plantas e fungos medicinais, tentando extrair e sintetizar substâncias psicoativas. Em 1938, isolou um dos componentes básicos e essenciais para todas as outras substâncias alcaloides terapêuticas da época: o ácido lisérgico.

O químico fez experiências com várias outras substâncias que acabaram originando estimulantes para respiração e circulação do corpo. Um desses estimulantes era o LSD-25 (ácido lisérgico dietilamida – 25).

Cinco anos mais tarde, tomado por um “pressentimento”, Hofmann retomou as pesquisas com o LSD-25. Durante uma de suas experiências, percebeu sensações estranhas: “Uma inquietude notável combinada com uma prazerosa sensação de leveza”.

Neste momento, Hofmann interrompeu seus estudos e foi para casa: “Quando cheguei em casa, deitei e me afundei em uma condição de intoxicação muito agradável, caracterizada por uma imaginação extremamente estimulada. Em um estado de sonho acordado, com os olhos fechados, achei que a luz do dia estava desagradavelmente brilhante, percebi uma série ininterrupta de figuras fantásticas, extraordinárias formas de muita intensidade, caleidoscópicos jogos de cores. Vontade de rir. Duas horas depois essa condição havia enfraquecido”.

Albert Hofmann, que descobriu o LSD, relatou "inquietude" e "sensação de leveza" ao utilizar a droga
Wikipedia Commons

Hofmann descobrira acidentalmente o que viria a se tornar uma das substâncias psicoativas de maior poder conhecido pelo homem. Três dias depois, em 19 de Abril de 1943, se preparou para a primeira experiência científica baseada em uma dose de 250 microgramas de LSD-25. Descobriu, então, toda a intensidade e o poder alucinógeno da substância.

Este dia, também conhecido como Dia da Bicicleta, ficou famoso, pois, após tomar a dose de LSD, Hofmann foi para casa de bicicleta sob os efeitos da substância. Era a primeira "viagem" de LSD da história.

Desde então, a vida de Hofmann se confunde com a história do LSD. Em 1958, obteve sucesso em isolar duas poderosas substâncias psicoativas, a psilocybin e a psilocin dos cogumelos mágicos (Rivea corymbosa) usados por xamãs mexicanos.

Uso do LSD como entorpecente 

Enquanto o resultado do uso psiquiátrico do LSD era pouco satisfatório, o das experiências como entorpecente despertou o interesse dos movimentos alternativos dos anos 60. Já em meados dos anos 1950, a CIA havia comprado todo o estoque de LSD da Sandoz para usá-la como "droga da verdade".

No início dos anos 60, a droga passou a ser consumida em massa. Era difundida pelos meios de comunicação e por escritores como Aldous Huxley. Artistas famosos, como Jimi Hendrix e os Beatles, ajudaram a criar o culto ao alucinógeno. O principal guru, no entanto, foi o professor norte-americano Timothey Leary, que considerava o LSD "um caminho imperial para uma nova consciência".

Não demorou até que surgissem as primeiras histórias de horror da subcultura psicodélica. Como a droga provoca alterações visuais, despersonalização e até a sensação de que se pode voar, ocorriam casos de suicídios em que dependentes de LSD saltavam de pontes e viadutos. Muitos acabaram internados em clínicas psiquiátricas, onde o LSD ainda é usado em doses mínimas como terapia.

Estudos científicos demonstraram que, mesmo depois de parar de consumir a droga, há um fenômeno de ação retardada (flashback) que pode ter consequências graves. O excesso no consumo pode provocar a morte. As alterações de ânimo, do pensamento e, sobretudo, da percepção podem se assemelhar às verificadas na esquizofrenia.

Consciente dos problemas que acompanhariam sua descoberta, Hofmann dizia que o ideal seria termos duas vidas: uma com e outra sem LSD.

Albert Hofmann morreu de ataque cardíaco aos 102 anos, em abril de 2008.



Também nesta data:

1979 - Morre Jean Monnet, "pai da Europa" e negociador ímpar entre as duas grandes guerras
1521 - Fernão de Magalhães chega às Filipinas
1935 - Contrariando Tratado de Versailles, Alemanha restaura seu serviço militar
1968 - Tropas dos EUA cometem o massacre de My Lai
1988 - Cidade curda de Halabja é bombardeada por tropas iraquianas com armas químicas

Só o seu apoio pode garantir uma imprensa independente, capaz de combater o reacionarismo político, cultural e econômico estimulado pela grande mídia. Quando construímos uma mídia alternativa forte, abrimos caminhos para um mundo mais igualitário e um país mais democrático. A partir de R$ 20 reais por mês, você pode nos ajudar a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa batalha por informações verdadeiras e que ajudem a mudar o mundo. Apoie Opera Mundi.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Rua Rui Barbosa, 381 - Sala 31
São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 3012-2408

  • Contato
  • Política e Economia
  • Coronavírus
  • Diplomacia
  • Cultura
  • Análise
  • Opinião
  • Expediente
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados