Quase 900.000 pessoas em El Salvador, país com aproximadamente 6 milhões de habitantes, precisarão de atenção humanitária neste ano devido à insegurança alimentar, de acordo com o anúncio do conjunto de organizações pelo direito de alimentação, Mesa Sob Alimentaria, nesta sexta-feira (24/02).
A plataforma, formada por 22 organizações e redes nacionais, indicou que 867 mil salvadorenhos precisarão de atendimento, uma vez que a cesta básica totalizou US$ 245 (R$1272,28) no setor urbano e US$ 183,30 (R$951,88) no rural, marcando um recorde histórico.
#CrisisAlimentariaElSalvador
2023: La canasta básica alimenticia más cara de la historia de El Salvador
El inicio de año 2023 trae la Canasta Básica más Cara de la Historia: $245 urbana y $185.30 rural— Mesa Sob Alimentaria (@MSobAlimentaria) February 24, 2023
De um modo geral, segundo dados oficiais, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou um “aumento de 7,03% em relação ao ano anterior, enquanto para os itens de alimentação atingiu preocupantes 12,54%, ou seja, 5,51 pontos a mais que o IPC geral”.
Ao mesmo tempo, a organização denuncia que os preços dos pães, ovo, leite, açúcar, frutas, gorduras, carnes, feijões e verduras subiram como nunca antes na história do país.
Twitter/Red Informativa de Arpas
Governo Nayib Bukele destinou 37,2 milhões de dólares a menos para pacotes agrícolas em relação ao ano anterior
Da mesma forma, o Conselho avaliou a crise no setor agrícola, onde o governo do presidente Nayib Bukele destinou 37,2 milhões de dólares a menos para pacotes da área em relação ao ano anterior.
Por sua vez, a população das áreas rurais de El Salvador diminuiu desde a temporada 2017-2018 em 99.818 pessoas, das quais mais da metade deixou o setor, causando também queda na produção dos alimentos.
Diante da situação, a Mesa Sob Alimentaria exige que o governo salvadorenho tome decisões que envolvem o reajuste salarial mínimo nas áreas urbanas e rurais, de forma que sejam “reajustados à realidade salvadorenha”; elaboração de um plano para apoio à agricultura; e a modificação da Constituição do país para que o acesso a alimentos e água seja reconhecido como direito humano, também aprovando a Lei de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.
(*) Com TeleSUR