As primeiras unidades da força de paz da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, na sigla em inglês), aliança que reúne a Rússia e outros cinco países, aterrissaram no Cazaquistão nesta quinta-feira (06/01), segundo informou o Ministério da Defesa do país.
O Ministério declarou que um avião com militares da força de paz aterrissou no país, mas que o envio de tropas e equipamento ainda vai continuar. A aliança anunciou mais cedo que estava enviando uma unidade ao Cazaquistão para conter a escalada violenta dos protestos que acontecem na nação asiática desde o dia 2 de janeiro.
Os protestos por conta do aumento do preço dos combustíveis tiveram o momento mais violento entre a noite desta quarta-feira (05/01) e a madrugada da quinta-feira. Estima-se que dezenas de pessoas faleceram, entre manifestantes e agentes de segurança.
Além da Rússia, a organização é composta por Cazaquistão, Armênia, Quirguistão, Uzbequistão e Tadjiquistão. Os militares da aliança vão realizar operações de segurança nas instalações importantes.
Reprodução/ @CSTO_ODKB
Militares da aliança vão realizar operações de segurança nas instalações importantes do Cazaquistão
Na maior cidade do país, Almaty, é a região que a situação mais crítica foi registrada, onde manifestantes invadiram o escritório do prefeito e a antiga residência presidencial e atacaram as forças policiais nesta quarta.
Protestos e renúncia do governo
As manifestações no Cazaquistão começaram no último domingo (02/01) após o governo do então premiê Askar Mamin anunciar uma alta no aumento do preço do gás liquefeito de petróleo (GLP), que é usado tanto nas residências como para abastecer veículos.
Centenas de pessoas saíram às ruas em diversas cidades e na terça-feira (04/01) o governo decretou estado de emergência para conter os atos. Na quarta, o presidente Kassym-Jomart Tokayev aceitou a renúncia do primeiro-ministro e nomeou interinamente para a chefia do governo o então vice-premiê, Alihan Smaiylov.
Nesta quinta, o interino anunciou que vai segurar o aumento do preço do GLP por mais seis meses para tentar acalmar a crise de “maneira urgente”. “A medida é para tentar estabilizar a situação socioeconômica”, diz o governo em nota oficial.
No entanto, os protestos se acentuaram e ficaram cada vez mais violentos, com alguns grupos invadindo prédios públicos.
(*) Com Ansa e Sputnik.