Os advogados norte-americanos do fundador do Wikileaks, Julian Assange, anunciaram na última segunda-feira (15/08) que entraram com uma ação contra a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) e seu ex-diretor Mike Pompeo, acusando-os de espionagem.
Segundo os representantes legais, a agência copiou mensagens particulares de Assange em seus celulares e computador durante a época em que o australiano estava asilado na embaixada do Equador em Londres, violando o direito constitucional à proteção de conversas privadas e pessoais.
A acusação se baseia em denúncias de que os Estados Unidos, por meio de uma empresa de segurança, teriam espionado tanto as comunicações eletrônicas como as visitas que Assange recebia no local.
Ordem de extradição
Assange foi detido pela polícia do Reino Unido em 2019, após passar sete anos na embaixada equatoriana. Desde então, está preso em Belmarsh, próximo à Londres.
Duncan C/Flickr
Acusação se baseia em denúncias de que os Estados Unidos teriam espionado mensagens eletrônicas e visitas que Assange recebia
Em junho deste ano, o judiciário do Reino Unido assinou uma ordem de extradição do fundador do Wikileaks para os Estados Unidos, onde ele é acusado de vazar documentos secretos sobre crimes cometidos por tropas norte-americanas nas guerras do Iraque e do Afeganistão.
A extradição, que pode resultar em até 175 anos de detenção ao australiano, foi assinada pela ministra do Interior britânico, Priti Patel, em 17 de junho.
Após a decisão, o Wikileaks emitiu uma nota afirmando que a decisão da ministra fez com que a data fosse fosse um dia “sombrio para a liberdade de imprensa e para a democracia britânica”.
Mesmo com a decisão de Patel, que veio após o Tribunal dos Magistrados de Westminster autorizar a extradição, Assange não foi enviado imediatamente aos Estados Unidos.
(*) Com Ansa.