A conselheira de Estado de Mianmar, Aung San Suu Kyi, deposta por um golpe militar no começo de fevereiro, foi acusada nesta segunda-feira (01/03) de ter cometido outros dois crimes durante sua gestão.
As novas acusações foram apresentadas durante uma audiência da qual Suu Kyi participou por videoconferência e fez sua primeira aparição desde que foi deposta e detida por um grupo de militares no dia 1º de fevereiro.
A líder civil do país já era acusada pela “importação ilegal de rádio comunicadores” e por ter violado a lei de emergência nacional ao realizar um comício durante a pandemia.
Nesta segunda, Suu Kyi foi acusada por ter espalhado informações que podem causar “medo ou alarde” e, a quarta acusação, por ter ignorado uma lei de telecomunicações sobre a autorização de equipamentos. A informação foi confirmada pelo advogado da política a agência Reuters.
Wikicommons
Suu Kyi foi detida em 1º de fevereiro durante golpe militar
Protestos continuam em Mianmar
Milhares de pessoas seguem nas ruas das principais cidades do país protestando contra o golpe militar. Nesta segunda, a polícia reprimiu manifestações em Yangon utilizando bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
Pelo menos 18 pessoas foram mortas e 30 ficaram feridas neste domingo (28/02) por conta da repressão policial a protestos. A informação foi divulgada pelo jornal britânico The Guardian e pela emissora BBC, citando fontes médicas em Yangon, Dawei e Mandalay, as principais cidades do país.
Segundo os meios, a polícia usou balas de borracha e gás lacrimogêneo para reprimir os manifestantes. Além disso, a ONU também forneceu estimativas de 18 vítimas fatais causadas pela repressão.
Este domingo ficou marcado como o dia mais violento de repressão desde o início dos protestos contra o golpe de 1º de fevereiro.