O presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, anunciou nesta terça-feira (11/01) o fim da missão de paz enviada pela Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO) ao país para conter os protestos violentos que aconteceram na nação asiática desde o dia 2 de janeiro.
Tokayev especificou que a situação em todas as regiões cazaques é “estável”, acrescentando que a missão principal do CSTO foi concluída. A partida do contingente terá início em 13 de janeiro.
“Em geral, a fase aguda da operação de contraterrorismo já passou. A situação em todas as regiões é estável. Neste sentido, declaro que a missão principal das forças de paz da CSTO foi concluída com sucesso”, disse Tokayev, afirmando ainda que a retirada será feita em etapas e não levará mais que dez dias.
O CSTO é composto por Armênia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia e Tadjiquistão, além da Sérvia e do Afeganistão como observadores. Tokayev enfatizou que a resposta da organização permitiu recuperar Almaty, a maior cidade do país e sua antiga capital, e, assim, não perder o controle sobre todo o Cazaquistão.
“As tentativas de golpe, as ameaças à integridade do país falharam. Juntos, como uma nação, defendemos Almaty e outros centros regionais. Eles serão restaurados o mais rápido possível”, disse.
Em meio a tumultos violentos que eclodiram por por “gangues terroristas” no Cazaquistão, a aliança liderada pela Rússia havia anunciado que enviaria forças de paz ao país da Ásia Central para apoiar na restauração da estabilidade e fornecer proteção em pontos estratégicos.
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Após dias de protestos, Kassym-Jomart Tokayev descreveu situação do Cazaquistão como ‘estável’
Nesta segunda-feira (10/01), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, recordou que as forças de manutenção da paz da CSTO foram enviadas ao Cazaquistão a pedido oficial do país.
Para o presidente russo, os eventos no Cazaquistão não são a primeira, nem a última tentativa de intervenção estrangeira. “Tenho a certeza de que, com esforços conjuntos, logo a situação em todo o país estará definitivamente sob controle e estabilizada, e que a paz e tranquilidade retornarão finalmente ao Cazaquistão”, afirmou Putin.
Moscou defende que os Estados Unidos não queriam a presença da missão no Cazaquistão, mas sim a continuação da desestabilização do país.
“Da parte de Washington, escutamos que o governo norte-americano precisa de uma explicação do por que o Cazaquistão pediu ajuda à CSTO. A administração dos EUA não queria a missão de paz, mas sim que a situação de desestabilização no território cazaque se mantivesse”, disse o presidente do Parlamento russo Vyacheslav Volodin.
Os protestos em massa contra o aumento dos preços dos combustíveis no Cazaquistão começaram no início de 2022. Desencadeadas nas cidades de Aktau e Zhanaozen, as manifestações se alastraram para Almaty, onde os protestantes invadiram instituições públicas.
Em resposta, as autoridades introduziram o estado de emergência em todo o território até 19 de janeiro e iniciaram uma operação “antiterrorista”.
(*) Com RT e Sputnik News.