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Política e Economia

Privatizar os Correios é ferir a soberania do país, diz presidente do sindicato da estatal em MG

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Em entrevista a Opera Mundi, presidente do sindicato dos Correios de Minas Gerais defendeu união da esquerda para barrar privatizações

Camila Araujo

São Paulo (Brasil)
2021-05-23T18:40:00.000Z

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A privatização dos Correios fere a integração do território brasileiro e a soberania nacional. Essa ´é a opinião de Robson Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Minas Gerais. Em entrevista a Opera Mundi, o sindicalista afirmou que a privatização da empresa estatal representa para os trabalhadores a perda do emprego e, "para o povo, trata-se da perda de um patrimônio do país”. 

A categoria, que aderiu ao dia nacional de mobilização contra as medidas do governo Bolsonaro, se organiza contra a tramitação de dois projetos de lei no Congresso Nacional, cujo objetivo é “desestatizar” a empresa pública: o PL nº 7.488 foi apresentado em 2017 pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSC), cuja ementa visa alterar a Lei nº 6.538 de 1978 para extinguir o monopólio dessas atividades; e o PL nº 591, apresentado em 24 de março de 2021, apresentado pelo Poder Executivo, que tramita em regime de urgência e fala sobre a “organização e a manutenção do Sistema Nacional de Serviços Postais”.

Para Robson, as propostas legislativas significam “entregar esse que é um dos maiores patrimônios do povo brasileiro” e, ao fazer isso, entrega-se também “todo o segredo nacional" que contém dentro de uma empresa de comunicação. Com isso, explica, o serviço é precarizado e as tarifas aumentam de forma “absurda”. 

Romper com o monopólio estatal dos Correios pode afetar a vida em cidades pequenas ou de pessoas em vulnerabilidade social, explica o sindicalista, já que há cidades onde os Correios funcionam como correio bancário através do qual idosos recebem suas aposentadorias e a prefeitura movimenta o pagamento de servidores públicos. 

Além disso, com o aumento do ‘e-commerce’, “pequenos e médios empresários, que usam os Correios para enviarem seus produtos, teriam que pagar três ou quatro vezes mais caro através de sistemas privados como DHL ou Fedex”.

“A iniciativa privada quer pegar o ‘filé’ nos melhores locais, nos grandes centros, e os outros locais a iniciativa privada vai abandonar'', opina. 

Poucos países no mundo resolveram privatizar seus serviços de entrega. Argentina, Portugal e Alemanha são alguns deles. Outros países, considerados potências econômicas, mantêm o serviço sob o braço do Estado, como Canadá, Estados Unidos e Rússia. No Brasil, os Correios registraram faturamento de R$ 19 bilhões, com um lucro líquido de R$ 102,1 milhões, no ano de 2019.

Alex Vieira/Flickr
Comemoração do retorno da Greve dos Correios em frente a catedral da Sé em SP, em 21 de julho de 2008

Robson pontua que a organização logística é direito da população e não é feita para dar lucro. Apesar disso, desde 2017, a empresa registra números positivos, e em 2020, teve um faturamento líquido de R$836,5 milhões, o maior desde 2012. 

A ECT atingiu Índice de Entrega no Prazo de 97% em 2019, de acordo com comunicado do Tribunal de Contas da União. No último relatório de performance do IPC (International Post Corporation) para o serviço Prime, na modalidade de importação de documentos e encomendas de até 2kg, diz a nota, a estatal brasileira apareceu na 6ª colocação em entrega no prazo (99,1%), estando à sua frente apenas países com menor território ou população, o que gerou à ECT um bônus de R$ 100 milhões no 1º semestre de 2019.  

A empresa é, hoje, responsável pela entrega de vacinas, insumos hospitalares, materiais de pesquisa, distribuição de livros didáticos, realização de avaliações como o ENEM, eleições, emissão de documentos, serviços bancários, entre outros.

Robson defende que entregar os Correios para iniciativa privada significa que alguém ou um pequeno grupo vai ganhar muito dinheiro com o patrimônio nacional. "Se entregar coisas não fosse lucrativo, o Jeff Bezos não seria bilionário”, brinca o sindicalista. Bezos, que é fundador da empresa Amazon, de comércio eletrônico, é a pessoa mais rica do mundo atualmente e possui patrimônio de $189,5 bilhões. 

“A luta não é apenas contra a privatização dos Correios mas de todas as estatais do país. É preciso unir as categorias, públicas e privadas, centrais sindicais, partidos de esquerda, frente única de esquerda para pôr abaixo os ataques do governo genocida”, declara.

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Política e Economia

Scholz defende vistos da UE para cidadãos russos

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Chanceler federal alemão diz que o bloco europeu não deve 'tornar as coisas mais complicadas' para quem quer deixar a Rússia

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-16T13:00:00.000Z

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Enquanto a União Europeia (UE)discute a proibição de vistos da UE para cidadãos russos, o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, disse nesta segunda-feira (15/08) ser importante "lembrar os muitos refugiados que fugiram da Rússia" em meio à guerra de Moscou na Ucrânia.

Falando na cúpula de chefes de Estado nórdicos, em Oslo, na Noruega, Scholz afirmou que a invasão da Ucrânia pela Rússia é "a guerra de Putin" e "não do povo russo".

"É importante entendermos que muitas pessoas estão fugindo da Rússia porque estão em desacordo com o regime russo", disse Scholz em entrevista coletiva.

O chanceler federal alemão acrescentou que as decisões da UE não devem "tornar as coisas mais complicadas" para essas pessoas deixarem a Rússia e "buscar liberdade".

A Lituânia e a Estônia, Estados-membros da UE que fazem fronteira com a Rússia, já suspenderam vistos de turista para os russos. A Finlândia expressou apoio à proibição.

A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, disse na cúpula que não acha certo que cidadãos russos tenham permissão para fazer "passeios turísticos" na UE enquanto soldados russos "matam pessoas na Ucrânia".

Marin acrescentou que o assunto precisa ser discutido mais profundamente pelos membros da UE. "Não é uma questão de preto ou branco, existem tons de cinza", destacou.

Kay Nietfeld/dpa/picture alliance
Olaf Scholz se reuniu com cinco chefes de Estado nórdicos em Oslo

O tema deve ser debatido em uma reunião informal de ministros das Relações Exteriores da UE marcada para 31 de agosto.

Independência energética

A participação de Scholz na cúpula nórdica ocorre no momento em que os líderes da Noruega, Suécia, Dinamarca, Finlândia e Islândia buscam estreitar laços de defesa e segurança.

Há meses, o governo alemão vem trabalhando na aproximação com os países nórdicos no setor de energia, já que Berlim considera que a Rússia está usando como "arma" o fornecimento de gás e petróleo.

A Noruega tem sido o fornecedor de gás mais importante da Alemanha desde que a Rússia diminuiu consideravelmente as exportações em junho.

Nesta segunda-feira, o anfitrião da cúpula, o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store, disse que a Noruega está entregando a quantidade "máxima" possível de gás para a Alemanha.

Scholz, por sua vez, expressou "gratidão" pelo país estar "esticando seus suprimentos de gás ao limite".

O chanceler afirmou que a Alemanha e os países nórdicos estão "enfrentando os mesmos desafios" e, portanto, devem trabalhar para reunir recursos energéticos.

"Estamos trabalhando para nos tornarmos independentes dos combustíveis fósseis da Rússia", disse Scholz, acrescentando que, para isso, a Alemanha e os países nórdicos precisam "combinar forças" para desenvolver recursos de energia renovável é essencial.

Store também disse que a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis será "difícil e turbulenta".

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