O Movimento Ao Socialismo (MAS-IPSP) reiterou seu favoritismo nas eleições regionais do último domingo (07/03) na Bolívia. Com mais de 50% dos votos apurados, a organização política do atual presidente Luis Arce e do ex-mandatário Evo Morales ganhou em primeiro turno o governo de três estados: Potosí, Cochabamba e Oruro. Localizadas no altiplano boliviano, estas são zonas majoritariamente camponesas e historicamente da base do MAS.
Já para o segundo turno, o agrupamento de esquerda é o favorito para o governo de Tarija, Pando e La Paz. No estado de Chuquisaca, Damian Condoni Herrera, candidato pela legenda Chuquisaca Somos Todos (CST), saiu na frente com 45,7% da votação contra 39% de Juan Carlos Leon Rodas, postulante pelo MAS, ambos irão para o segundo turno, que ocorre no dia 11 de abril.
Na mesma data, o 11 de abril, uma série de outros pleitos estão previstos: eleições gerais no Peru, segundo turno das presidenciais no Equador e votação para formar a Convenção Constituinte no Chile.
A direita se impôs em Beni, com Jose Alejandro Unzueta, do Movimento Terceiro Sistema (MTS), e em Santa Cruz, estado fronteiriço com o Brasil e maior potência econômica do país, é onde Luis Fernando Camacho (Creemos), um dos protagonistas do golpe de 2019, será o novo governador.
No caso de Unzueta, o virtual vencedor já afirmou que não fará oposição à gestão de Arce. “Como partido novo não fazemos nenhum tipo de discriminação partidária, o que queremos é que nossos povos se unam para trazer progresso ao nosso estado. Não sou oposição ao MAS, nunca fui de nenhum partido”, declarou.
ABI
Para o segundo turno, agrupamento de esquerda é o favorito para o governo de Tarija, Pando e La Paz
Camacho ainda não se pronunciou sobre sua vitória, mas mantém uma posição crítica ao atual governo, pedindo o fim da lei de Emergência Sanitária, que entre outras medidas, facilita a compra de insumos para combater a pandemia.
Prefeituras
O partido de Evo Morales também venceu importantes cidades, como Sucre, capital constitucional da Bolívia e Oruro, capital do estado homônimo. Já na cidade emblemática de El Alto, cenário de manifestações camponesas contra o golpe de Estado de 2019, a ex-presidente do Senado Eva Copa assumirá a prefeitura, no entanto, com a nova legenda Jallala Bolivia, criada este ano, depois da sua saída do MAS.
Já na capital La Paz, o ex-ministro de Obras Públicas na gestão da autoproclama presidente golpista Jeanine Áñez, Iván Arias segue na frente com 50,3% da votação, em um universo de 64% dos votos apurados. Arias disputou o pleito pelo novo partido Somos Pueblo, fundado junto ao dirigente indígena Rafael Tata Quispe, com quem busca formar um “único bloco opositor” contra Luis Arce.
Repercussões no MAS
“Militantes e simpatizantes do MAS devem sentir-se orgulhosos, porque nosso movimento começou a mudar a Bolívia no aspecto econômico, político e social. Como MAS-IPSP, é uma grande alegria que o povo boliviano tenha votado pela pátria, que tenha consciência que nosso movimento é a esperança para a Bolívia”, celebrou Evo Morales em suas redes sociais.
O presidente Luis Arce e o vice David Choquehuanca ainda não se pronunciaram sobre os resultados preliminares, mas seu partido se reúne hoje em La Paz para avaliar o saldo do pleito regional.