O Governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN) anunciaram nesta quarta-feira (17/05) a retomada das negociações de paz após a pausa solicitada pelo grupo guerrilheiro na última segunda-feira (15/05) devido a declarações do presidente colombiano, Gustavo Petro.
Na ocasião, o ELN declarou as conversações de paz com o governo da Colômbia em “pausa”, após a “crise” que, em sua opinião, as palavras de Petro geraram.
O grupo referia-se à declaração do presidente durante um encontro com altos dirigentes das Forças Armadas, ao qual questionou a liderança dos comandantes do ELN e considerou que o principal objetivo da guerrilha no momento são as “economias ilícitas”.
Em resposta, o negociador-chefe do ELN, Israel Ramírez, conhecido como Pablo Beltrán, exigiu que o governo colombiano esclarecesse a situação.
Flickr/La Moncloa – Gobierno de España
Esta é a terceira vez que a mesa de diálogo entre governo de Gustavo Petro e ELN entra em crise
Por meio de um comunicado conjunto, ambas as partes afirmaram que tomaram a decisão “após uma primeira troca de esclarecimentos” e depois de reafirmar “a natureza política” da mesa de diálogo e do ELN “como uma organização armada rebelde”.
Superado incidente en la mesa de diálogos Gobierno – ELN: pic.twitter.com/IvrzFFP4ZR
— Iván Cepeda Castro (@IvanCepedaCast) May 17, 2023
As delegações negociadoras reiteraram seu “compromisso com a obtenção de acordos bilaterais e nacionais de cessar-fogo, participação da sociedade na consolidação da paz e ações e dinâmicas humanitárias neste ciclo”.
Datado em Havana, onde decorre o terceiro ciclo de conversações, o documento também ratifica a “decisão de assinatura” das duas partes de “permanecer à mesa até que se chegue a um acordo de paz com as transformações de que o país necessita”.
Esta é a terceira vez que a mesa de diálogo entra em crise. A primeira logo depois que o governo anunciou em 31 de dezembro um cessar-fogo bilateral que não havia sido acordado, e a segunda devido a um ataque em que dez soldados colombianos foram mortos pelo grupo guerrilheiro, no departamento de Santander.
(*) Com TeleSUR