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Política e Economia

COP26: sob ameaça de um desastre climático global, líderes mundiais se reúnem em Glasgow

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Encontro de Glasgow, que vai até 12 de novembro, vem na esteira de eventos climáticos extremos em todo o mundo e ocorre após reunião do G20

Redação

RFI RFI

Paris (França)
2021-11-01T12:42:00.000Z

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Mais de 120 líderes mundiais se reúnem em Glasgow a partir de segunda-feira (01/11) em uma "última chance" para enfrentar a crise climática e alertar sobre um desastre global que se aproxima. As expectativas são grandes para a COP26, após os compromissos tímidos alcançados pelo G20 em Roma. Jair Bolsonaro segue na Itália e será representado pelo ministro Joaquim Leite, do Meio Ambiente.

Observadores esperavam a reunião no final de semana na capital italiana dos líderes dos países do G20, que entre eles emitem quase 80% das emissões globais de carbono, daria um forte impulso à cúpula da COP26 em Glasgow, que foi adiada por um ano devido à pandemia.

As principais economias do G20 se comprometeram no domingo com o objetivo principal de limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais - a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris de 2015.

Eles também concordaram em encerrar o financiamento para novas usinas de carvão no exterior - aquelas cujas emissões não passaram por qualquer processo de filtragem - até o final de 2021. Mas isso não convenceu as ONGs, o primeiro-ministro britânico ou as Nações Unidas.

"Embora eu acolha o novo compromisso do G20 com soluções globais, deixo Roma com minhas esperanças não realizadas - mas pelo menos elas não estão enterradas", disse o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pelo Twitter.

"Avançamos (no G20). Chegamos a em uma posição razoável para a COP26 em Glasgow, mas será muito difícil nos próximos dias", disse Boris Johnson no domingo. “Se Glasgow falhar, então tudo falha", alertou o premiê britânico.

O encontro de Glasgow, que vai até 12 de novembro, vem na esteira de eventos climáticos extremos em todo o mundo, ressaltando os impactos devastadores resultantes de 150 anos de queima de combustíveis fósseis.

Os atuais compromissos dos signatários do acordo de Paris - se fossem cumpridos - ainda levariam a um aquecimento "catastrófico" de 2,7 graus Celsius, segundo a ONU.

A COP26 marca a "última e melhor esperança de manter 1,5° C ao alcance", disse o presidente da cúpula, Alok Sharma, ao abrir a reunião no domingo. "Se agirmos agora e juntos, podemos proteger nosso precioso planeta", disse.

Grupos de defesa do clima expressaram desapontamento com a declaração divulgada no final da cúpula do G20. “Esses chamados líderes precisam demonstrar um comprometimento maior. Eles têm outra chance para isso”, disse Namrata Chowdhary, da ONG 350.org.

COP26/Twitter
Encontro de Glasgow, que vai até 12 de novembro, vem na esteira de eventos climáticos extremos em todo o mundo

Expectativas sobre a Índia

Enquanto a China, de longe o maior poluidor de carbono do mundo, acaba de apresentar à ONU seu plano climático revisado, que repete uma meta de longa data de pico de emissões até 2030, a Índia está agora no centro das expectativas.

A Índia ainda não apresentou uma "contribuição nacionalmente determinada" revisada, mas se o primeiro-ministro Narendra Modi anunciar novos esforços para reduzir as emissões em seu discurso na segunda-feira, isso poderia colocar mais pressão sobre a China e outros países, disse Alden Meyer, um especialista em clima e energia do grupo de reflexão E3G.

Outra questão urgente é o fracasso dos países ricos em desembolsar US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020 para ajudar as nações em desenvolvimento a reduzir as emissões e se adaptar - uma promessa feita pela primeira vez em 2009.

Essa meta foi adiada para 2023, agravando a crise de confiança entre o Norte, responsável pelo aquecimento global, e o Sul, vítima de seus efeitos.

“O financiamento do clima não é caridade. É uma questão de justiça”, lembrou Lia Nicholson, representante da Aliança dos Pequenos Estados Insulares, bastante vulneráveis às alterações climáticas.

As previsões do painel de especialistas em clima da ONU (IPCC) de que o limite de um aumento de 1,5 Celsius poderia ser alcançado 10 anos antes do esperado, por volta de 2030, são "aterrorizantes", disse ela, especialmente para aqueles na linha de frente da crise climática que estão já sofrendo as consequências em um mundo que se aqueceu cerca de 1,1 grau Celsius.

Embora os presidentes da China e da Rússia não sejam esperados pessoalmente, dezenas de outros chefes de Estado e de governo, desde o presidente dos EUA, Joe Biden, a líderes da UE, e o australiano Scott Morrison, estão viajando para Glasgow.

Suas palavras e ações serão examinadas de perto, em particular pelos jovens ativistas que viajaram para a Escócia, apesar dos obstáculos devido à pandemia.

"Como cidadãos de todo o planeta, pedimos que enfrentem a emergência climática", declararam em uma carta aberta. Entre os signatários está a ativista sueca Greta Thunberg, que chegou no domingo de trem.

O presidente Jair Bolsonaro não participa da COP26. O Brasil será representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite enquanto Bolsonaro continua sua viagem pela Itália. O governo do Brasil espera convencer o mundo de que passou a levar a sério o desmatamento da Amazônia e que integrou um planejamento de crescimento verde na sua economia. Mas, na prática, o maior compromisso do país com a comunidade internacional chega atualizado "para pior" no evento.

Nesta segunda-feira, o presidente brasileiro vai à Anguillara Vêneta, cidadezinha com 4 mil habitantes na região do Veneto no nordeste da Itália, onde nasceu seu bisavô Vittorio Bolzonaro. O presidente brasileiro receberá o título de Cidadão Honorário do Município dado pela prefeita Alessandra Buoso, da Liga, partido de extrema direita.

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Política e Economia

Argentina promulga lei que regula cannabis medicinal e cânhamo industrial

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'Um triunfo da sociedade contra a hipocrisia', assegurou o presidente Alberto Fernández sobre a nova legislação

Fernanda Paixão

Brasil de Fato Brasil de Fato

Buenos Aires (Argentina)
2022-05-27T21:20:00.000Z

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Nesta sexta-feira (27/05), o governo argentino promulgou oficialmente a lei 27.669 que regulariza a cannabis medicinal e o cânhamo industrial no país, conforme publicado no Boletim Oficial. A nova legislação estabelece a criação da Agência Reguladora da Indústria do Cânhamo e da Cannabis Medicinal (Ariccame) e será responsável por "regulamentar, controlar e emitir as autorizações administrativas com respeito ao uso de sementes da planta de cannabis, da cannabis e seus produtos derivados".

A Lei do Marco Regulatório para o Desenvolvimento da Indústria da Cannabis Medicinal e o Cânhamo Industrial também prevê a criação do Conselho Federal para o Desenvolvimento da Indústria do Cânhamo e Cannabis Medicinal, que contará com um representante do governo nacional e um por cada província do país. O já existente Instituto Nacional de Sementes (Inase) ditará as normas complementares.

"Este é um passo para o acesso ao direito à saúde", alegou o presidente Alberto Fernández durante o ato de promulgação da lei na última terça-feira (24/05) na Casa Rosada, sede do governo argentino. "Começamos a escutar as mães que, com a cannabis, faziam com que seus filhos pudessem ter uma vida melhor. Começamos a prestar atenção e hoje estamos ganhando uma batalha contra a hipocrisia", disse o mandatário.

"Por trás dessa lei, há uma indústria que produz, que dá trabalho, que trará dólares mas que, fundamentalmente, cure", agregou o presidente.

Também presente na cerimônia, o ministro de Ciência e Tecnologia, Daniel Filmus, ressaltou que a lei representa uma alternativa produtiva, e estima que levará à criação de pelo menos 10 mil postos de trabalho em três anos.

Twitter/Alberto Fernández
'Este é um passo para o acesso ao direito à saúde', alegou o presidente Alberto Fernández

Luta das mães contra o tabu da cannabis

O projeto de lei foi aprovado no dia 5 de maio na Câmara dos Deputados, com 155 votos a favor e apenas 56 contra. O projeto define um marco legal para o investimento público e privado em toda a cadeia da cannabis medicinal e do cânhamo industrial.

A conquista de uma lei para regularizar o uso medicinal da maconha foi resultado da luta de mães cujos filhos padecem alguma doença tratável com cannabis. Diante do tabu e da penalização sobre o cultivo e o uso da maconha, essas mães conformaram uma rede de troca de conhecimentos e produtos para o tratamento de seus filhos. A organização Mamá Cultiva esteve na linha de frente dessa militância.

O cânhamo, apesar de altamente estratégico industrialmente, também padece do tabu por ser também uma planta da família Cannabis. Neste caso, consiste em uma variedade da planta, a espécie Cannabis ruderalis, cujas fibras possuem alto valor industrial, sendo matéria-prima sustentável para a produção têxtil, como algodão, de alimentos, remédios, produtos de beleza e óleos.

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