A social-democrata Magdalena Andersson, primeira mulher eleita premiê na Suécia, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (24/11) horas depois de ter sido eleita em um governo de coalizão pelo Parlamento para governar o país.
A decisão foi anunciada após o fracasso na aprovação de sua Lei Orçamentária e a saída do Partido Verde da coalizão de governo. “Existe uma prática constitucional que diz que uma coalizão deve renunciar quando um partido sai”, disse Anderson à imprensa.
“Não quero liderar um governo que tenha a legitimidade questionada”, acrescentou. Seu plano é conseguir um novo mandato, mas desta vez como chefe de um governo englobando apenas o Partido Social-Democrata.
Andersson havia sido eleita por margem mínima no Parlamento na manhã desta quarta-feira. Dos 349 deputados, 174 votaram contra a social-democrata, e 117, a favor, enquanto 57 se abstiveram e um não participou.
Socialdemokraterna/Flickr
Magdalena Andersson havia sido eleita por um governo de coalizão, mas perdeu apoio do Partido Verde
No sistema sueco, um premiê não precisa contar com maioria parlamentar, desde que a maior parte – ao menos 175 deputados – não seja contra. Como os sociais-democratas têm apenas 100 assentos no Parlamento, Andersson precisará que outros 75 deputados se abstenham no próximo voto de confiança.
A premiê havia conseguido chegar ao poder graças a um acordo de última hora com o Partido da Esquerda para aumentar as aposentadorias, mas o compromisso fez o pequeno Partido do Centro retirar o apoio à Lei Orçamentária. Dessa forma, o Parlamento acabou aprovando um orçamento alternativo apresentado pela oposição.
O golpe final no governo foi dado pelo Partido Verde, que disse que não toleraria trabalhar com uma Lei Orçamentária escrita pela oposição em aliança com a extrema direita, texto que inclui corte de impostos para a indústria do petróleo.
(*) Com Ansa.