O governo de Cuba, a Organização das Nações Unidas (ONU), a Liga Árabe e outros países condenaram nesta terça-feira (11/05) a escalada de violência comandada por Israel contra os palestinos.
Pelo Twitter, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, falou sobre o “bombardeio indiscriminado” de Israel contra o povo palestino e denunciou ainda o que chamou de “apoio permanente” dos Estados Unidos aos “crimes” do governo israelense.
“Cuba condena energicamente os bombardeios indiscriminados de Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza e denuncia o apoio permanente dos Estados Unidos a esses crimes”, disse o chanceler.
#Cuba?? condena enérgicamente los bombardeos indiscriminados de Israel contra la población #palestina ?? en Gaza y denuncia el permanente apoyo de Estados Unidos a esos crímenes.
— Bruno Rodríguez P (@BrunoRguezP) May 11, 2021
Em comunicado, a ONU disse que as forças de segurança de Israel “devem permitir e garantir” o direito dos palestinos “à liberdade de expressão, associação e reunião”. Segundo a organização, “quando o uso da força é necessário, ela deve cumprir integralmente os padrões internacionais de direitos humanos”.
A ONU apontou ainda que qualquer ataque, incluindo os aéreos, deve ser dirigido exclusivamente a alvos militares e que todas as precauções possíveis devem ser tomadas para evitar mortes e ferimentos de civis.
Por sua vez, o chefe da Liga Árabe, Aboul Gheit, condenou os ataques aéreos comandados por Israel como sendo “irresponsáveis”. De acordo com Gheit, as “violações” israelenses em Jerusalém e a “tolerância do governo com os extremistas judeus”, que hostis aos palestinos e árabes, “foram o que levou à ignição da situação dessa forma perigosa”.
A região de Jerusalém Oriental vem sendo palco de uma repressão de forças israelenses contra palestinos durante toda semana anterior, tendo se intensificado nos últimos dois dias, após a polícia lançar balas de borracha e granadas de choque contra a mesquita de Al-Aqsa. Os atos de repressão já deixaram mais de 300 palestinos feridos.
Nesta segunda-feira (10/05), a chancelaria da Venezuela também publicou nota condenando as ações violentas empreendidas por Israel e reafirmou sua “posição histórica” em defesa da “soberania” do povo palestino.
“A Venezuela reafirma sua posição histórica e de princípios em defesa da soberania, independência e autodeterminação do povo palestino, ao mesmo tempo que expressa seu apoio ao governo da Autoridade Nacional Palestina e sua solidariedade com as vítimas e entes queridos, após os ataques cruéis .das forças militares e policiais de Israel”, diz o comunicado.
Reprodução/ @IDF
Repressão do governo israelense já deixou mais de 300 palestinos feridos
Através do ministro das Relações Exteriores, Sameh Shoukry, o Egito declarou “total rejeição” em relação às “práticas opressivas de Israel”, em reunião da Liga Árabe. “Nos últimos dias, o Egito estendeu a mão extensivamente a Israel e a outros países interessados, instando-os a aceitar todos os esforços possíveis para evitar a deterioração da situação em Jerusalém, mas não obtivemos a resposta necessária”, disse Shoukry.
O alto representante da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, afirmou que ataques contra civis são inaceitáveis, declarando preocupação com o “recentes confrontos” na região. “Estamos profundamente preocupados com os recentes confrontos e com a violência”, afirmou Borrell, declarando que a prioridade deve ser evitar mais vítimas civis e o aumento das tensões no território.
Ainda na Europa, o Reino Unido também manifestou rechaço aos “lançamento de foguetes em Jerusalém e vários locais de Israel”. Segundo o chefe da diplomacia britânica, Dominic Raab, a “violência em Jerusalém e Gaza deve terminar. Precisamos de uma redução imediata da escalada de todos os lados, travando os ataques à população civil”, disse.
O governo norte-americano, por meio do porta-voz Ned Price, pediu que haja “moderação” e “calma” na região. Sem se posicionar de forma clara, Price falou que Israel tem o “direito de se defender e responder a ataques de foguetes”. “O povo palestino também tem direito à proteção e segurança, assim como os israelenses”, declarou o porta-voz.
O Ministério da Defesa de Israel ordenou nesta terça-feira a mobilização de cinco mil reservistas. O primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, afirmou que intensificará os ataques à Faixa de Gaza após os disparos de foguetes na fronteira com a Palestina.
“Na conclusão de uma avaliação da situação, foi decidido que tanto a potência dos ataques quanto sua frequência serão aumentadas”, afirmou o primeiro-ministro israelense em comunicado por vídeo.
Israel reprime palestinos em Jerusalém Oriental
Um dos pontos centrais da escalada de tensão foi a decisão de um tribunal israelense de despejar 28 famílias palestinas do bairro Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, para dar lugar a colonos israelenses. Revoltados, os palestinos foram às ruas para protestar.
Outro ponto que despertou descontentamento da comunidade palestina que vive na região foi uma marcha convocada por grupos nacionalistas de Israel para celebrar o “Dia de Jerusalém”, data que marca a ocupação de Jerusalém Oriental por forças israelenses.
Apenas nesta segunda-feira, 27 pessoas foram mortas pelos ataques israelenses, incluindo nove crianças, além de ao menos cem feridos.