A revista Forbes divulgou nesta terça-feira (06/04) o ranking dos Bilionários do Mundo de 2021. A lista, publicada em meio à crise generalizada provocada pela pandemia de covid-19, traz mais nomes do que a do ano anterior, tanto no mundo quanto no Brasil.
No mundo, o salto foi de 660 novos bilionários, com 2.755 compondo a lista. Esse pequeno grupo concentra 13,1 trilhões de dólares (R$ 73,46 trilhões, aproximadamente) da riqueza global. Isso é quase dez vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Houve um crescimento de 5 trilhões de dólares no montante acumulado pelos super ricos durante a pandemia. Segundo matéria publicada pelo editor da própria Forbes, Randall Lane, “esses números irão gerar uma quantidade infinita de consternação, a maioria delas justificada”.
“Não há como evitar um aumento de riqueza coletiva de US$ 5 trilhões durante uma pandemia, quando a maior parte do mundo se sentia assustada, doente, sitiada. O capitalismo, o maior sistema de geração de prosperidade de todos os tempos, repousa sobre um pacto social de expansão, de design desigual, em última análise, levantando todos os barcos. A economia da Covid-19 sobrecarregou esse conceito; a disparidade econômica crescente representa, sem dúvida, a maior ameaça à ordem social moderna”, afirma.
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2.755 pessoas concentram 13,1 trilhões de dólares
No Brasil, o número de bilionários saltou 44% – de 45, em 2020, para 65, em 2021. Juntos, eles detêm 219,1 bilhões de dólares, aproximadamente R$ 1,2 trilhão – quase o PIB do país. No período pandêmico, essa riqueza quase dobrou; eram 127,1 bilhões de dólares no ano passado. A subida foi de 71%.
Esse aumento de acúmulo de riqueza contrasta com ao avanço da fome em um país que se recusa a implementar um auxílio emergencial pujante. O estudo Insegurança Alimentar e Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede Penssan), mostra que a segurança alimentar brasileira caiu para apenas 44,8% em 2020 – era de 77,1% em 2013. A insegurança alimentar (leve, moderada ou grave) chega a 55%.
*Com reportagem de Lucas Rocha na Revista Fórum