A polícia do Texas, nos Estados Unidos, admitiu nesta sexta-feira (27/05) que errou ao esperar quase uma hora para entrar em uma escola da cidade de Uvalde onde um atirador matou 21 pessoas, incluindo 19 crianças e duas professoras.
As autoridades fizeram a declaração durante uma coletiva de imprensa, marcada para responder questionamentos e críticas sobre a atuação do órgão durante o massacre cometido por Salvador Ramos, de 18 anos, com um fuzil semi-automático AR-15, na última terça-feira (24/05).
Steven McCraw, diretor do Departamento de Segurança Pública do Texas, relatou que Ramos disparou pelo menos 100 balas durante a ofensiva. O segurança da escola, segundo McCraw, não estava no local quando o assassino chegou, mas “ouviu o telefonema para o número da emergência e correu para a instituição”.
A polícia foi acionada por sobreviventes, incluindo crianças, que fizeram telefonemas para o departamento logo após Ramos invadir a Escola de Ensino Fundamental Robb.
“Naquele momento, o criminoso ainda estava do lado de fora do prédio e estava atirando em direção à escola, além de ter disparado contra dois funcionários de um carro funerário próximo”, disse McCraw.
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19 policiais estavam dentro da Escola de Ensino Fundamental Robb quando Salvador Ramos, de 18 anos, foi morto
O diretor do Departamento de Segurança Pública do Texas definiu como “uma decisão errada” a ideia do comando presente na escola de esperar o apoio de uma equipe tática antes de agir e arrombar a porta da sala de aula onde o assassino estava atirando contra os estudantes.
McCraw explicou que o comandante que havia tomado a decisão pensava que “não havia crianças em risco”. “A decisão foi feita na cena do crime. Claro que foi uma decisão errada, não há desculpa para isso”, afirmou.
Para McCraw, a sala onde Ramos fazia disparos deveria ter sido invadida pelos 19 policiais que estavam dentro do colégio na hora em que o assassino foi morto, mais de uma hora depois do início do ataque.
Questionado se devia um pedido de desculpas aos pais das vítimas, o diretor do Departamento de Segurança Pública do Texas respondeu: “Se eu achasse que poderia ajudá-los, pediria desculpas”
(*) Com ANSA