Sexta-feira, 18 de julho de 2025
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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou um telegrama nesta quarta-feira (31/08) para a família do último mandatário soviético, Mikhail Gorbachev, que morreu nesta terça-feira (30/08), elogiando o último líder da União Soviética.

“Um político e estadista que teve uma importante influência na história do mundo. Ele precisou enfrentar grandes desafios na política externa, na economia, na esfera social, entendia profundamente que as reformas eram necessárias e buscava propor as próprias soluções a problemas ardentes”, escreveu aos familiares conforme informa a agência de notícias estatal Tass.

Gorbachev morreu por conta de uma doença “grave e prolongada”, aos 91 anos. Ele estava internado no Hospital Clínico Central e seu velório ainda não foi organizado. 

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A agência de notícias Interfax afirmou, com base “em duas fontes” do governo russo, que não será realizado um funeral de Estado. Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que nenhuma decisão ainda foi feita “e que a questão será debatida ainda hoje e será tomada com base nos desejos dos familiares e dos amigos”.

Gorbachev será enterrado no cemitério de Novodevichy, em Moscou, local onde está sepultada Raisa Titarenko, sua esposa, que faleceu em 1999.

Presidente da Rússia prestou homenagem para último mandatário soviético nesta quarta-feira (31/08)

kremlin.ru

Vladimir Putin e Mikhail Gorbachev se encontram em evento, 2003

Repercussão internacional

A morte de Gorbachev continua a repercutir entre as lideranças mundiais, que lembraram de sua atuação na política.

A China se manifestou por meio de um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, e ressaltou que “ele deu uma contribuição positiva à normalização das relações entre a China e a ex-União Soviética”.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, ressaltou que as “reformas históricas” feitas por ele “contribuíram com o fim da Guerra Fria e abriram a possibilidade da parceria entre Otan e Rússia”.

O premiê italiano, Mario Draghi, também se manifestou e afirmou que o político “marcou a história recente da Rússia, da Europa e do mundo”.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que Gorbachev “era um homem de Estado que mudou o curso da história” e afirmou estar “profundamente entristecido” pela morte de “alguém que fez mais do que qualquer outro para levar ao fim, de maneira pacífica, a Guerra Fria”.

Também se manifestou o presidente da França, Emmanuel Macron, que fez uma homenagem, dizendo que o russo se empenhou pela paz na Europa. “O seu empenho pela paz na Europa mudou a nossa história comum”, escreveu nas redes sociais.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, destacou o papel de Gorbachev na reunificação do país. “Graças a política dele, a Alemanha pode se reunificar e a Cortina de Ferro caiu”, pontuou.

A ex-chanceler Angela Merkel, por sua vez, disse que Gorbachev “foi um líder único” no mundo e que “deu o exemplo de como um único homem de Estado pode mudar o mundo para o melhor”.

Boris Johnson, premiê do Reino Unido, afirmou que estava triste com a morte de Gorbachev e que “sempre admirou a coragem e a integridade com que ele levou a Guerra Fria a uma conclusão pacífica”. 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, lembrou que Gorbachev “era um líder raro” com uma “imaginação suficiente para ver que um outro futuro era possível e que teve a coragem de arriscar sua carreira inteira para atingi-lo”, afirmou.

(*) Com Ansa.