*Reportagem atualizada às 19h.
O governo do Haiti confirmou neste sábado (23/10) a morte de pelo menos 210 pessoas em decorrência do surto de cólera que afeta o país. Mais de 2,7 mil pessoas estão internadas com suspeita de infecção pela doença, que provoca febre alta, diarreia, vômitos e desidratação. O presidente, René Preval, informou que as providências estão sendo tomadas para que a cólera não ultrapasse as regiões de Artibonite e Plateau Central – no Norte do país, segundo a Agência Brasil. Os hospitais já estão lotados.
A epidemia ainda não chegou à capital, Porto Príncipe. As agências humanitárias afirmam que já foram registrados casos da doença fora desse foco central e que ela pode estar se aproximando da fronteira com a República Dominicana.
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Na República Dominicana moram um milhão de haitianos, a maioria em situação ilegal, e ambos os países mantêm tráfego permanente na fronteira comum.
O governo da República Dominicana começou hoje a reforçar as medidas de precaução e vigilância epidemiológica na fronteira. O ministro da Saúde Pública, Bautista Rojas Gómez, afirmou que a situação está “sob controle” e que está preparando os postos de saúde localizados ao longo da fronteira com médicos especializados, insumos, medicamentos e uma campanha de educação à população.
Efe
Paciente no hospital Marchand-Desalines em Artibonite
Embora a cólera não se transmita de pessoa para pessoa, as medidas de controle deverão ser severas, segundo Gómez, já que o contágio acontece por meio do contato com água e alimentosm contaminados.
Especialistas dizem que essa é a primeira epidemia de cólera em um
século, por isso a população não tem qualquer imunidade contra a
bactéria.
As autoridades temem que o número de mortos possa se multiplicar, caso a doença chegue aos acampamentos improvisados para a população após o terremoto de 12 de janeiro deste ano. O tremor deixou cerca de 1,5 milhão de pessoas sem teto e matou cerca de 250 mil.
Uma das hipóteses é que o surto de cólera foi provocado pelo consumo de água contaminada do Rio Artibonite. Apesar de o terremoto ter ocorrido há nove meses, milhares de haitianos ainda vivem nos acampamentos, sem saneamento básico e com acesso limitado à água potável.
Hoje, o ministro da Saúde Pública haitiano, Alex Larsen, estimou em cerca de 800 mil dólares o custo das primeiras medidas necessárias para combater o surto de cólera. Alex Larsen assegurou que há “medicamentos suficientes” para cuidar dos doentes.
O governo do Brasil vai ajudar o governo do Haiti no combate à cólera ao enviar técnicos em saúde pública, além de medicamentos e material hospitalar descartável. O Brasil também está pronto a colaborar na distribuição de suprimentos médicos, pastilhas para purificação de água, vasilhames, kits higiênicos e soro reidratante.
Em nota, o Itamaraty informou que na próxima semana o Brasil enviará ao Haiti, em voos especiais da Força Aérea Brasileira, antidiarreicos, sais para reidratação oral e antibióticos, além de luvas e outros materiais descartáveis.
Com agências
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