Terça-feira, 10 de junho de 2025
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Depois de três semanas de julgamento, o júri popular de Minneapolis, nos Estados Unidos, condenou nesta terça-feira (20/04) por unanimidade o ex-policial branco Derek Chauvin pela morte do cidadão afro-americano George Floyd. 

Chauvin, de 46 anos, foi considerado culpado nas três acusações de homicídio contra Floyd: homicídio culposo; negligência ao assumir o risco consciente de causar a morte do ex-segurança; causar a morte, sem intenção, através de um ato perigoso, sem consideração pela vida humana.

A sentença ainda será anunciada nos próximos dias, mas a soma máxima dos três crimes é de 75 anos de prisão. Chauvin deixou o tribunal algemado e permanece sob custódia das autoridades norte-americanas.

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Após 38 depoimentos e a exibição de vídeos que mostram a morte de Floyd por diversos ângulos, o julgamento foi encerrado na tarde da última segunda-feira (19/04), quando os jurados se retiraram para chegar a um veredicto. O júri, composto por sete mulheres e cinco homens, levou cerca de dez horas para chegar às suas conclusões.

Em maio de 2020, Floyd morreu asfixiado após o ex-policial permanecer por quase 9 minutos com os joelhos sobre sua nuca. O crime desencadeou uma onda de protestos nos Estados Unidos, que desencadearam em manifestações em diversas partes do mundo.

Durante o julgamento, a acusação insistiu na tese do homicídio premeditado de Chauvin. A defesa do ex-policial argumentou que problemas cardíacos e o uso de drogas foram os motivos que levaram Floyd, que tinha 49 anos, a óbito. O ex-policial se recusou a depor invocando o seu direito da Quinta Emenda constitucional contra a autoincriminação. 

O caso se tornou emblemático na luta contra o racismo e a violência policial nos EUA, embora a acusação não tenha usado a questão racial como central da argumentação. 

Ex-agente foi considerado culpado nas três acusações de homicídio contra o ex-segurança Floyd; sentença ainda será anunciada

Chad Davis/Flickr

Floyd morreu após ter o pescoço sufocado no chão pelo ex-agente por cerca de nove minutos

Desde segunda, uma multidão voltou a se reunir no centro de Minneapolis em uma área que ficou conhecida como a George Floyd Square, próxima ao local da morte do ex-segurança.

O grupo, que esperava ansiosamente a leitura do veredicto, aplaudiu a decisão do júri. A manifestação foi semelhante em diversas outras cidades norte-americanas.

Mais cedo, o presidente norte-americano, Joe Biden, já havia dito que as evidências eram “avassaladoras” e que estava rezando para que o veredicto fosse “um veredicto justo”.

Segundo o irmão do afro-americano morto, Philonise Floyd, Biden conversou com os familiares da vítima. “Ele ligou. Ele sabe o que é perder um membro da família”, afirmou.

Com receio do resultado do júri, que pode desencadear uma nova onda de protestos na cidade, principalmente se Chauvin fosse absolvido, o governador de Minneapolis declarou estado de “emergência em tempos de paz”, o que autoriza o envio de reforço policial de outros estados, caso haja necessidade.

“Não consigo respirar”  

Em maio de 2020, o ex-agente utilizou seu joelho para sufocar Floyd por quase nove minutos. A abordagem violenta foi filmada e as imagens viralizaram nas redes sociais. 

Na ocasião, Floyd teve o pescoço sufocado no chão pelo ex-agente. A morte do ex-segurança foi o estopim das manifestações antirracismo por todo o país e Floyd se tornou um ícone do movimento “Black Lives Matter” (“Vidas Negras Importam”), que pede o fim da violência policial contra a população negra do país. 

(*) Com AnsaBrasil de Fato.