As mobilizações no Equador contra o governo do presidente Guillermo Lasso, convocadas pela Frente Unitária de Trabalhadores (FUT), pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) e pela Frente Popular, continuaram nesta quarta-feira (27/10), marcando o segundo dia de protestos pelo país.
“Resistência à crise econômica agravada pelo aumento dos combustíveis e pelas medidas impostas pelo Governo Nacional”, declarou a Conaie no Twitter. Os manifestantes pedem o congelamento do preço dos combustíveis sem o aumento estabelecido por Lasso na semana anterior.
O presidente aumentou o preço da gasolina aditivada em US$ 2,55 por galão e o preço do diesel em US$ 1,90. A economia do país é dolarizada.
A população também exige limites ao setor financeiro e demonstra repúdio à precarização do trabalho no país. Da mesma forma, querem apoio ao projeto de Código do Trabalho recentemente apresentado ao Legislativo pela FUT, e rejeitam a proposta de Lei de Criação de Oportunidades.
Feue/Twitter
‘Não ao pacote econômico’ proposto pelo governo neoliberal de Guillermo Lasso, dizem os manifestantes
Bloqueios de ruas em cidades como Azuay, Chimborazo, Imbabura, Pastaza, Morona Santiago, Pichincha, Tungurahua, Bolívar e Cotopaxi foram registrados nesta segunda jornada de mobilizações e, assim como no dia anterior, as ações de protesto resultaram em repressão policial.
Já nesta quarta, os bairros populares de Calderón, em Quito, também foram palco de violência policial com o uso de gás lacrimogêneo contra manifestantes. Na terça, ao menos 37 pessoas foram presas.
As mobilizações acontecem depois de Lasso decretar estado de exceção em todo o território nacional para combater a “insegurança” e o “narcotráfico”. A medida permite o uso das Forças Armadas em tarefas de policiamento e o aumento das verbas das forças de segurança.
“Agora é a hora de pensar na reativação econômica do país e não nos interesses pessoais, partidários ou sindicais”, disse o mandatário nesta quarta sobre os protestos, afirmando que, se as manifestações persistirem, “manteremos o controle e a ordem nas estradas e rodovias, ruas, praças, cidades e campos do país”. “O Equador é de todos e a lei é para todos”, disse.
(*) Com teleSur.