O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, destacou, nesta terça-feira (26/07) durante um ato na cidade de Cienfuegos em comemoração ao Dia da Rebeldia Nacional, que o governo do país está interessado em “impedir que o passado volte”.
“O futuro não pode voltar a ser passado. Seria o retorno a um banho de sangue, ao ódio que só a Revolução transformou para sempre”, declarou o mandatário.
A celebração do Dia da Rebeldia Nacional rememora o ataque ao quartel Moncada, em Santiago de Cuba, que ocorreu há 69 anos, em 26 de julho de 1953, quando jovens cubanos liderados por Fidel Castro, revoltados com a ditadura de Fulgêncio Batista e com as condições de existência na ilha caribenha, que até então era tida como “quintal” dos Estados Unidos, partem para a luta armada.
Neste mesmo dia, também há 69 anos, ocorreu o ataque ao quartel Carlos Manuel de Céspedes, localizado em Bayamo.
Como lembra a Rede de Intelectuais, Artistas e Movimentos Sociais “Em Defesa da Humanidada” (REDH), os jovens que estavam à frente das ações contra os quartéis eram “intimamente ligados ao povo, conscientes de suas necessidades e lutas”.
Eles tinham como autor intelectual de seus atos o jornalista, político e poeta José Martí, que participou ativamente na organização da independência de Cuba do domínio espanhol no século XIX. É desta figura histórica que surgem os embriões do anti-imperialismo.
De tal forma, o movimento do dia 26 de julho foi o pontapé inicial para a organização guerrilheira que culminaria na Revolução Cubana e na queda da ditadura de Batista.
Omara García/Agência Cubana de Notícias
Celebração em Cienfuegos reuniu mais de 10 mil pessoas
“Celebramos este 26 de julho, o Dia Nacional da Rebeldia cubana, com a convicção de que seu legado é uma referência essencial para as próximas batalhas a serem travadas para o bem de Nossa América”, destaca a REDH em comunicado.
Na presença de mais de 10 mil pessoas em Cienfuegos, ao lado de Raúl Castro, general do Exército, irmão de Fidel e um dos líderes da revolução, Díaz-Canel afirmou nesta terça que a história “impulsiona” e “encoraja” e que, apesar do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos, que dura há mais de 60 anos, o mandatário quer “fazer um país melhor para nós mesmos”.
“O bloqueio se mantém porque sem ele este país seria um modelo de sociedade humana subversivo demais para a ordem mundial”, afirmou o mandatário.
Apesar do impacto do embargo, “não abdicamos de beneficiar a todos com múltiplas possibilidades de realização humana”, disse Canel, acrescentando que os EUA querem demonizar o socialismo para “impedir que outros povos sejam guiados por nossa experiência”.
Para ele, o bloqueio é a melhor prova de que o socialismo funciona porque, apesar disso, Cuba continua sendo referência no acesso à saúde, educação e segurança.
Díaz-Canel ainda ressaltou a importância de manter confiança permanente na “vitória” e que cabe “à atual geração de revolucionários cubanos vencer a batalha econômica, a burocracia, insensibilidade e ódio dos adversários”.