Pela primeira vez desde que a onda de incêndios atingiu o território grego, o primeiro-ministro do país, Kyriakos Mitsotakis, admitiu que o governo falhou na estratégia de combate aos incêndios em um discurso transmitido na noite desta segunda-feira (09/08) em rede nacional.
“Podemos ter feito o que era humanamente possível, mas em muitos casos isso não foi suficiente e as falhas serão verificadas. Entendo perfeitamente a dor dos nossos cidadãos, que viram queimar as suas casas e as suas propriedades. Mas, o país está enfrentando um desastre nacional sem precedentes”, disse Mitsotakis.
O pronunciamento do premiê ocorre em um momento de protestos contra seu governo por conta da dramática situação no país.
Atualmente, o pior caso está na ilha de Eubeia, a segunda maior do território, que há oito dias consecutivos registra incêndios de grandes proporções.
Mais de 2,7 mil pessoas precisaram ser evacuadas e agora as equipes de socorristas tentam evitar que as chamas cheguem à cidade de Istiaia, que tem cerca de 12 mil habitantes em seu centro e em comunidades ao seu redor.
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Centenas de bombeiros gregos e de países da União Europeia estão atuando em Eubeia para controlar o fogo
“Estamos esperando o apoio aéreo, mas precisamos ver se a fumaça deixará os pilotos fazerem o sobrevoo”, disse o prefeito de Istiaia, Yiannis Kotzias, em entrevista à ERT.
Tanto na cidade, como em municípios vizinhos, os voluntários estão erguendo muros provisórios para evitar a rápida propagação de chamas – já que a área é repleta de vinhedos e olivais. Na madrugada desta terça-feira (10/08), duas delas caíram em Avgaria, mas as chamas não causaram grandes danos. A agência estatal Ana informou que outras barreiras foram montadas em Kamaria e Kastaniotissa.
Centenas de bombeiros gregos e de países da União Europeia estão atuando em Eubeia e cerca de 15 aeronaves estão empenhadas no socorro e no combate aos incêndios. Assim como a Grécia, outros países da área do Mediterrâneo estão sofrendo com o fogo em um desastre ambiental considerado o pior dos últimos 30 anos.