O embaixador de Mianmar nas Nações Unidas, Kyaw Moe Tun, foi “demitido” pelos militares que controlam o país após condenar o golpe que levou as forças do Exército ao poder. O anúncio foi feito pela televisão estatal neste sábado (27/02).
Na sexta-feira (26/02), o diplomata havia criticado os generais que lideraram o movimento golpista e pediu que a ONU utilizasse “quaisquer meios necessários” para barrar o golpe militar.
“Nós precisamos da mais poderosa ação por parte da comunidade internacional para acabar imediatamente com esse golpe”, disse Tun.
No dia 1º de fevereiro, militares tomaram o poder no país após a vitória do partido da primeira-conselheira Aung Sang Suu Kyi nas eleições de novembro de 2020.
Os generais alegaram irregularidades durante o processo eleitoral do ano passado, apesar de as autoridades eleitorais terem negado a existência de fraudes. Aung Sang e outros membros do governo foram presos.
Desde então, milhares de pessoas têm se manifestado contra o golpe militar.
UN Photo
Decisão tomada pelos militares no poder foi anunciada neste sábado; principais cidades voltam a registrar protestos contra o golpe
Protestos e mortes em Mianmar
Ainda neste sábado, milhares de pessoas voltaram às ruas das principais cidades do país para protestar contra o golpe.
Em Yangon, uma das maiores regiões de Mianmar, tiveram que enfrentar forte repressão da polícia que disparou bombas de gás e usou cassetetes para reprimir os protestos.
Segundo o jornal britânico The Guardian, uma mulher morreu durante a repressão policial às manifestações.
No dia 19 de fevereiro foi registrada a primeira morte causada pela repressão policial em Mianmar: uma jovem de 20 anos que foi atingida na cabeça pelas forças de repressão.
Desde então, outras duas pessoas que participaram de protestos contra o golpe já faleceram e dezenas ficaram feridas.