O presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou neste sábado (01/05) que colocar retirar o Exército e outros componentes das Forças Armadas para controlar e reprimir os protestos massivos nas principais cidades do país, que já duram quatro dias e se colocam contra a reforma tributária patrocinada pelo governo.
Duque afirmou que lançará mão da figura da “assistência militar”, que continuará até que cessem as manifestações. O mandatário disse que a ação está consagrada na Constituição do país e que ela será mantida “em coordenação” com prefeitos e governadores.
“A assistência militar continuará até que cessem os eventos de grave perturbação da ordem pública. Nossas forças militares estão apoiando o trabalho da Polícia Nacional”, disse.
Na prática, Duque decidiu militarizar o país para enfrentar os protestos. O anúncio veio logo após novas manifestações terem sido registradas neste sábado em Bogotá, Cali e outras cidades.
Na cidade de Pasto, capital do departamento de Nariño, na fronteira com o Equador, um grupo de manifestantes demoliu a estátua do herói Antonio Nariño, considerado o Precursor da Independência da Colômbia.
“Como comandante supremo das Forças Armadas, a figura da assistência militar continuará em vigor nos centros urbanos onde há alto risco à segurança dos cidadãos e onde é necessário utilizar toda a capacidade do Estado para proteger a população”, disse.
César Carrión/Presidência
Duque vai colocar militares nas ruas para tentar conter protestos no país
Organizações de defesa dos direitos humanos e movimentos sociais denunciaram a repressão das organizações de segurança contra os manifestantes.
A reforma
O projeto busca o equivalente a 2% do PIB do país aumentando o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) para 19% sobre os serviços básicos, como luz, gás e saneamento.
A proposta também determina que quem receba mais do que dois salários mínimos – ou o equivalente a US$ 663 mensais (cerca de R$ 3.600) – deve passar a pagar imposto de renda.
Já os mais ricos, que possuem um patrimônio a partir de US$ 1,3 milhão, deverão pagar um imposto de 1% nos próximos dois anos. Aqueles que possuam um patrimônio de US$ 4 milhões ou mais deverão pagar 2%.
O projeto de Lei de Solidariedade Sustentável foi apresentado ao congresso colombiano na última quinta-feira (22/04) pelo ministro da Fazenda, Alberto Carrasquilla.
Segundo o Comando Unitário Nacional, que reúne as maiores centrais sindicais do país, pelo menos 3 milhões de trabalhadores serão imediatamente afetados porque passarão a declarar imposto de renda. Já Duque afirma que, com a arrecadação, o pacote diminuirá em 5,8% a pobreza no país.
(*) Com teleSUR e Brasil de Fato