A ministra das Relações Exteriores do Chile, Antonia Urrejola, disse em conversa ao jornal chileno La Tercera no último domingo (15/05) que o governo está pedindo a participação de Cuba, Nicarágua e Venezuela na IX Cúpula das Américas, que será realizada em Los Angeles, nos Estados Unidos, entre os dias 6 e 10 de junho.
Apesar de condenar a posição do país, que está sediando o encontro pela primeira vez, a gestão de Gabriel Boric confirmou presença na reunião, contrastando com os posicionamentos tomados pelos líderes da Bolívia e do México, que ameaçaram boicotar a Cúpula caso a exclusão seja efetiva.
“Os últimos anos mostram que a exclusão não deu resultados em matéria de direitos humanos na Venezuela, Nicarágua e Cuba”, opinou a chanceler, acrescentando que a posição do recém-eleito presidente Boric, e da própria Urrejola, a respeito de supostas violações di direitos humanos nestes países é amplamente conhecida.
“O que temos insistido nas conversas bilaterais, e o que o presidente deseja, é que, esperançosamente, esta seja uma cúpula o mais ampla possível”, disse a ministra, afirmando que, do contrário, o evento perderia força devido à ausência de espaços de diálogo.
Urrejola ainda pontuou que a região está “superfragmentada” e “polarizada”, declarando que, “de alguma maneira, sob a liderança do presidente [Joe] Biden, seria importante poder conversar para além das diferenças”. A chanceler declarou que manteve conversas com os chefes da pasta de Relações Exteriores em países como a Costa Rica, onde especificou a necessidade de promover o diálogo na região apesar das diferenças existentes.
No entanto, a diplomata indicou que, independentemente da decisão final adotada pelo país anfitrião da cúpula, o governo do Chile confirma sua participação durante o encontro.
Alguns dias antes, o chefe da diplomacia norte-americana para as Américas, Brian Nichols, confirmou que seu país excluirá Cuba, Nicarágua e Venezuela de sua lista de convidados. Após as declarações de Nichols, México, Honduras, Argentina e Bolívia rejeitaram a posição da Casa Branca e anunciaram que não participariam do evento se esses países fossem definitivamente excluídos da reunião.
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Chanceler opina que ‘exclusão não deu resultados em matéria de direitos humanos na Venezuela, Nicarágua e Cuba’
Rascunho da nova Constituição
O Plenário da Assembleia Constitucional do Chile apresentou no último sábado (14/05) o primeiro rascunho da nova Constituição do país sul-americano, votando as últimas normas e artigos que estavam em discussão.
Com 131 votos a favor, duas abstenções e outros dois votos contra, o Plenário aprovou a preposição formulada pela presidente do órgão, María Elisa Quinteros, para encerrar esta etapa do debate.
A minuta da futura Carta Magna tem um total de 499 artigos, que devem agora ser discutidos pela Comissão de Harmonização da Assembleia Constitucional nos próximos dias.
Ao encerrar os debates e apresentar o anteprojeto da possível Constituição, os convencionais e todas as pessoas presentes no hemiciclo comemoraram esse avanço com gritos e aplausos. “Hoje marcamos um episódio muito importante. Temos o prazer de anunciar formalmente o encerramento do debate constitucional após 103 sessões plenárias”, disse Quintero.
Da Assembleia Constitucional foi indicado que “o projeto dá uma resposta em muitos assuntos às demandas dos chilenos”. A Constituição chilena decorrente da Convenção Constitucional será a primeira feita por representantes de todo o país, eleitos por paridade de gênero e com assentos reservados aos povos indígenas pelos cidadãos.
Os chilenos são chamados a participar em 4 de setembro de um plebiscito para aprovar ou rejeitar o texto constitucional que surgiu da Assembleia Constitucional.
(*) Com TeleSur.