Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Política e Economia

Espanha revoga reforma trabalhista para 'resgatar direitos'

Encaminhar Enviar por e-mail

Acordo pretende coibir abusos de trabalho temporário, intermitente e terceirizações, além de estimular negociações coletivas

Paulo Donizetti de Souza

Rede Brasil Atual Rede Brasil Atual

São Paulo (Brasil)
2022-01-03T19:01:08.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

A Espanha começa 2022 com nova legislação, que revoga os efeitos nocivos da reforma trabalhista de 2012. A mudança faz parte de negociação que envolveu empresas, sindicatos e partidos que compõem a coalização que dá suporte ao Partido Socialista Espanhol (Psoe).

Depois de aprovado pelo conselho de ministros na última terça-feira (28), o projeto foi convertido em “real decreto-lei” – um espécie de medida provisória, que coloca as regras em vigor até que sejam ratificadas pelo Legislativo.

Essa nova reforma trabalhista na Espanha, agora com objetivo de resgatar direitos, é parte do acordo entre o partido do governo e o Podemos, partido mais à esquerda. O acordo ajudou a formar a maioria necessária ao Psoe para indicar o primeiro-ministro Pedro Sánchez, após a eleição de abril de 2019.

A reforma trabalhista da Espanha de uma década atrás foi uma das “inspiradoras” da “reforma” feita no Brasil em 2017, sob o governo de Michel Temer. Lá como aqui, o pretexto de baratear as contratações para se criarem mais empregos fracassou. Isso porque, a principal consequência foi a precarização do trabalho e a criação de vagas mal remuneradas, com menos direitos e condições ruins de trabalho.

Dez anos depois, a Espanha volta atrás. O decreto de 30 de dezembro atende ainda a um compromisso do primeiro-ministro Pedro Sánchez com a Comissão Europeia, para garantir a próxima parcela de fundos da União Europeia. Atualmente, o país conta com taxa de desemprego de 14,5%, uma das mais altas do bloco econômico.

Trabalho temporário e terceirizações

O principal objetivo da nova reforma espanhola é acabar com abuso de contratações temporárias, que hoje responde por mais de um quarto das ocupações no país. A ideia é estimular a contratação por prazo indeterminado, que dão mais segurança aos trabalhadores e, portanto, à economia. Além disso, a nova regra extingue a chamada contratação “por obra ou serviço”, equivalente ao “trabalho intermitente” da reforma de Temer.

PES Communications/Flickr
Primeiro-ministro Pedro Sánchez, do partido socialista, chefia coalização que costurou acordo por nova legislação

Os prazos de contratações temporárias passam a ser limitados a seis meses, podendo chegar a um ano, caso haja autorização em negociação coletiva. Em situações temporalmente previstas – como datas festivas ou atividades agrícolas – o período máximo é de 90 dias.

Outro aspecto importante da nova lei é o de tentar coibir as terceirizações. Com isso, trabalhadores contratados por meio de empresas de terceirização terão obrigatoriamente de receber salários iguais aos dos empregados diretos. Por exemplo, no setor financeiro, um terceirizado deverá receber conforme a convenção coletiva firmada entre bancos e os sindicatos de bancários.

O decreto-lei de proíbe ainda demissões de funcionários por motivos econômicos e institui de forma permanente o Expediente de Regulação do Trabalho Temporário. A medida foi criada durante a pandemia para evitar que trabalhadores percam o salário e o emprego devido à suspensão da atividade nas suas empresas.

Negociações coletivas

A reforma espanhola pretende reequilibrar os parâmetros de negociação coletiva, revogando a limitação de ultratividade – a perda de vigência de um acordo coletivo quando expira seu prazo de validade. A medida dificultava as negociações entre empresas e sindicatos. E agora, então, o novo texto estende a vigência dos acordos coletivos, até a conclusão de nova negociação.

Por outro lado, há extensão de regras então criadas para auxiliar empresas afetadas pela covid-19. Em situações críticas, causadas por crises macroeconômicas, se permitirá redução de obrigações previdenciárias. Também poderão se socorrer de mecanismos de flexibilização, com facilitações de folgas compensatórias.

Participe da construção de uma mídia melhor! O mundo, mas principalmente o Brasil, enfrenta uma onda de desinformação e reacionarismo político. Sites como Opera Mundi enfrentam todos os dias, com profissionais dedicados e comprometidos com a boa informação, a maré de mentiras, difundidas pelo Gabinete do Ódio, e desinformação, espalhadas pelas grandes agências mundiais de notícias, com uma leitura crítica e cuidadosa do que acontece no mundo. Com uma assinatura solidária, a partir de R$ 20 por mês você nos ajuda a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa campanha por informações verdadeiras e verdadeiramente transformadoras.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Hoje na História

Hoje na História: 1937 - morre o megaempresário norte-americano John Rockefeller

Encaminhar Enviar por e-mail

Ele encarnou o símbolo do homem de negócios implacável, astuto e sem alma caracterizado no século XIX

Max Altman

2022-05-23T16:45:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

John Davison Rockefeller, homem de negócios rígido, astuto mas sem alma, embora fervoroso batista, o mais marcante e o mais rico dos grandes empresários norte-americanos do final do século XIX, morre em 23 de maio de 1937 em Ormond Beach, Flórida.

A descoberta de uma jazida de petróleo, pela primeira vez, em 27 de agosto de 1859, surge num momento em que as necessidades de claridade não eram mais satisfeitas pelos lampiões tradicionais ou as lâmpadas a óleo.

Aquele óleo negro saído das pedras de Pensilvânia iria revolucionar a vida cotidiana. Esquecidos das lamparinas sujas, custosas e esfumacentas eis que sugue a lamparina a querosene incandescente, uma claridade adequada, de boa luminosidade e relativamente econômica.

A partir da descoberta, ele se dedica à refinar o petróleo bruto, e muito rapidamente, iria dominar a economia do setor. A dominação do setor significava passar pela extração do óleo por meio de poços e ter a capacidade de refinar o produto. E praticamente o único em condições de fazê-lo era John Davison Rockefeller, também fundador da Standard Oil.

Ele iria dominar também as estradas de ferro que transportavam os produtos petroleiros dos locais de extração ao locais de refino, além dos grandes centros consumidores. Passou a ameaçar todos aqueles que se dispunham a com ele concorrer para a construção da arma fatal a solucionar o problema do transporte do petróleo: o oleoduto. E também a fabricar e distribuir no mundo todo os famosos botijões de querosene Jacaré. Os botijões eram distribuídos quase de graça obrigando os usuários a consumir o querosene fabricado pela Standard Oil.

Rockefeller iria visitar uns após outros de seus concorrentes refinadores e propõe a todos eles comprar suas refinarias em troca de um certo volume de ações sem direito a voto de sua própria empresa: a Standard Oil de Ohio.

Usa de métodos muito pouco convencionais, ameaçando os concorrentes em arruiná-los baixando drasticamente o preço do refino. Na verdade, Rockefeller queria era se beneficiar da baixa dos preços de transporte, cujo meio também monopolizava. Pouco demorou para que a Standard Oil viesse a deter 80% do mercado de refino. O produto resultante do refino era a querosene cuja iluminação por intermédios dos lampiões, clareava as noites estendendo pela primeira vez a jornada em muitas horas mais. Mais tarde foi o combustível preferido e adequado que movimentou a nascente indústria do automóvel.

Wikicommons
Rockefeller foi criador da empresa precursora no ramo de petróleo e combustíveis Standard Oil

Era a época do nascimento dos trustes, empresas cheias de tentáculos cujo capital era repartido entre uma minoria de acionistas com direito a voto nas assembleias gerais e os ‘‘trustees’’, acionistas em direito a voto. O abuso da posição dominante dos trustes  como a Standard Oil suscitou a aprovação em 1890 da Lei Shermann ou lei antitruste.

Vinte anos mais tarde, após deter 80% da capacidade de refino em todo o país, por  consequência desta lei e de seus próprios excessos, a Standard Oil foi obrigada a se dividir em 33 sociedades teoricamente independentes. Pouco a pouco, valendo-se das falhas regulamentares, iria se reconstituir em torno da Standard Oil of New Jersey, que seria mais conhecida pelo nome de Esso, depois Exxon e Exxon Mobil para tornar-se a líder de um cartel dominante do setor petrolífero mundial: ‘‘As Sete Irmãs’’, apodo de um cartel oculto que dominou de maneira esmagadora o setor petrolífero mundial durante a primeira metade do século XX.

São compostas dos principais filhos da Standard Oil fundada por John Rockefeller e pulverizada conforme a lei Shermann: Standard Oil of New Jersey (Esso, hoje Exxon-Mobil), Standard Oil of New York (Socony ou Mobil, hoje Exxon-Mobil), Standard Oil of California (Chevron), Texaco (Chevron), Gulf Oil (Chevron), assim como de duas companhias europeias: Anglo-Persian (hoje British Petroleum, ou BP) e Shell.

Também nesta data:

1703 - Surge no Irã a fé baháí
1498 - Após desafiar o papa, Savonarola é morto
1873 - É criada a Real Polícia Montada do Canadá
1992 - O juiz Giovanni Falcone é assassinado pela máfia
1934 - Polícia mata o famoso casal de foras-da-lei Bonnie e Clyde

(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.

Participe da construção de uma mídia melhor! O mundo, mas principalmente o Brasil, enfrenta uma onda de desinformação e reacionarismo político. Sites como Opera Mundi enfrentam todos os dias, com profissionais dedicados e comprometidos com a boa informação, a maré de mentiras, difundidas pelo Gabinete do Ódio, e desinformação, espalhadas pelas grandes agências mundiais de notícias, com uma leitura crítica e cuidadosa do que acontece no mundo. Com uma assinatura solidária, a partir de R$ 20 por mês você nos ajuda a fazer mais e melhor o nosso trabalho em várias plataformas: site, redes sociais, vídeos, podcast. Entre nessa campanha por informações verdadeiras e verdadeiramente transformadoras.

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados