As manifestações convocadas pela oposição de Cuba para esta segunda-feira (15/11) não obtiveram sucesso em sair às ruas da ilha contra o governo local.
Os atos estavam previstos para ocorrerem em Havana e mais seis regiões do país. No entanto, houve relatos de pequenas aglomerações durante o dia. Segundo a agência de notícias argentina Télam, policiais cubanos estavam à paisana em praças e parques, com outras regiões do país também com um esquema de segurança.
Desde setembro, as mesmas organizações que convocaram as manifestações de julho deste ano, voltaram a marcar outros protestos, pedindo a liberação de supostos “presos políticos”. Na capital cubana, a convocatória estava sendo feita por Yunior García Aguilera, líder da organização Archipiélago (Arquipélago).
Porém, antes da data estipulada para as mobilizações, o governo cubano já havia declarado que as mobilizações não estavam autorizadas por considerá-las inconstitucionais, já que, segundo as autoridades, se tratava de manifestações com financiamento internacional.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou que o protesto convocado pela oposição foi uma “operação fracassada” que se tentou “articular” dos Estados Unidos, sendo um “fracasso retumbante”.
Rodríguez já havia denunciado “uma grosseira manipulação” do algoritmo do Twitter para distorcer a percepção dos protestos em Cuba, provocando a desestabilização no país. De acordo com o chefe da diplomacia cubana, as plataformas norte-americanas “alteram os mecanismos de geolocalização para favorecer operações tóxicas contra Cuba e instigam a ações de desestabilização”.
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Nesta segunda, mais de 80 cidades do mundo realizaram atos e mobilizações em solidariedade a Cuba
“Está em curso no Twitter uma grosseira manipulação de seu algoritmo para dar a impressão de que há um número elevado de usuários localizados em Cuba com posições contra nosso governo”, disse o chanceler.
Ele também acusou o governo dos Estados Unidos de interferência direta nos assuntos cubanos para estimular o protesto.
Desde julho, quando aconteceram as maiores manifestações opositoras desde 1994, representantes do governo cubano passaram a reunir-se com distintos setores organizados da população para escutar suas demandas. “A revolução também começa na periferia”, declarou o presidente da ilha Miguel Díaz Canel.
Solidariedade mundial a Cuba
Ainda nesta segunda, diversos movimentos e coletivos sociais de mais de 80 cidades do mundo realizaram atos e mobilizações em solidariedade a Cuba e ao povo cubano.
As manifestações solidárias à ilha socialista ocorreram em um importante dia para o território cubano, já que houve a retomada do turismo internacional no país, depois de quase dois anos que o setor ficou parado devido à pandemia, e a volta às aulas presenciais de todo o conjunto de estudantes cubanos, após parte deles já estarem com o esquema completo de imunização contra a covid-19.
No Brasil, cidades como São Paulo e Porto Alegre registraram apoio à ilha socialista. Na capital paulista, o ato que contou com a presença de movimento sociais, sindicatos e partidos políticos também teve a presença do cônsul-geral de Cuba em São Paulo, Pedro Monzón, que agradeceu aos brasileiros pela mobilização em defesa do povo cubano contra as ameaças feitas por extremistas de direita.
Os atos de apoio vieram de diversas maneiras e formatos, contando com a participação de grupos militantes, coletivos, redes de pesquisadores, embaixadas, partidos políticos e pessoas independentes.
(*) Com Sputnik, Brasil de Fato e RT en Español.