O presidente da Croácia, Zoran Milanovic, falou nesta terça-feira (25/01) sobre a recente escalada de tensão na fronteira da Ucrânia com a Rússia, descrevendo o comportamento dos Estados Unidos como “perigoso” em relação à segurança internacional. As declarações foram citadas pela agência Tass.
Segundo o mandatário, as “tendências” nas políticas domésticas dos Estados Unidos, “sendo conduzidas por Joe Biden e seu governo”, no que diz respeito às questões de segurança internacional, são “inconsistentes” e, representam “um comportamento perigoso”.
É esse contexto que motivou a decisão de Milanovic de retirar suas tropas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) caso haja conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
“Tenho acompanhado de perto as declarações que indicam que a Otan – não um país, nem os Estados Unidos – está aumentando sua presença e enviando alguns navios de reconhecimento. Nós não temos nada a ver com isso, nem vamos ter, isso eu posso garantir”, declarou.
Milanovic chegou a dizer ainda que não enviará tropas em caso de escala de conflito. E que, ao contrário, convocaria todas as tropas, “até o último soldado croata”.
A situação na fronteira esquentou após as reuniões entre norte-americanos, Otan e russos não obtiveram resultados, e a medida que os países ocidentais acusam Moscou de estarem prontos para uma invasão.
O governo russo nega a acusação e aponta o expansionismo da aliança militar no leste do continente como motivo para a “degradação da segurança europeia”. “O aumento de atividade da Aliança nas proximidades de nossas fronteiras não pode ser ignorado pelos nossos militares, que são responsáveis pela segurança de nosso país”, chegou a afirmar o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov.
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Presidente Zoran Milanovic disse que não pretende enviar tropas para a Ucrânia em caso de escala de conflito
Além disso, no final de 2021, o país propôs uma série de garantias de segurança entre os países, entregando documentos sobre o tema, que foram rejeitados.
Os Estados Unidos ordenaram a retirada imediata das famílias dos diplomatas e de funcionários não essenciais da Ucrânia entre a noite deste domingo (23/01) e a madrugada desta segunda (24/01). O Reino Unido também anunciou a saída dos funcionários não essenciais da embaixada de Kiev por conta da “ameaça crescente” da Rússia na relação com os ucranianos.
Kiev criticou a decisão de Washington e Londres de retirar os funcionários, considerando a medida como “prematura”.
EUA planeja novas sanções contra a Rússia
A administração de Biden disse estar pronta para introduzir, em conjunto com a União Europeia, sanções “imediatas” e “mais duras” que em 2014 contra a gestão de Vladimir Putin. “Estamos prontos para introduzir sanções com consequências em larga escala. O gradualismo [das sanções] está fora, desta vez começamos no topo”, descreveu o governo.
Segundo a Casa Branca, embora as ações do país norte-americano e de países da União Europeia serem diferentes, “estamos unidos na vontade de criar grandes consequências à Rússia, infligir um golpe imediato e forte […] tornar sua economia mais frágil e sufocar a ambição de Putin de exercer influência no cenário mundial”.