O Ministério Público da Colômbia oficializou nesta sexta-feira (18/11) a suspensão das ordens de captura contra 17 pessoas (11 homens e seis mulheres) ligadas ao Exército de Libertação Nacional (ELN).
A decisão tem abrangência nacional e internacional. Ou seja, tanto as autoridades policiais e judiciais colombianas, quando a Polícia Internacional (Interpol), receberão ordem de cumprimento estrito e imediato dessa determinação.
O objetivo da medida é permitir que os envolvidos participem das reuniões em que os representantes da organização guerrilheira e uma delegação do governo colombiano tentarão selar um acordo de paz nos mesmos moldes do que foi alcançado em 2016 com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).
A lista de beneficiados com a medida inclui os seguintes nomes: Nicolás Rodríguez Bautista, Pablo Beltrán, Aureliano Carbonell, Bernardo Téllez, Gustavo Martínez, Consuelo Tapias, Silvana Guerrero, Isabel Torres, Óscar Serrano, Vivian Henao, Ricardo Pérez, Cataleya Jiménez, Eduin Restrepo, Américo Trespalacios, Manuela Márquez, Mauricio Iguarán e Simón Babón.
Todos eles foram indicados como negociadores em nome da ELN.
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Integrantes do ELN, organização que iniciará diálogos de paz com o governo colombiano
As próximas reuniões entre representantes da ELN e do governo colombiano terão início na próxima segunda-feira (21/11), na cidade de Caracas.
Segundo o canal TeleSUR, a delegação que representará o governo colombiano será liderada pelo escritor e cientista político Otty Patiño, que também é um ex-guerrilheiro – formou parte do M-19, mesma organização à qual pertenceu o atual presidente da Colômbia, Gustavo Petro.
O comunicado do Ministério Público colombiano ressalta que “o procurador geral da Colômbia, Francisco Barbosa Delgado, reafirma seu compromisso público de, através de suas atribuições, trabalhar no âmbito institucional a favor dos diálogos de paz”
Por outro lado, o comandante das Forças Armadas, general Luis Mauricio Ospina Gutiérrez, advertiu que sua instituição não recebeu nenhuma ordem de suspensão dos operativos contra a guerrilha ELN, reforçando uma postura de resistência por parte das instituições militares do país a respeito das políticas do atual governo de ampliar os acordos iniciados em 2016, que buscam acabar com os conflitos armados que assolam a Colômbia desde meados do Século XX.