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Política e Economia

Em discurso de posse, França usa tom diferente de Araújo e fala em 'construir pontes' com outros países

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Fala do novo chanceler brasileiro contrasta com postura adotada pelo ex-ministro, que chegou a hostilizar a China, principal parceiro econômico do Brasil

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-04-06T21:15:00.000Z

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Em seu primeiro discurso à frente do Ministério das Relações Exteriores, o novo chanceler brasileiro, Carlos França, falou em ‘construir pontes’ e abrir novos caminhos diplomáticos com outros países. A fala foi feita nesta terça-feira (06/04) em cerimônia de transmissão de posse fechada no Itamaraty.

O tom de seu discurso contrasta com a postura adotada pelo ex-ministro Ernesto Araújo, que chegou a hostilizar a China diversas vezes e afirmar que o nazismo era "de esquerda" quando esteve à frente do Itamaraty. 

“Meu compromisso, enfim, é engajar o Brasil em intenso esforço de cooperação internacional, sem exclusões. E abrir novos caminhos de atuação diplomática, sem preferências desta ou daquela natureza”, afirmou França. 

O novo chanceler ressaltou o papel do diálogo multilateral na diplomacia do país e disse que “o Brasil sempre foi ator relevante no amplo espaço do diálogo multilateral. Isso não significa, como é evidente, aderir a toda e qualquer tentativa de consenso que venha a emergir, nas Nações Unidas ou em outras instância”. 

A gestão de Araújo foi marcada por alterações na dinâmica das relações internacionais brasileiras. Por tradição, o Brasil sempre atuou como mediador em diversas questões importantes, com bastante pragmatismo, sem ter um alinhamento automático com nenhum país.

Gustavo Magalhães/MRE
Novo ministro fala em diálogo e sobre 'construir pontes'

Durante o período em que o ex-chanceler comandou o Ministério, o país passou a se alinhar automaticamente com os Estados Unidos e adotou posturas hostis inéditas como no caso dos palestinos, do fim das patentes para as vacinas contra a covid-19 com a Índia ou ainda de votar pela primeira vez contra o fim do bloqueio a Cuba na ONU.

Para França, “outro lugar onde o diálogo se impõe é a nossa vizinhança". "Os acordos nucleares do Brasil com a Argentina, por exemplo, que já têm mais de três décadas, são símbolos do predomínio da cooperação sobre a rivalidade. O Mercosul, que também completa três décadas, representa uma etapa construtiva da integração com nossos vizinhos. E é preciso ir além, abrindo novas oportunidades”, pontuou.

Pandemia e meio ambiente

Ao falar de emergência sanitária da covid-19, Carlos França disse que “o brasileiro quer vacina e quer emprego”, mas mencionou uma pretensa "modernização" na economia brasileira. 

Segundo o chanceler, submeter o país “aos mais elevados padrões de políticas públicas” justificaria o relacionamento mais estreito com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Não há modernização sem abertura ao mundo”, afirmou.

No eixo ambiental, França falou em colocar o Brasil em uma “vanguarda do desenvolvimento sustentável e limpo'', ressaltando a existência do Código Florestal, que, para ele, “é das legislações mais rigorosas do mundo”. Nesse quesito, sua fala contrasta com as ações do governo de Jair Bolsonaro, que foram duramente criticadas pela comunidade internacional na questão do desmatamento na Amazônia e no Pantanal.

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Notas internacionais

Notas internacionais: eleições no Equador e no Peru - 12 de abril de 2021

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Equador e Peru foram às urnas eleger seus novos presidentes, com resultados que surpreenderam

Ana Prestes

Brasília (Brasil)
2021-04-12T22:11:48.000Z

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EQUADOR: No Equador, o candidato da direita, Guilherme Lasso, do movimento Criando Oportunidades (CREO), em aliança com o Partido Social Cristão (PSC), venceu o segundo turno das eleições presidenciais com 52,5% dos votos contra 47,50 de Arauz. Havia muita expectativa em torno da candidatura do economista Andrés Arauz, que pontuava na dianteira nas pesquisas durante quase todo o período de campanha do segundo turno que durou dois meses. Nos dias que antecederam o domingo eleitoral (11) as pesquisas já apontavam perda de fôlego de Arauz e subida de Lasso. De todo modo, as pesquisas de boca de urna davam vitória apertada para Arauz. A Cedatos chegou a dar 53,2% a 46,7%. 

Lasso é um homem de 65 anos, historicamente vinculado ao setor financeiro, em especial ao Banco de Guayaquil, tendo sido ministro da economia do governo de Jamil Mahuad (1998-2000). Esta é a terceira vez que ele concorre à presidência do Equador (2013, 2017, 2021). Nas eleições anteriores ele ficou em segundo lugar. Um dos fatores que impactou muito no resultado eleitoral foi o fracionamento do movimento indígena. A Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) decidiu em seu conselho ampliado, no dia 10 de março, pelo voto nulo. No entanto, uma parte das nacionalidades amazônicas divergiram e foram acompanhadas do presidente da Conaie, Jaime Vargas, na declaração de apoio a Arauz. Vargas chegou a dizer em um encontro no dia 3 de abril, em Sucumbíos, que “suas propostas (de Arauz) têm o respaldo absoluto do movimento indígena”. No dia 4 de abril veio a reação do conselho dirigente da Conaie ao dizer que ia “impulsionar o voto nulo” e que “não cai em jogo eleitoral”. A apuração está apontando para um milhão e seiscentos mil votos nulos. O universo de votantes é de 13 milhões. (Com infos de resumenlatinoamericano.org)

PERU: O domingo também foi de eleições no Peru. Uma eleição que era extremamente imprevisível, com 18 candidatos concorrendo, teve um resultado de primeiro turno surpreendente. O candidato Pedro Castillo, professor e sindicalista, do Partido Político Nacional Peru Livre, obteve a maior votação, com 16%. Seguido de três candidatos com pouco mais de 10%: Hernando de Soto (Avança País), Keiko Fujimori (Força Popular), Jonhy Lescano (Ação Popular) e Rafael López Aliaga (Renovação Popular). Veronika Mendoza (Juntos por Peru) pontua com 8,8%. Aquele que apontou por um tempo como primeiro colocado nas pesquisas, o jogador de futebol George Forsyth (Vitória Nacional) está com 6,4%. Esses ainda são dados preliminares da Ipsos Perú para a América Televisión. 

Pedro Castillo tem 51 anos e ganhou notoriedade no país ao encabeçar uma prolongada greve nacional do magistério em 2017 e ao longo da campanha nunca pontuou entre os prováveis mais votados nas pesquisas. Uma de suas propostas é trocar a atual Constituição do país convocando uma Assembleia Constituinte. Ele se posicionou nas eleições contra o recorte de gênero no currículo escolar e disse que em um eventual governo seu não se legalizaria o aborto, o casamento homoafetivo e a eutanásia. Pautas polêmicas no país. Propõe ainda 10% do PIB para saúde e educação. As últimas pesquisas apontavam para uma liderança de Lescano. O segundo turno será em 6 de junho e o novo presidente assume em 28 de julho. Os peruanos também votaram ontem (11) para renovar o Congresso, que é unicameral e possui 130 cadeiras. A tendência é de que a votação para o parlamento tenha sido fragmentada e atomizada tal como a presidencial. O Peru vive uma crise institucional prolongada, sendo que dos dez presidentes que o país teve desde os anos 80, sete foram presos nos últimos anos envolvidos em escândalos de corrupção.

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