O ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, contestou nesta terça-feira (30/11) a informações contida em telegramas trocados entre o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford Sobel, e Washington, divulgados pelo Wikileaks. Nas mensagens, Sobel afirmou que Jobim disse que o então secretário-geral do MRE (Ministério das Relações Exteriores), Samuel Pinheiro Guimarães, “odeia os EUA e trabalha para criar problemas na relação [entre os dois países]”.
Segundo notal oficial, Jobim, que está em visita oficial à Polônia, ligou para Guimarães, atualmente ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, e afirmou que “realmente em algum momento conversou sobre ele com o embaixador, mas disse que o tratou com respeito e classificou Guimarães como um nacionalista, um homem que ama profundamente o Brasil”.
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Jobim afirmou também que “se o embaixador disse que Samuel não gosta dos EUA, isso é interpretação do embaixador, eu não disse isso. Samuel é meu amigo”.
A nota afirma ainda que as relações entre Brasil e EUA, tanto na diplomacia, quanto na Defesa, “estão cada vez mais aprofundadas. No entanto, eventuais divergências entre as duas nações tornam-se visíveis, à medida em que aumenta o relevo do Brasil no cenário internacional”.
Os telegramas, enviados no dia 25 de janeiro de 2008, , que foram divulgados no Brasil pelo Wikileaks por meio do jornal Folha de S.Paulo, mostram que, para os EUA, Nelson Jobim, é um aliado e descrito como “talvez um dos mais confiáveis líderes no Brasil”. Nas mensagens, consta também que o governo norte-americano considera o MRE “um adversário que adota uma “inclinação antinorte-americana”.
O ministro da Defesa, um dos nomes que já foi confirmado para continuar na pasta no governo da presidente eleita, Dilma Rouseff, foi o primeiro a contestar as informações de documentos vazados pelo Wikileaks.
No último domingo (28/11), a organização divulgou por meio da imprensa mais de 251 mil mensagens secretas enviadas por diplomatas a Washington. Os relatórios tratam de temas polêmicos da política externa mundial e expôs a desconfiança da Casa Branca em relação a líderes de diversos países, como a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad e o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, entre outras personalidades políticas.
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