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Política e Economia

Dois anos após jornada que inspirou Constituinte, chilenos voltam às ruas

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Atos ocorreram em várias cidades e contaram com milhares de pessoas; manifestantes pedem a saída do presidente Sebastián Piñera

Victor Farinelli

Santiago (Chile)
2021-10-19T21:15:00.000Z

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Milhares de chilenos foram às ruas em diversas cidades do país nesta segunda-feira (18/10) para participar de manifestações que marcaram o segundo aniversário dos protestos de outubro de 2019, jornada que mobilizou o país durante meses e deu origem à Assembleia Constituinte do Chile.

Apesar de estar inspirada na revolta social de 2019 – que tinha como reivindicações a desprivatização da saúde, da educação e da previdência social –, a jornada desta segunda não foi marcada tanto por demandas conjunturais, mas sim por um alvo político mais evidente: o presidente Sebastián Piñera.

Segundo organizações sociais que convocaram os atos desta segunda-feira, pelo menos 300 mil pessoas participaram das marchas em Santiago, capital chilena, e cerca de 50 mil se mobilizaram em diferentes cidades do país como Valparaíso, Antofagasta, Concepción e outras. Já a polícia chilena deu uma estimativa de apenas 40 mil pessoas na manifestação realizada na capital.

O mandatário chileno sempre foi criticado em protestos no país nos últimos dois anos, mas desta vez ele enfrenta um processo de acusação constitucional, similar ao do impeachment no Brasil, que foi iniciado recentemente na Câmara dos Deputados.

Piñera se tornou alvo após o escândalo dos chamados Pandora Papers, que revelou um contrato secreto pelo qual ele vendeu ações de uma empresa mineradora através de contas no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, o qual tinha uma cláusula que fazia com que a negociação só fosse válida se o governo chileno (comandado por ele) não aplicasse maiores restrições ambientais à região onde a empresa iria operar, relação que está sendo investigada pelos deputados como possível uso do poder em benefício próprio.

As manifestações desta segunda ainda contaram com uma homenagem aos chamados “presos políticos da revolta”: cerca de duas mil pessoas que estão em prisão preventiva desde 2019, sem uma sentença definitiva, algumas delas indiciadas por suposto delito de terrorismo. Também foram lembradas as mais de 400 vítimas de traumas oculares, incluindo os casos de Gustavo Gatica e Fabiola Campillay, que perderam a visão dos dois olhos por causa da ação repressiva da polícia chilena durante as manifestações de dois anos atrás.

Wikicommons
Jornada de 2019 mobilizou o país durante meses e deu origem à Assembleia Constituinte do Chile

“Ainda não chegou o Chile da justiça social que nós queríamos, temos que continuar nas ruas, e com cuidado, porque a violência policial vai ser a mesma de antes ou pior”, afirmou Gatica, em uma entrevista a meios locais, durante a marcha desta segunda.

A principal consequência da revolta social de outubro de 2019 foi a instalação da primeira Assembleia Constituinte da história do Chile, eleita em maio deste ano e empossada em julho, com a missão de escrever a nova Carta Magna, que substituirá a que foi imposta em 1980 pelo ditador Augusto Pinochet.

Eleições presidenciais no Chile

Além da Constituinte e do processo que poderia levar à destituição do presidente Sebastián Piñera, o Chile também vive atualmente uma campanha presidencial que está bastante equilibrada.

O líder da disputa, segundo as pesquisas mais recentes, é Gabriel Boric, candidato da coalizão progressista que reúne a Frente Ampla, o Partido Comunista e a Frente Regionalista Verde. Segundo pesquisa publicada pela Activa Research no último sábado (16/10), Boric tem 21,3% das intenções de voto.

A pesquisa também mostra o candidato de extrema direita José Antonio Kast em segundo lugar com 16,3%. Além de estar cinco pontos atrás de Boric, ele está tecnicamente empatado com a democrata cristã Yasna Provoste, que tem 13,1%. O governista Sebastián Sichel, que perdeu mais de dez pontos desde setembro, aparece com apenas 7,5%. 

O crescimento de Kast nas pesquisas chama a atenção, já que se trata de uma candidatura baseada no ódio aos imigrantes e na defesa do governo de Jair Bolsonaro como modelo que pretende instalar no Chile.

O primeiro turno das eleições presidenciais do Chile acontecerá no dia 21 de novembro. Um provável segundo turno tem data marcada para o dia 19 de dezembro.

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Política e Economia

Alemanha reduz imposto sobre o gás em meio a alta dos preços

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Scholz afirma que imposto sobre valor agregado cairá temporariamente de 19% para 7% a fim de 'desafogar consumidores'. Governo alemão estava sob pressão após anunciar uma sobretaxa ao consumo de gás durante o inverno

Redação

Deutsche Welle Deutsche Welle

Bonn (Alemanha)
2022-08-18T22:00:00.000Z

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O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, anunciou nesta quinta-feira (18/08) que o governo vai reduzir temporariamente o imposto sobre valor agregado (IVA) do gás, de 19% para 7%, a fim de "desafogar os consumidores" em meio a alta dos preços.

Em coletiva de imprensa, o líder alemão disse esperar que as empresas de energia repassem a economia possibilitada pela medida de maneira proporcional aos consumidores, que usam o gás, por exemplo, para aquecer suas casas em meses mais frios.

A medida deve entrar em vigor em outubro e durar ao menos até o fim do ano que vem. A ideia é diminuir o peso de uma sobretaxa ao uso de gás anunciada pelo governo alemão no início desta semana.

Essa sobretaxa, que também entrará em vigor em outubro para residências e empresas alemãs, foi fixada em 2,4 centavos de euros por quilowatt-hora de gás utilizado durante o inverno europeu.

O anúncio levou a indústria e políticos da oposição a pressionarem o governo alemão a tomar alguma medida para suavizar o aumento dos preços.

"Com essa iniciativa, vamos desafogar os consumidores num nível muito maior do que o fardo que a sobretaxa vai criar", afirmou Scholz.

Inicialmente, o governo alemão havia dito que esperava amenizar o golpe da sobretaxa ao gás tornando somente ela isenta do IVA. Mas, para isso, Berlim precisaria do aval da União Europeia (UE), que não aprovou a ideia.

Por outro lado, o que o governo de Scholz poderia fazer sem precisar consultar Bruxelas é alterar a taxa do IVA sobre o gás em geral. E foi o que ele fez.

O gás é o meio mais popular de aquecimento de residências na Alemanha, sendo usado em quase metade dos domicílios do país.

Alemanha corre para encher reservatórios

Além de planos para diminuir o uso de energia, a Alemanha também segue tentando encher suas reservas de gás natural liquefeito antes do início do inverno.

O vice-chanceler federal e ministro da Economia e da Proteção Climática, Robert Habeck, anunciou recentemente um plano para preencher os reservatórios com 95% da capacidade até 1º de novembro.

No momento do anúncio, as reservas estavam em 65% do total e, no fim de semana passado, chegaram a 75%, duas semanas antes do previsto.

Julian Stratenschulte/dpa/picture alliance
Redução no imposto sobre o gás ocorreu após pressão da indústria e de políticos da oposição

Ainda assim, o chefe da agência federal alemã responsável por diferentes redes, como redes de trens e de gás, disse nesta quinta-feira que tem dúvidas sobre o alcance da meta.

"Não acredito que vamos atingir nossas próximas metas de reserva tão rapidamente quanto as primeiras. Em todas as projeções ficamos abaixo de uma média de 95% até 1º de novembro. A chance de isso acontecer é baixa porque alguns locais de armazenamento começaram num nível muito baixo", disse Klaus Müller ao site de notícias t-online.

Ele também alertou que os consumidores provavelmente terão que se acostumar com as pressões no mercado de gás de médio ou longo prazo.

"Não se trata de apenas um inverno, mas de pelo menos dois. E o segundo inverno [a partir do final de 2023] pode ser ainda mais difícil. Temos que economizar muito gás por pelo menos mais um ano. Para ser bem direto: serão pelo menos dois invernos de muito estresse", afirmou Müller.

Plano de contingência

Em 26 de julho, a União Europeia aprovou um plano de redução do consumo de gás, com o objetivo de armazenar o combustível para ser usado durante o inverno e diminuir a dependência da Rússia no setor energético. O plano de contingência entrou em vigor no início de agosto.

Na Alemanha, o governo segue analisando maneiras de limitar o consumo de energia, antevendo a situação para o próximo inverno.

Prédios públicos, com exceção de hospitais, por exemplo, serão aquecidos somente a 19 ºC durante os meses frios. Além disso, diversas cidades na Alemanha passaram a reduzir a iluminação noturna de monumentos históricos e prédios públicos.

Em Berlim, cerca de 200 edifícios e marcos históricos, incluindo o prédio da prefeitura, a Ópera Estatal, a Coluna da Vitória e o Palácio de Charlottenburg, começaram a passar por um processo de desligamento gradual de seus holofotes no final de julho, em um processo que levaria quatro semanas.

Hannover, no norte do país, também anunciou seu plano para reduzir o consumo de energia em 15% e se tornou a primeira grande cidade europeia a desligar a água quente em prédios públicos, o que inclui oferecer apenas chuveiros frios em piscinas e centros esportivos.

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