No começo da noite de 17 de dezembro de 1996, a Embaixada do Japão em Lima, Peru, é tomada de assalto por um comando do MRTA (Movimento Revolucionário Tupac Amaru). Os guerrilheiros pediam a libertação de 500 companheiros presos. As 610 pessoas que se encontravam na embaixada para uma recepção oficial pelo aniversário do imperador japonês Akihito foram feitas reféns.
Após 126 dias, policiais e militares invadiram a casa do embaixador japonês e libertaram os 72 reféns que restavam. Na ação, morreram todos os 14 guerrilheiros, um refém, Carlos Giusti Acuña, juiz da Suprema Corte peruana e dois militares. Cinco reféns ficaram feridos. A investida, com mais de 80 agentes, começou às 15h30 e durou cerca de 40 minutos. De colete à prova de balas, o presidente Alberto Fujimori acompanhou tudo no local. Disse que os reféns foram soltos “sãos e salvos”.
Um líder guerrilheiro, não-identificado, disse que os quatro sequestradores mais jovens ainda tentaram se render, mas mesmo assim foram mortos pelos militares. Por sua vez, Fujimori confirmou os números de vítimas e disse que “não havia outro meio” para solucionar a crise.
A maior parte dos militares invadiu o local através de um túnel. Eles aproveitaram o momento da partida diária de futebol dos guerrilheiros para conquistar o prédio. O líder dos guerrilheiros, Néstor Cerpa Cartolini, era o segundo da organização, atrás de Víctor Polay Campos, o fundador do grupo.
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Entre os reféns libertados estavam dois ministros peruanos, os embaixadores do Japão e da Bolívia, outros 23 cidadãos japoneses e vários peruanos, entre eles Pedro, irmão do presidente Fujimori. O embaixador boliviano, Jorge Gumucio, disse que os reféns tinham sido avisados de antemão que haveria a intervenção militar.
Num hospital militar, uma testemunha disse que o governo não teve alternativa: “Estamos aqui para aplaudir os reféns e a polícia pela sua bravura”, afirmou Edith González. Já Nancy Domínguez, 53, irmã de um refém, disse não saber “se o ataque era necessário”.
Durante e depois da operação, várias explosões de origem desconhecida ocorreram dentro da casa do embaixador japonês. Elas poderiam ser causadas por granadas lançadas pelos militares ou pela detonação de minas e armadilhas explosivas espalhadas no prédio pelos guerrilheiros, que ameaçavam explodir a residência e matar todos os reféns no caso de uma tentativa de resgate.
O sequestro em Lima foi a segunda tomada de reféns em embaixada mais longa, atrás apenas da ocupação da embaixada dos EUA em Teerã, Irã, que durou 444 dias.
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