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Política e Economia

Colômbia: ELN pede retomada de negociações de paz; Petro promete cessar-fogo bilateral

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Nas últimas 24h, outro ex-guerrilheiro que assinou os Acordos de Paz foi morto; somam 22 homicídios somente em 2022

Michele de Mello

Brasil de Fato Brasil de Fato

São Paulo (Brasil)
2022-07-05T18:45:00.000Z

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Faltando pouco mais de um mês para a posse, o presidente recém-eleito na Colômbia, Gustavo Petro, declarou, em entrevista a uma rádio local, na manhã desta terça-feira (05/07), que está disposto a um cessar-fogo bilateral com a guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN). 

"Há que levantar a pausa e reconhecer os protocolos em primeiro lugar, o que significa que os mediadores voltem e se reinstale a mesa", disse Petro. As negociações de paz com o ELN foram interrompidas pelo governo de Iván Duque, em agosto de 2018.  

Durante as eleições, a maior guerrilha ativa na Colômbia, com presença em 200 municípios, anunciou um cessar-fogo unilateral como demonstração do seu interesse no diálogo. Na última segunda-feira (04/07), o atual comandante do ELN, Eliécer Herlinto Chamorro, conhecido como "Antonio García", publicou um comunicado reiterando a disposição em retomar as negociações com o novo governo "para que seus resultados tragam paz com justiça social para toda a Colômbia".

O Pacto Histórico venceu as eleições presidenciais e legislativas tendo como principal bandeira a garantia da paz duradoura na Colômbia, um país atravessado por 58 anos de conflito armado. "O que eu peço é um cessar-fogo, que será bilateral, e o começo de negociações jurídicas para a maioria dos casos e de negociações políticas para a minoria dos casos. Queremos acabar com a guerra", declarou nesta terça-feira, o presidente eleito, Gustavo Petro. 

O ELN foi criado em 1964, sob inspiração da Revolução Cubana e da Teologia da Libertação, e é o último grupo insurgente com ação nacional reconhecido na Colômbia após os Acordos de Paz de 2016. Com cerca de 2,3 mil membros, estão concentrados, na sua maioria, nos departamentos de Arauca, Cauca, Chocó, Nariño, Catatumbo e Antioquia, segundo a Fundação Paz e Reconciliação (Pares).

Ataques à paz

Paralelamente às declarações de disposição para a paz, outro ex-guerrilheiro foi assassinado na noite de segunda-feira (04/07). Ronald Rojas, conhecido como "Ramiro Durán", foi comandante das extintas FARC-EP e hoje era presidente da Associação de Desmobilizados pela Paz no departamento de Huila. Rojas foi assassinado a tiros na sua casa em Palermo.  

O dirigente da reincorporação à vida civil dos ex-guerrilheiros em Huila já havia denunciado, em mais de uma ocasião, que sofria ameaças de morte.

Wikicommons
Pacto Histórico venceu as eleições presidenciais e legislativas tendo como principal bandeira a garantia da paz duradoura na Colômbia

"Os ataques não estão exclusivamente direcionados às comunidades de reincorporados, senão também ao universo de pessoas que gravitam no nosso entorno como colaboradores, camponeses na região que nos fazem algum favor", denunciou em entrevistas a meios locais em 2020.

Ronald Rojas foi delegado pelas FARC-EP para a Comissão de Seguimento, Impulsionamento e Verificação à Implementação dos Acordos, tendo interlocução direta com representantes dos governos de Juan Manuel Santos e Iván Duque. 

🔴 #FirmanteDeAcuerdoAsesinado

👥 Nombre: Ronald Rojas
📆 Fecha: 04/07/22
📍 Lugar: Palermo, Huila
➡️ Ronald Rojas era firmante del acuerdo de paz, quien realizaba su proceso de reincorporación en el departamento del Huila. pic.twitter.com/5Rek5XBJMU

— INDEPAZ (@Indepaz) July 5, 2022

Em abril do ano passado, Durán, junto a outros dirigentes, como Victoria Sandino e Benkos Biojó, desligou-se do partido Comunes, fundado a partir das FARC-EP, mas reiterou sua disposição para alcançar a paz na Colômbia. 

"Manifesto publicamente que meus esforços, conhecimento e experiência seguirão comprometidos com a defesa do Acordo e da reincorporação socioeconômica de ex-guerrilheiros e ex-guerrilheiras. Para isso, sempre estarei disposto", declarou em 2021.

Durán também foi dirigente da Associação pela Reincorporação e a Paz (Asopropaz), que buscava criar associações cooperativas de pequenos agricultores e projetos de economia solidária para garantir a reincorporação de ex-combatentes à vida civil.

Com este caso, já são 22 ex-guerrilheiros assassinados somente neste ano e 321 desde a assinatura dos Acordos de Paz de 2016. Duque deixará a presidência em alguns dias como a gestão mais violenta para líderes sociais e assinantes dos acordos. Segundo levantamento do Instituto de Desenvolvimento da Paz (Indepaz), 1.637 líderes comunitários e ex-combatentes que assinaram os acordos foram mortos desde 2016, sendo que 60% dos casos aconteceram durante a gestão de Iván Duque (Centro Democrático).

O Conselho Político do partido Comunes publicou uma nota condenando o caso. "Chamamos atenção para a maneira sistemática como acontecem esses fatos, que obedecem a uma plano premeditado do governo atual que se dedicou durante quatro anos a sabotar e descumprir os Acordos de Paz", denunciam. 

A Comissão Nacional de Reincorporação do Comunes tem a sua própria conta e afirma que são 333 ex-guerrilheiros que assinaram os Acordos de Paz assassinados, sendo 252 durante o atual governo. 

O chefe da Missão de Paz da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, foi uma das vozes a se manifestar sobre o homicídio. "Condeno o assassinato e reitero a necessidade de reforçar a segurança de ex-combatentes e líderes da paz", publicou.

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Política e Economia

Para chegar a acordo nuclear, Irã exige novas concessões dos Estados Unidos

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Governo iraniano quer garantias de que Washington não sairia novamente, como fez em maio de 2018, do acordo nuclear firmado em 2015

Redação

RFI RFI

Paris (França)
2022-08-16T12:33:00.000Z

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O Irã enviou na noite desta segunda-feira (15/08) sua resposta sobre a questão nuclear ao chefe da diplomacia europeia, Josep Borell, em que estabelece suas condições. A decisão acontece quando a União Europeia afirma que este seria um “texto final”, a ser adotado ou abandonado em definitivo.

A resposta de Teerã, enviada antes da meia-noite, exige mais concessões dos Estados Unidos. “O Irã expressou preocupação com diversos pontos pendentes. Essas não são questões que os ocidentais não possam resolver. Estamos mais próximos de um acordo, mas até que esses problemas sejam resolvidos, o trabalho não será concluído”, afirmou à RFI Seyed Mohammad Marandi, assessor da equipe de negociação iraniana.

Até então, o chefe da diplomacia iraniana, Hossein Amir Abdollahian, havia especificado que os norte-americanos haviam demonstrado “oralmente” flexibilidade em duas das três questões pendentes, mas que o Irã queria garantias de que Washington não sairia novamente - como fez em maio de 2018 - do acordo nuclear firmado em julho de 2015.

Isso significa que nada é definitivo ainda. Especialmente desde que o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, reagiu dizendo que Teerã deveria abandonar suas exigências "supérfluas".

Wikimedia Commons
Resposta de Teerã exige mais concessões dos norte-americanos

A União Europeia, por sua vez, "estuda" a resposta do Irã ao "texto final" elaborado pelo bloco para salvar o acordo de 2015 sobre a questão nuclear iraniana "em consulta com seus parceiros", anunciou nesta terça-feira (16/08) uma porta-voz da Comissão Europeia.

Posição de vantagem

Com a guerra na Ucrânia, a crise energética às vésperas do inverno no hemisfério norte e com os avanços consideráveis em seu programa nuclear, Teerã acredita estar em posição de vantagem e quer obter o máximo de concessões dos Estados Unidos e dos países europeus antes de qualquer acordo.

Após meses de impasse, as discussões foram retomadas em 4 de agosto na capital austríaca para mais uma tentativa de salvar, sob a égide da UE, o acordo internacional concluído em 2015 entre Irã, Estados Unidos, Grã-Bretanha, China, França, Alemanha e Rússia.

Em 26 de julho, o chefe da diplomacia europeia e coordenador do acordo nuclear iraniano, Josep Borrell, apresentou um projeto de compromisso e incentivou as partes envolvidas nas negociações a aceitá-lo para evitar uma “perigosa crise”.

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