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Política e Economia

Protestos antivacina reacendem movimentos de extrema direita na França

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Novas lideranças ultradireitistas tentam transformar manifestações em palanque contra Macron a oito meses das eleições presidenciais

Marana Borges

Paris (França)
2021-08-22T18:20:00.000Z

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Mesmo com 61% dos franceses já completamente vacinados contra a covid-19, a cada semana milhares de manifestantes saem às ruas contra a vacina e o passaporte sanitário. Em uma nova demonstração de força, a maior na Europa, as manifestações reuniram 175 mil pessoas em todo o país. Um cenário que a extrema direita tem sabido aproveitar.

O movimento agrega diferentes correntes políticas, como a extrema esquerda e os antissistema "Coletes Amarelos". Mas novas lideranças da extrema direita têm sido mais ousadas ao tentar transformá-lo em um palanque contra Emmanuel Macron, a oito meses da eleição presidencial. 

Nesse ambiente alimentado por mensagens que sugerem complôs e conspirações, alguns cartazes antissemitas divulgados nas últimas semanas levaram à abertura de inquéritos por incitação ao ódio racial. Uma professora de Metz (norte da França) será julgada em setembro.

Uma das figuras que tenta se impor como líder do movimento é o ultradireitista Florian Philippot, antigo número dois de Marine Le Pen e esquecido no cenário político. Seu novo partido, Os Patriotas (dissenção nanica do tradicional Rassemblement National), tem convocado protestos na capital. Outros nomes, como Nicolas Dupont-Aignan e François Asselineau, também se mostram cada vez mais ativos na luta antivacina.

Paris é epicentro de protestos

Para os milhares de ultranacionalistas que se reuniram na praça Denfert-Rochereau, no sul de Paris, “liberté” (liberdade, em francês) era a palavra de ordem. 

O "inimigo" da liberdade, para esse setor da direita, é um código QR obrigatório para o acesso a lugares com risco de transmissão do coronavírus, como bares, cinemas, trens de longa distância e até hospitais. O código é gerado somente quando uma pessoa está vacinada ou tem um teste negativo recente. Na prática, a medida busca fomentar uma vacinação em massa que perdeu fôlego, em meio à ascensão da variante Delta.

Entre bandeiras tricolores da França, o protesto dos ultraconservadores contava com a participação de idosos e jovens, muitos traziam crianças. Sem máscaras, apelavam à liberdade individual em um clima de cólera e desconfiança em relação à vacina e aos grandes laboratórios.

Marana Borges
Novas lideranças da extrema direita tentam transformar manifestações em palanque contra Macron

"Estou aqui pelos meus sete netos. Os efeitos da vacina para eles serão devastadores”, disse a Opera Mundi Odile, de 75 anos, professora aposentada. O seu marido, Philippe, de 73 anos, é médico e também se opõe à vacina, ao passe sanitário e a qualquer medida de restrição ou confinamento para combater uma doença que matou na França mais de 113 mil pessoas.

"O governo preferiu não tratar a doença e optar pela vacina e pela UTI. Existem vários tratamentos à nossa disposição", disse Philippe, citando a hidroxicloroquina, a ivermectina, a vitamina D e outros procedimentos sem eficácia comprovada. Ele baseia suas análises em sites conhecidos por conteúdos conspiratórios.

Um perfil de manifestante diferente é Kevin Marty, de 26 anos e personal trainer autônomo. Este jovem de boné, rodeado pelos amigos, ironiza a obrigatoriedade do passaporte sanitário: "No ar livre, em uma esplanada, o risco de contágio é muito menor do que no metrô”. 

Eleições à vista

Marine Le Pen, que chegou ao segundo turno contra Macron em 2017, está em uma posição difícil. Ela se vacinou contra a covid-19 e tem se mantido às margens dos protestos, embora tenha se posicionado contra o passaporte sanitário. Enquanto tenta suavizar sua imagem de extremista, uma parte importante de sua base eleitoral se radicaliza e pode encontrar acolhida nos líderes antivacina.

Ainda é cedo para julgar se os protestos seguirão com força e se o apoio da população aos manifestantes (ao redor de 30%) se traduzirá em votos. Certo é que, por enquanto, Philippot segue firme nessa aposta e tem ao seu lado um canal no Youtube que já tem mais seguidores que seus adversários Macron e Le Pen.

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Política e Economia

Alemanha reduz imposto sobre o gás em meio a alta dos preços

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Scholz afirma que imposto sobre valor agregado cairá temporariamente de 19% para 7% a fim de 'desafogar consumidores'. Governo alemão estava sob pressão após anunciar uma sobretaxa ao consumo de gás durante o inverno

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-18T22:00:00.000Z

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O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quinta-feira (18/08) que o governo vai reduzir temporariamente o imposto sobre valor agregado (IVA) do gás, de 19% para 7%, a fim de "desafogar os consumidores" em meio a alta dos preços.

Em coletiva de imprensa, o líder alemão disse esperar que as empresas de energia repassem a economia possibilitada pela medida de maneira proporcional aos consumidores, que usam o gás, por exemplo, para aquecer suas casas em meses mais frios.

A medida deve entrar em vigor em outubro e durar ao menos até o fim do ano que vem. A ideia é diminuir o peso de uma sobretaxa ao uso de gás anunciada pelo governo alemão no início desta semana.

Essa sobretaxa, que também entrará em vigor em outubro para residências e empresas alemãs, foi fixada em 2,4 centavos de euros por quilowatt-hora de gás utilizado durante o inverno europeu.

O anúncio levou a indústria e políticos da oposição a pressionarem o governo alemão a tomar alguma medida para suavizar o aumento dos preços.

"Com essa iniciativa, vamos desafogar os consumidores num nível muito maior do que o fardo que a sobretaxa vai criar", afirmou Scholz.

Inicialmente, o governo alemão havia dito que esperava amenizar o golpe da sobretaxa ao gás tornando somente ela isenta do IVA. Mas, para isso, Berlim precisaria do aval da União Europeia (UE), que não aprovou a ideia.

Por outro lado, o que o governo de Scholz poderia fazer sem precisar consultar Bruxelas é alterar a taxa do IVA sobre o gás em geral. E foi o que ele fez.

O gás é o meio mais popular de aquecimento de residências na Alemanha, sendo usado em quase metade dos domicílios do país.

Alemanha corre para encher reservatórios

Além de planos para diminuir o uso de energia, a Alemanha também segue tentando encher suas reservas de gás natural liquefeito antes do início do inverno.

O vice-chanceler federal e ministro da Economia e da Proteção Climática, Robert Habeck, anunciou recentemente um plano para preencher os reservatórios com 95% da capacidade até 1º de novembro.

No momento do anúncio, as reservas estavam em 65% do total e, no fim de semana passado, chegaram a 75%, duas semanas antes do previsto.

Julian Stratenschulte/dpa/picture alliance
Redução no imposto sobre o gás ocorreu após pressão da indústria e de políticos da oposição

Ainda assim, o chefe da agência federal alemã responsável por diferentes redes, como redes de trens e de gás, disse nesta quinta-feira que tem dúvidas sobre o alcance da meta.

"Não acredito que vamos atingir nossas próximas metas de reserva tão rapidamente quanto as primeiras. Em todas as projeções ficamos abaixo de uma média de 95% até 1º de novembro. A chance de isso acontecer é baixa porque alguns locais de armazenamento começaram num nível muito baixo", disse Klaus Müller ao site de notícias t-online.

Ele também alertou que os consumidores provavelmente terão que se acostumar com as pressões no mercado de gás de médio ou longo prazo.

"Não se trata de apenas um inverno, mas de pelo menos dois. E o segundo inverno [a partir do final de 2023] pode ser ainda mais difícil. Temos que economizar muito gás por pelo menos mais um ano. Para ser bem direto: serão pelo menos dois invernos de muito estresse", afirmou Müller.

Plano de contingência

Em 26 de julho, a União Europeia aprovou um plano de redução do consumo de gás, com o objetivo de armazenar o combustível para ser usado durante o inverno e diminuir a dependência da Rússia no setor energético. O plano de contingência entrou em vigor no início de agosto.

Na Alemanha, o governo segue analisando maneiras de limitar o consumo de energia, antevendo a situação para o próximo inverno.

Prédios públicos, com exceção de hospitais, por exemplo, serão aquecidos somente a 19 ºC durante os meses frios. Além disso, diversas cidades na Alemanha passaram a reduzir a iluminação noturna de monumentos históricos e prédios públicos.

Em Berlim, cerca de 200 edifícios e marcos históricos, incluindo o prédio da prefeitura, a Ópera Estatal, a Coluna da Vitória e o Palácio de Charlottenburg, começaram a passar por um processo de desligamento gradual de seus holofotes no final de julho, em um processo que levaria quatro semanas.

Hannover, no norte do país, também anunciou seu plano para reduzir o consumo de energia em 15% e se tornou a primeira grande cidade europeia a desligar a água quente em prédios públicos, o que inclui oferecer apenas chuveiros frios em piscinas e centros esportivos.

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