Pesquisa de intenção de votos da empresa Ipsos divulgada neste domingo (04/04) indica que a candidata da esquerda do Juntos pelo Peru, Verónika Mendoza, e Yohny Lescano, do Ação Popular, aparecem em empate técnico nas eleições presidenciais do país que acontecem dia 11 de abril.
Pelo estudo publicado no jornal peruano El Comercio, a deputada por Cusco angaria 9% dos votos. Esta é a segunda eleição presidencial que disputa: em 2016, concorreu pela Frente Ampla. Já o candidato de centro-direita Lescano aparece com 10% das intenções de votos. Hernando De Soto, nome do partido Avança País, com 9%.
A pesquisa aponta ainda que a filha do ex-ditador Alberto Fujimori, Keiko Fujimori, do Força Popular, aparece na quarta colocação ao lado do ex-jogador de futebol e do partido de centro-direita Vitória Nacional, George Forsyth. Ambos têm 8% dos votos.
Já o postulante da extrema-direita pelo partido Renovação Popular, Rafael López Aliaga, e o da esquerda, da sigla Peru Livre, Pedro Castillo, têm 6% cada.
Conforme a Ipsos, as maiores mudanças ocorreram com os nomes de De Soto, que subiu 5% desde a última pesquisa publicada em 14 de março, e Mendoza, que teve uma alta de 3%. As maiores quedas foram de Lescano, que perdeu 5%, de Forsyth e Aliaga, ambos com retração de 2%.
Entre os três candidatos à frente, é possível observar, segundo a pesquisa, que De Soto se sobressai em Lima e nos níveis socioeconômicos A e B do país, bem como em jovens entre 18 e 25 anos.
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Mendoza foi eleita ao Congresso no período de 2011 a 2016 e disputa a segunda eleição presidencial
Enquanto isso, a votação para Lescano é mais homogênea entre os níveis socioeconômicos, embora concentrada no sul peruano. As preferências por Mendoza são maiores no interior do país do que em Lima e se destacam entre as categorias econômicas A e E.
Em entrevista ao El Comercio, o diretor da Ipsos no país, Alfredo Torres, disse que essa será a disputa “mais fragmentada” da história recente do Peru, já que é possível dizer que há um “empate técnico” entre os sete candidatos. Por esse motivo, nenhum dos nomes em disputa têm mais de 10% das intenções de voto.
O Peru irá às urnas no dia 11 de abril. Em caso de segundo turno, este acontece no dia 6 de junho.
Impeachment de Vizcarra
Em novembro de 2020, o Congresso do Peru aprovou o impeachment do presidente Martín Vizcarra por “incapacidade moral”. A moção para remover o chefe de Estado teve 105 votos favoráveis, superando os 87 votos necessários para destituir o mandatário no Parlamento.
Vizcarra é acusado de ter aceitado propinas de empresas quando ainda era governador da região de Moquegua, no sul do Peru. À época, o político se defendeu dizendo que as alegações são “infundadas”.
Em seguida, o chefe do Congresso peruano, Manuel Merino, assumiu de forma interina a presidência, mas renunciou por conta da morte de manifestantes contrários ao governo. No dia 16 de novembro, os parlamentares nomearam Francisco Segasti para assumir o posto até a realização das novas eleições.
(*) Com Ansa e Brasil de Fato.