Dino de Laurenttis, produtor cinematográfico e um dos principais representantes do cinema italiano do pós-guerra, faleceu nesta quinta-feira (11/11) em Los Angeles aos 91 anos. Ele produziu mais de 200 filmes, entre elas, títulos como Arroz amargo, Noites de Cabíria, Barbarella, Hannibal – A origem do Mal, A Estrada da Vida e Veludo Azul.
Efe
Os produtores Aurelio De Laurentiis, Martha De Laurentiis Dino De Laurentiis em foto de 2007
Nascido em 18 de agosto de 1919 em Torre Annunziata, Campânia (Itália) e de pai fabricante de espaguetes, com 17 anos partiu para Roma para estudar no Centro Sperimentale di Cinematografia, trabalhando como ator e cinegrafista para pagar seus estudos. Com apenas 20 anos já tinha participado da produção de seu primeiro filme, Na hora da zona morta (1939), de Emanuele Caracciolo, na qual também fez um papel como ator.
Após servir no exército italiano durante a Segunda Guerra Mundial, voltou ao mundo do cinema, e em 1949 conseguiu seu primeiro sucesso comercial e de crítica com Arroz amargo, de Giuseppe de Santis e protagonizado por Silvia Mangano e Vittorio Gassman.
No início dos anos 1950, junto com Carlo Ponti, fundou a produtora “Ponti-De Laurentiis”, que realizou inúmeros longas-metragens de sucesso. Desta época, destaque para A Estrada da Vida (1954) e Noites de Cabíria (1956), de Federico Fellini, que ganharam o Oscar de melhor filme de língua estrangeira em 1956 e 1957, respectivamente.
Após romper com Carlos Ponti em 1957, Laurentiis se propôs construir seus próprios estúdios em Roma e em 1964 inaugura os estúdios “Dinocitta”, nos quais realizou filmes como A Bíblia… no início, de John Huston (1966); O estrangeiro (1967), de Luchino Visconti; Barbarella (1968), de Roger Vadim, e Waterloo (1971), de Sergei Bondarchuk. Depois, os estúdios foram forçados a fechar devido à crise na indústria cinematográfica italiana e a uma série de fracassos do próprio de Laurentiis. O produtor acabou vendendo a propriedade ao governo italiano.
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Ida para os EUA
Em 1972, transferiu-se a Nova York a família e em 1983 criou uma produtora em Wilmington (Carolina do Norte) chamada “De Laurentiis Entertainment Group Studios”, que também se viu forçado a vender por problemas econômicos em 1988, mas dois anos mais tarde criaria “Dino De Lautentiis Communications” (DDLC).
Desde que começou a viver nos Estados Unidos, Dino De Laurentiis produziu alguns sucessos de crítica como A época do Ragtime (1981), de Milos Forman, e Veludo Azul (1986), de David Lynch, mas também fracassos de bilheteria como Fucarão (1979), de Jan Troell e Tai-Pan (1986), de Daryl Duke. Entre os sucessos comerciais destaque para os títulos como Flash Gordon (1980), de Mike Hodges; e as duas sequências de O Silêncio dos Inocentes, Hannibal (2000), de Ridley Scott.
Prêmios
Seu último projeto foi o filme Território Virgem (rebatizado de “Decameron: Angels & Virgins”), em 2007, de David Leland.
De Laurentiis recebeu inúmeros prêmios como o Leão de prata do Festival de Veneza em 1952, o prêmio do Círculo de Críticos de Nova York e um Globo de Ouro em 1956.
Em 2000, foi agraciado com o prêmio Irving G. Thalberg, o mais importante dado a um produtor, por toda sua carreira e que é entregue junto com os prêmios do Oscar. Em 2003, recebeu Leão de Ouro por sua trajetória cinematográfica no Festival de Veneza.
Em 1949, casou-se com a atriz Silvana Mangano, com quem teve três filhas e um filho e divorciou-se em 1983. Um ano depois da morte de sua ex-esposa, em 1989, casou-se com a também produtora Martha Schumacher com quem teve duas filhas. Sua filha Raffaella de Laurentiis é produtora em Hollywood e possui sua própria companhia desde 1987.
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