Organizações sociais colombianas denunciam a continuidade da repressão das forças de segurança contra manifestantes em várias cidades do país. Desde o dia 28 de abril, quando a greve geral teve início, até 1º de maio, foram registradas 21 homicídios e 503 detenções em todo país.
O monitoramento é da organização colombiana Defender La Libertad.
Também foram relatados 10 casos de violência sexual contra mulheres cometidas por policiais, 42 casos de abusos contra defensores dos direitos humanos, 208 feridos e 18 manifestantes com lesões oculares.
Os protestos são parte da greve geral conflagrada na semana passada contra a reforma tributária apresentada pelo governo Iván Duque, que pretendia aumentar em 19% impostos sobre serviços públicos, como gás e energia.
Ainda que o presidente tenha solicitado ao Congresso para retirar o projeto da pauta no último domingo (02/05), uma conquista da paralisação, os atos continuam pedindo a revogação completa da proposta e não somente a exclusão dos pontos mais polêmicos, conforme alegou que faria Duque.
Além de criticar a reforma fiscal, os ativistas protestam contra o chamado “pacotaço”, que também inclui mudanças e reformas nas leis do trabalho, na área da saúde e da previdência social.
Reprodução/ @cutcolombia
Manifestantes conseguiram frear reforma tributária de Iván Duque, mas seguem nas ruas do país
Outro ponto central da mobilização é a denúncia contra o assassinato de líderes sociais e a recorrente violência estatal contra a população colombiana, a exemplo do que acontece neste momento.
As cidades de Palmira e Cali, no departamento de Valle del Cauca, são os maiores pontos de tensão com os militares. Os manifestantes locais chegaram a solicitar a presença de organizações de direitos humanos para verificar as violações cometidas pelo exército e pelo Esquadrão Móvel Anti-Riot (Esmad).
De acordo com informações da Telesur, apenas na cidade de Palmira, onde foram relatadas as ações mais violentas, estima-se que mais de 30 pessoas estejam desaparecidas e pelo menos três foram mortas. Os agentes de segurança também teriam impedido o socorro aos ativistas feridos em Cali.
Episódios de repressão também aconteceram nas cidades de Popayán, Bogotá, Ibagué e Pereira.
Segundo a Colombia Informa, agência de comunicação popular, os atos devem continuar nesta segunda (03/05) apesar da militarização do país. Desde as primeiras horas da manhã, taxistas têm protestado em defesa de melhores condições de trabalho.