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Política e Economia

Pedro Castillo pede investigações sobre ataque que deixou ao menos 16 pessoas mortas no Peru

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Candidato do Peru Livre declarou que seu gabinete está 'disponível' para 'realizar todas as investigações' que forem necessárias para elucidar o caso

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2021-05-25T22:45:00.000Z

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O candidato do Peru Livre à Presidência do país, Pedro Castillo, pediu nesta terça-feira (25/05) que o governo peruano inicie as investigações sobre o ataque que deixou aos menos 16 mortos no último domingo (23/05).

Em um evento de campanha na região de Huánuco, Castillo declarou que, tanto ele quanto seu gabinete, estão "disponíveis" para "realizarem todas as investigações" que forem necessárias para elucidar o caso. "O Peru não pode se prestar a essas coisas [...] que as investigações sejam feitas, por isso estamos aqui", disse o candidato à imprensa, que também se solidarizou com as famílias das vítimas.

No domingo, ao menos 16 pessoas, incluindo menores de idade, foram mortas durante um ataque em um bar na região do Vale dos Rios Apurímac, Ene e Mantaro, conhecida como Vraem. 

O Comando Conjunto das Forças Armadas (CCFFAA) do país atribuiu o episódio ao Sendero Luminoso, por, segundo as autoridades, haver operações ativas do grupo guerrilheiro formado nos anos 60 na região.

Ainda de acordo com o Comando do Peru, foi encontrado, ao lado dos corpos, supostos folhetos do Sendero pedindo um "boicote" ao segundo turno das eleições presidenciais que acontecem dia 6 de junho. Segundo a polícia, os panfletos também falavam em voto branco contra à candidata do Força Popular, Keiko Fujimori, que disputa a vaga com Castillo.

A duas semanas do segundo turno presidencial, o atentado acirra a disputa política e a extrema-direita tenta atribuir culpa à esquerda ao querer apontar um vínculo entre o candidato do Peru Livre e o grupo guerrilheiro. No entanto, desde que venceu o primeiro turno do pleito em abril, Castillo negou qualquer laço entre ele e seu partido com o Sendero Luminoso.

Reprodução
Castillo condenou o ataque deste domingo (23/05) e pediu que as 'investigações sejam feitas' no país

O sindicalista lidera as intenções de votos e tem uma vantagem nas pesquisas em relação à Keiko, filha do ex-ditador Alberto Fujimori. A pesquisa divulgada na sexta-feira (21/05) pela empresa Datum Internacional mostra que Castillo tem 44,9% das intenções, contra 40,1% da direitista.

Durante os eventos desta semana, Castillo condenou o massacre e pediu "que todo o peso da lei" recaia sobre os responsáveis, "sejam quem forem". O candidato disse que "além de qualquer cenário político", a vida das pessoas é uma prioridade. 

Assim como Castillo, o Peru Livre, pelo Twitter, também condenou o episódio e declarou temer que tais ataques possam "favorecer" a direita peruana ao indicar que atos como de domingo estão se "tornando uma tradição". "Nosso partido condena qualquer ato terrorista, como o ocorrido em Vraem. Os crimes que antecedem as eleições nesta área estão infelizmente se tornando uma tradição com objetivos políticos claros a favor da direita", disse a organização.

Nuestro Partido condena todo acto terrorista, como el ocurrido en el VRAEM. Los crímenes ad portas de las elecciones en esta zona lamentablemente se estan convirtiendo en una tradición con claros objetivos políticos a favor de la derecha.

— Perú Libre (@PERU_LIBRE1) May 24, 2021

Por sua vez, Keiko disse que dá "respaldo total" ao presidente do Peru, Fernando Sagasti, e às Forças Armadas do país para "restabelecer a ordem". "Não tenhamos medo, o que o terrorismo busca é deter o processo eleitoral. Não vamos permitir isso", declarou.

Eleições 2021 no Peru

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Hoje na História

Hoje na História: 1920 - Império Otomano e nações aliadas da Primeira Guerra Mundial assinam tratado de paz

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O Tratado de Sévres pôs fim ao Império Otomano. Duro demais e impraticável, o documento despertou a ação dos nacionalistas turcos que se negaram a aceitá-lo, defendendo a independência turca

Max Altman

São Paulo (Brasil)
2022-08-10T14:15:00.000Z

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O Império Otomano, aliado da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial, assina em 10 de agosto de 1920 a paz em Sèvres (Hauts-de-Seine). Os Aliados impõem um desmembramento do Império Otomano, cujo território fica reduzido à Anatólia, ou península anatoliana, uma região do extremo oeste da Ásia que corresponde hoje à porção asiática da Turquia, em oposição à porção européia, a Trácia.

A Grécia ontem a costa do mar Egeu, a Armênia e o Curdistão obtêm o direito à independência e as províncias árabes são colocadas sob mandatos britânicos e franceses. Os nacionalistas turcos, comandados por Mustafá Kemal Ataturk, rejeitariam esse tratado. O tratado seria revisto em Lausanne (Suíça) em 1923.

O período final do Império Otomano aconteceu durante a Segunda Era Constitucional do Império Otomano. Durante a Primeira Guerra Mundial, na região do Oriente Médio, a batalha aconteceu entre as Forças Aliadas, formadas pela Grã Bretanha, França e Rússia e as Forças Centrais, formada basicamente pelo Império Otomano.

O Império Otomano foi bem-sucedido no início da guerra. Os Aliados foram derrotados nas batalhas de Galipoli, Iraque e Bálcãs. No entanto, alguns territórios anteriormente perdidos foram reconquistados. A Revolução Russa também foi um fator favorável para a reconquista de territórios Otomanos, como Trabzon e Erzurum. As ofensivas incessantes dos ingleses mostraram-se decisivas e o Império Otomano acabou sendo derrotado em 1917.

As tropas aliadas vitoriosas, lideradas pelo general inglês Edmund Allenby, com apoio das revoltas árabes e assistência da recém declarada República da Armênia, anexaram territórios otomanos.

O Tratado de Sévres pôs fim ao Império Otomano. Este tratado mostrou-se duro demais e impraticável, o que despertou a ação dos nacionalistas turcos que se negaram a aceitá-lo, passando a defender a independência da Turquia. Em resposta a tal partilha surge a figura do mito nacional Mustafa Kemal Pasha, logo renomeado Ataturk (Pai dos Turcos), mobilizando o nacionalismo turco e reorganizando parte do extinto exército otomano na Anatólia.

Wikimedia Commons/Cumhuriyet
Os quatro signatários do Tratado de Sévres, que entrou na história ao por um fim ao Império Otomano, em 1920

Vitorioso na luta da independência, que resultou na expulsão das forças aliadas, Ataturk funda a República da Turquia em 1922, tornando-se seu primeiro presidente. Muda o nome de Constantinopla para Istambul e transfere a capital para Ancara, no centro do país, além de extinguir os vestígios do sultanato otomano ao exilar o último sultão.

O tratado de Lausanne de 1923 reconheceu a Turquia em suas atuais fronteiras. Ataturk implantou reformas radicais no país: tornou a Turquia um país secular; unificou o sistema educacional e fez com que o turco passasse a ser ensinado no alfabeto latino em vez do persa-árabe, com o intuito de se alfabetizar a maioria da população; baniu o uso do véu feminino nas universidades e em locais públicos e concedeu às mulheres direitos civis iguais aos homens; aboliu os trajes típicos que expressavam a hierarquia religiosa e social dos cidadãos.

Para Ataturk, o fato de a Europa cristã ter tido sua super-estrutura (leis, escolas, comércio) drasticamente alterada por eventos como o Renascimento, o Iluminismo e a Revolução Francesa estabeleceu a diferença com o mundo islâmico, que preservara suas próprias estruturas em que a religião ainda determinava o funcionamento da sociedade e se constituiu na causa real do fim do império otomano.

O fato de tais reformas terem ocorrido muito rapidamente e sem consultas maiores aos líderes das antigas estruturas causou e ainda causa certa tensão entre uma sociedade mais modernizada, visível nos grandes centros urbanos, e outra mais apegada aos antigos costumes, no interior e em povoados afastados, que não as absorveram por completo. 

Cerca de 85% dos atuais 70 milhões de habitantes do país são turcos étnicos, 97% islâmicos, sunitas em sua maioria. Quatro milhões e meio vivem na capital Ancara e cerca de 12 milhões, vivem no coração cultural e econômico do país, na área metropolitana de Istambul.

Cerca de 12 milhões de turcos vivem fora do país, 3 milhões só na Alemanha. Persistem ainda três fontes de tensões internacionais: o conflito com a Grécia pelo Chipre; as rebeliões da minoria curda (12 milhões) por autonomia no sudeste do país e o reconhecimento turco do genocídio Armênio ao fim da primeira guerra mundial, quando 1.5 milhão de Armênios, que chegaram a compor 25% da população otomana, foram massacrados ou deportados.

(*) A série Hoje na Hist´ória foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

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