Hoje na História: 1917 - Rússia firma Tratado de Brest-Litovski com as Potências Centrais
Hoje na História: 1917 - Rússia firma Tratado de Brest-Litovski com as Potências Centrais
Um dia após os bolcheviques assumirem o controle dos quartéis-generais militares russos em Mogilev, um cessar-fogo formal é proclamado em 2 de dezembro de 1917 em toda a zona de batalha entre a Rússia e as Potências Centrais (Império Alemão, Império Austro-Húngaro, Bulgária e Império Otomano).
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Delegação bolchevique em Brest-Litovsk
Imediatamente após tomarem o poder na Rússia, em novembro de 1917, os bolcheviques, liderados por Vladimir Lenin, buscaram contatos com as Potências Centrais para estabelecer um armistício e o fim de uma guerra que eles sabiam ser o maior obstáculo para prover de alimento e terra a população camponesa russa empobrecida e esfaimada.
Leon Trotsky, no exercício das relações exteriores, pressionou o Reino Unido e a França para abrir negociações de paz, ameaçando estabelecer paz em separado caso suas demandas não fossem aceitas. Não tendo recebido resposta dos Aliados, os bolcheviques seguiram adiante com seus planos, definindo um apelo de paz que foi bem recebido tanto pela Alemanha quanto pelo Império Austro-húngaro.
Como resultado das subsequentes negociações de Brest-Litovsk, concluídas em março de 1918, após três meses de intensos debates e até de renovados combates militares em algumas áreas, a Rússia perdeu quase dois milhões de quilômetros quadrados de seu território, um terço de sua população, a maior parte de seu carvão, petróleo e jazidas de ferro e muito de sua indústria.
Lenin insistiu que o Congresso dos Sovietes aceitasse a “paz vergonhosa” como ele mesmo a chamou, “a fim de salvar a revolução mundial” e sua “única base de sustentação – a república soviética.”
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Guerra impopular
A retirada da Rússia da guerra foi um dos principais objetivos da Revolução de Outubro de 1917 e uma das prioridades do recém-criado governo bolchevique. A guerra tornara-se impopular entre o povo russo, devido às imensas perdas humanas (cerca de quatro milhões de mortos).
Entretanto, os termos do Tratado de Brest-Litovsk eram humilhantes. Por meio do acordo, a Rússia abria mão do controle sobre a Finlândia, Países Bálticos (Estônia, Lituânia e Letônia), Polônia, Bielorrúsia e Ucrânia, assim como das regiões turcas de Ardaham e Kars e do distrito georgiano de Batumi, antes sob seu domínio. Estes territórios continham um terço da população da Rússia, metade de sua indústria e nove décimos de suas minas de carvão.
A maior parte desses territórios se tornariam, na prática, pertencentes ao Império Alemão, sob a tutela de reis e duques. Contudo, a derrota da Alemanha na guerra, concluída com o armistício com os países Aliados em Compiègne em 11 de novembro de 1918, permitiu que Finândia, Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia se tornassem Estados soberanos.
Os monarcas indicados tiveram que renunciar aos seus tronos. Por outro lado, a Bielorrússia e a Ucrânia envolveram-se na Guerra Civil russa e terminaram por ser novamente anexadas ao território russo, então sob o nome de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
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02/12/1804 - Napoleão Bonaparte é coroado primeiro imperador da França
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Moscou acusa Ucrânia de atacar cidade russa com mísseis
Pelo menos três pessoas morreram após explosões em Belgorod, diz autoridade local; russos reivindicam tomada de Lysychansk
A Rússia acusou neste domingo (07/03) a Ucrânia de disparar três mísseis contra a cidade de Belgorod, perto da fronteira ucraniana, em ataques nos quais pelo menos três pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas.
"As defesas antiaéreas russas derrubaram três mísseis de fragmentação Tochka-U lançados por nacionalistas ucranianos contra Belgorod", disse o porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, acrescentando que "após a destruição dos mísseis ucranianos, os destroços de um deles caíram sobre uma casa".
Antes, o governador da região, Viacheslav Gladkov, havia informado na rede Telegram que explosões foram registradas na cidade nas primeiras horas deste domingo, danificando 11 prédios residenciais e 39 casas.
"As causas do incidente estão sendo investigadas, as defesas antiaéreas foram ativadas", acrescentou, sem dar mais detalhes.
Gladkov disse que foi rapidamente para as cinco ruas afetadas pelas explosões no norte da cidade, não muito longe do centro.
Um homem e uma criança foram hospitalizados, outros dois feridos foram atendidos no local, segundo autoridades locais.
Desde o início da ofensiva da Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro, o governo russo acusou repetidamente as forças ucranianas de realizar ataques em solo russo, especialmente na região de Belgorod.
Em Belgorod vivem cerca de 400 mil pessoas. A cidade fica cerca de 40 quilômetros ao norte da fronteira com a Ucrânia e é o centro administrativo da região de mesmo nome.
No início de abril, o governador Gladkov acusou a Ucrânia de atacar um depósito de combustível em Belgorod com dois helicópteros.
Belarus também acusa ataques ucranianos
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse que seu exército derrubou mísseis disparados em seu território a partir da Ucrânia e promete responder "instantaneamente" a qualquer ataque inimigo.
"Estamos sendo provocados", disse Lukashenko à agência de notícias estatal Belta. "Devo dizer que cerca de três dias atrás, talvez mais, eles tentaram atacar alvos militares em Belarus a partir da Ucrânia.

Yevgeny Silantyev/TASS/dpa/picture alliance
Segundo autoridade regional, 11 prédios e 39 casas foram danificadas em Belgorod
A Ucrânia disse na semana passada que mísseis disparados de Belarus atingiram uma região de fronteira dentro de seu território.
Russos reivindicam tomada de Lysychansk
O governo da Rússia afirmou que suas forças assumiram neste domingo o controle da última grande cidade controlada pela Ucrânia na província de Lugansk, aproximando Moscou de seu objetivo declarado de tomar toda a região ucraniana de Donbass.
O ministro russo da Defesa, Serguei Shoigu, disse ao presidente russo, Vladimir Putin, que tropas russas junto com membros de uma milícia separatista local "estabeleceram o controle total sobre a cidade de Lysychansk", segundo agências russas de notícias.
Combatentes ucranianos passaram semanas tentando defender Lysychansk e impedir que seja tomada pela Rússia, como ocorreu com a vizinha Sievierodonetsk há uma semana.
Um conselheiro do presidente ucraniano previu na noite de sábado que a cidade pode ser ocupada pelos invasores dentro de dias.
As autoridades ucranianas não forneceram imediatamente uma atualização sobre a situação da cidade.
Há uma semana, o governador de Lugansk disse que as forças russas estavam fortalecendo suas posições em uma batalha severa para capturar o último reduto de resistência na província. "Os ocupantes lançaram todas as suas forças em Lysychansk. Eles atacaram a cidade com táticas incompreensivelmente cruéis'', afirmou Serguei Haidai disse no aplicativo de mensagens Telegram.
Um rio separa Lysychansk de Sievierodonetsk. Oleksiy Arestovych, um conselheiro do presidente ucraniano, disse durante uma entrevista online na noite de sábado que as forças russas conseguiram pela primeira vez atravessar o rio pelo norte, criando uma situação "ameaçadora".
Arestovych disse que os invasores não chegaram ao centro da cidade, mas que o curso dos combates indicava que a batalha por Lysychansk seria decidida até segunda-feira.
As forças russas intensificaram no sábado seus ataques à cidade ucraniana de Lysychansk, alegando ter cercado “completamente” o último reduto ucraniano na região de Lugansk. A Ucrânia negou o cerco.
Se Lysychansk cair, toda a região de Lugansk – que junto com Donetsk compõe a região leste do Donbass – poderá ficar sob controle russo, marcando outro avanço estratégico para o presidente russo, Vladimir Putin.