Com muito pouco você
apoia a mídia independente
Opera Mundi
Opera Mundi APOIE
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Podcasts
Política e Economia

Superministério: Fernández empossa novo titular para a gestão econômica da Argentina

Encaminhar Enviar por e-mail

Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Sergio Massa, assume cargo de pasta que engloba Economia, Desenvolvimento Produtivo, Agricultura, Pecuária e Pesca

Redação Opera Mundi

São Paulo (Brasil)
2022-08-03T18:06:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

O ex-presidente da Câmara dos Deputados da Argentina, Sergio Massa, assumirá nesta quarta-feira (03/08) o cargo de ministro da Economia, Desenvolvimento Produtivo, Agricultura, Pecuária e Pesca, segundo a nova estrutura de “superministério”, organizada pelo presidente Alberto Fernández.

“Homens e mulheres argentinos exigem de nós soluções para seus problemas. Ordem, coordenação e planejamento são os pilares para conseguir atingir esse objetivo”, anunciou Massa em sua conta no Twitter.

Político de trajetória na ala à direita do peronismo, Sergio Massa deixou a presidência da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (02/08), na Argentina, para assumir os rumos econômicos do país, tendo indicado a deputada Cecilia Moreau, da Frente Renovador, para assumir seu cargo no parlamento. 

É a primeira mulher na história a ocupar a presidência da casa legislativa no país.

Para Alberto Fernández, "sua visão, capacidade e experiência nos permitirão continuar trabalhando e melhorando o roteiro que traçamos para levar a Argentina ao lugar que queremos e merecemos".

Sergio Massa/Twitter
Sergio Massa deixou o cargo de presidente da Câmara dos Deputados para assumir superministério

Nos últimos dias, o novo ministro nomeou os funcionários que ocuparão os cargos de sua extensa equipe de trabalho, de acordo com a estrutura unificada de diversas pastas produtivas.

Sergio Massa é o terceiro ministro da Economia em menos de dois meses, para resolver o aumento dos preços, a dívida pública e a desvalorização da moeda sofrida pela Argentina.

Silvina Batakis, designada em meio à crise desatada no governo com a renúncia inesperada de Martín Guzmán em 2 de julho, terminou sendo uma ministra de transição diante da pressão de setores econômicos do país. 

A crise cambial que afetou o dólar no país latino-americano não cessou, com aumento exponencial de preços na Argentina nos últimos dias.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Política e Economia

Relatório denuncia lobby do agronegócio no governo Bolsonaro

Encaminhar Enviar por e-mail

Levantamento indica que representantes de grandes multinacionais têm sido recebidos com frequência pela cúpula do Ministério da Agricultura

Edison Veiga

Deutsche Welle Deutsche Welle

2022-08-09T18:00:00.000Z

Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

Entre janeiro de 2019 e junho de 2022, grandes empresas multinacionais do setor do agronegócio se reuniram pelo menos 278 vezes com membros do alto escalão do governo federal, principalmente no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), onde houve 160 reuniões do tipo. Esse acesso constante, facilitado no governo Jair Bolsonaro, tem funcionado como lobby para medidas como flexibilização de regras para agrotóxicos e facilitação de teste para novas substâncias químicas em campo.

Segundo levantamento realizado pelo observatório De Olho nos Ruralistas, a empresa Syngenta é a campeã de reuniões com a cúpula governamental: foram 81 encontros no período. Em seguida vem a JBS, com 75, e a Bayer, com 60. No caso desta, contudo, uma informação chama a atenção: 16 das reuniões ocorridas com o Mapa sequer constaram da agenda oficial da pasta, só tendo sido reveladas mediante registros obtidos via Lei de Acesso à Informação.

Coordenador do levantamento, o pesquisador Bruno Stankevicius Bassi ressalta que mesmo o lobby, por si só, não sendo ilegal, é notável a falta de isonomia no tratamento conferido pelo ministério aos diversos setores interessados em debater o tema. "Apesar de não ser regulamentado no Brasil, o lobby não é ilegal. Ele é um recurso comum às democracias representativas", comenta.

"O problema está na disparidade de poder que existe entre a influência do agronegócio e de atores sociais impactados pelos projetos de lei da bancada ruralista, como povos indígenas, quilombolas e camponeses”, argumenta Bassi. "Enquanto o agronegócio conta com uma estrutura institucionalizada e com recursos fixos providos por dezenas de entidades de de classe, […] os movimentos sociais não possuem o mesmo acesso ou recursos.”

Ele exemplifica com números do próprio relatório: enquanto os representantes das empresas foram recebidos 160 vezes por oficiais do Mapa – sendo que 16 reuniões contaram com a participação da própria ministra Tereza Cristina –, os movimentos sociais só foram recebidos pelo governo duas vezes. "Não há como comparar essas duas forças”, frisa Bassi.

Média é o triplo do governo Temer

O levantamento mostra também que o governo Bolsonaro tem uma média de encontros do tipo superior a gestões anteriores. Na gestão Temer, houve 1,12 reunião por mês de executivos do agronegócio com o ministério. De 2019 para cá, essa média saltou para 3,81 encontros por mês – mais do que o triplo.

A DW Brasil questionou o governo Bolsonaro sobre o relatório produzido pela De Olho nos Ruralistas e, especificamente, perguntou por que não há peso igual, na agenda do Mapa, para outros setores envolvidos no mundo agrícola, além de por que pelo menos 16 encontros com a Bayer não constavam de agenda oficial.

Em nota, o ministério limitou-se a responder que "realiza periodicamente reuniões técnicas com representantes de entidades públicas e privadas do setor produtivo agropecuário para colher subsídios e informações relevantes para a formulação de políticas públicas para o desenvolvimento do setor”.

Florian Kopp/imageBROKER/picture alliance
Plantação de cana-de-açúcar na Bahia

"A administração pública não pode ser confundida com interesses privados de empresas e grupos econômicos”, comenta o ambientalista Marcio Astrini, secretário do Observatório do Clima. "O agravo é quando o conhecimento, a ciência, o interesse coletivo e a impessoalidade correm riscos frente a interesses comerciais ou pessoais. É o que estamos assistindo na proposta que retira as avaliações ambiental e de saúde pública do registro de novos agrotóxicos."

A referência é ao projeto que ficou conhecido popularmente como PL do Veneno, atualmente aguardando apreciação pelo Senado. Astrini ressalta que a aprovação de algo do tipo "interessa apenas a quem produz estes tóxicos, em detrimento da saúde da população” é "a própria subversão do papel do Estado”.

Para o ambientalista, o número de encontros extra-oficiais de representantes de multinacionais do agronegócio com o governo deve ser "muito maior do que o declarado”: "As agendas oficiais podem dar um parâmetro, mas certamente há diversas outras agendas informais, jantares, encontros com políticos em suas cidades ou bases eleitorais que dificilmente constariam dos registros, mas que têm por finalidade o mesmo lobby."

Empresas se posicionam

A reportagem procurou as três empresas que lideram o ranking do levantamento e as questionou sobre os motivos que levaram a tal frequência de encontro. Em nota, a Syngenta afirmou que "investe em pesquisa e desenvolvimento” e "busca trazer para o mercado inovações”, visando cumprir as "expectativas da sociedade” em "projetos que busquem a segurança alimentar, produzindo mais alimentos, sem exigir aumento de área plantada”.

"Nesse processo, a empresa sempre teve um diálogo constante com autoridades, governos, órgãos reguladores, meios de comunicação e sociedade”, argumenta empresa. "Ao longo das reuniões das quais participamos, provemos informações sobre temas conectados com a defesa dos interesses de agricultores e da agricultura brasileira”.

Por sua vez, a JBS afirmou que "entende que é importante contribuir para o debate pelo desenvolvimento do setor”. "Como parte desse diálogo, [a empresa] se reúne também com autoridades públicas sempre conforme as legislações em vigor”.

Também em nota, a Bayer argumentou que mantém "diálogos transparentes com autoridades públicas”, "assim como também participa ativamente de debates na sociedade e acompanha de perto o desenvolvimento de políticas públicas.”

Sobre as reuniões ocorridas fora de agenda, a empresa afirmou que "todas as audiências dos profissionais de assuntos públicos da Bayer […] são formalmente solicitadas aos órgãos com quem a empresa mantém interações”. Em outras palavras: se não houve menção na agenda oficial do Mapa, a Bayer não assume qualquer culpa pelo fato.

Você que chegou até aqui e que acredita em uma mídia autônoma e comprometida com a verdade: precisamos da sua contribuição. A informação deve ser livre e acessível para todos, mas produzi-la com qualidade tem um custo, que é bancado essencialmente por nossos assinantes solidários. Escolha a melhor forma de você contribuir com nosso projeto jornalístico, que olha ao mundo a partir da América Latina e do Brasil.

Contra as fake news, o jornalismo de qualidade é a melhor vacina!

Faça uma
assinatura mensal
Faça uma
assinatura anual
Faça uma
contribuição única

Opera Mundi foi criado em 2008. É mais de uma década de cobertura do cenário político internacional, numa perspectiva brasileira e única. Só o apoio dos internautas nos permite sobreviver e expandir o projeto. Obrigado.

Eu apoio Opera Mundi
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!
Opera Mundi

Endereço: Avenida Paulista, nº 1842, TORRE NORTE CONJ 155 – 15º andar São Paulo - SP
CNPJ: 07.041.081.0001-17
Telefone: (11) 4118-6591

  • Contato
  • Política e Economia
  • Diplomacia
  • Análise
  • Opinião
  • Coronavírus
  • Vídeos
  • Expediente
  • Política de privacidade
Siga-nos
  • YouTube
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Google News
  • RSS
Blogs
  • Breno Altman
  • Agora
  • Bidê
  • Blog do Piva
  • Quebrando Muros
Receba nossas publicações
Receba nossas notícias e novidades em primeira mão!

© 2018 ArpaDesign | Todos os direitos reservados