O novo chanceler brasileiro, Carlos Alberto França, escolheu nesta quarta-feira (31/03) o representante do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA), Fernando Simas Magalhães, para assumir o cargo de secretário-geral no Ministério das Relações Exteriores.
Com a indicação, Magalhães, com 42 anos de carreira, ocupa o lugar de Otávio Brandelli, que estava no cargo desde janeiro de 2019. Segundo o jornal Valor Econômico, a escolha é a primeira de uma série que o substituto de Ernesto Araújo deve realizar no Itamaraty.
Magalhães é diplomata de carreira desde 1980, quando se formou no Instituto Rio Branco. Formado ainda em engenharia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, o futuro secretário-geral do Ministério já atuou em sedes diplomáticas brasileiras na África e Equador.
Além desses, Magalhães foi subsecretário-geral de Assuntos Políticos no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016, e subsecretário-geral de Assuntos Políticos Multilaterais com Europa e América do Norte no governo de Michel Temer, entre 2016 e 2018.
Também serviu como diplomata na delegação brasileira na Organização das Nações Unidas (ONU) e nas embaixadas em Moscou, Washington e Madri. Com família de diplomatas, seu pai também foi embaixador, e seu irmão, Carlos Alberto Simas Magalhães, chefia a embaixada do Brasil em Lisboa.
Reprodução/OEA
Com família na diplomacia, Magalhães passou por diversos cargos diplomáticos
O secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores é responsável por coordenador e supervisionar as atividades e programas desempenhados pelas embaixadas, consulados, missões e delegações permanentes. Ele deve preparar instruções aos agentes brasileiros e submete-las à aprovação do chanceler.
Em caso de ausência do chanceler, é o secretário quem o substitui e ainda é responsável por manter a tradição da pasta. Pode assumir essa função quem tem carreira diplomática por formação.
Novo chanceler
Nesta terça-feira (30/03), o presidente Jair Bolsonaro indicou o novo ministro do Itamaraty, que ocupa o lugar de Araújo. Carlos Alberto França, de 56 anos, considerado um diplomata discreto e com pouca expressão na área, tem carreira ligada ao cerimonial do Ministério das Relações Exteriores.
Da mesma forma que o ex-ministro Araújo quando foi nomeado, França foi promovido a embaixador há pouco tempo e nunca chefiou um posto no exterior. Graduado em direito, ministro entrou em 1991 no serviço diplomático.
Fora do Brasil, França ocupou postos nas embaixadas da Bolívia, em dois momentos, além de desempenhar trabalhos nas representações diplomáticas nos Estados Unidos e no Paraguai.