Soldados israelenses continuaram lutando contra combatentes do Hamas nas ruas do Sul de Israel neste domingo (08/10) e lançando ataques de retaliação que destruíram edifícios em Gaza, enquanto no norte de Israel uma breve troca de ataques com o grupo militante libanês Hezbollah gerou temores de um conflito mais amplo.
Os combates ainda duravam mais de 24 horas após Israel sofrer um ataque surpresa sem precedentes vindo de Gaza, no qual combatentes do Hamas, apoiados por uma barragem de milhares de foguetes, romperam as cercas de segurança e invadiram comunidades próximas.
Os integrantes do Hamas raptaram pessoas em Israel, levando-as ao enclave costeiro de Gaza, incluindo mulheres, crianças e idosos, por quem provavelmente tentarão negociar milhares de prisioneiros palestinos detidos por Israel.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o país está em guerra e que cobrará um alto preço de seus inimigos.
Os líderes do Hamas disseram estar preparados para uma nova escalada.
Mortos passam de 660
A mídia de Israel, citando autoridades dos serviços de resgate, disseram que pelo menos 350 pessoas foram mortas no país, incluindo 26 soldados, e 1.864 ficaram feridas.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou neste sábado que identificou um brasileiro ferido e dois desaparecidos após ataque do Hamas a Israel. Não há registros de brasileiros mortos até o momento.
Aos números, se somam dezenas de pessoas capturadas em Israel e levadas ao território de Gaza, dos quais não há informação de quantos morreram.
Um oficial militar israelense disse que centenas de militantes do Hamas foram mortos e dezenas, capturados.
Israel Defense Forces
Ataques do Exército de Israel à Faixa de Gaza já produziram a morte de mais de 660 pessoas
O noticiário da TV israelense transmitiu uma série de relatos de parentes de israelenses cativos ou desaparecidos, que lamentavam e imploravam por ajuda em meio a uma névoa de incerteza em torno do destino de seus entes queridos.
Em Gaza, moradores fugiram de casas perto da fronteira para escapar dos bombardeios de Israel, fugindo para dentro do território após alertas em árabe emitidos pelos militares israelenses.
Retirada de moradores
O Exército de Israel disse neste domingo que pretende retirar todos os israelenses que vivem perto da Faixa de Gaza dentro de 24 horas. “Nossa missão nas próximas 24 horas é retirar todos os residentes que vivem ao redor de Gaza”, disse o porta-voz militar Daniel Hagari aos repórteres, acrescentando que os combates continuam para “resgatar reféns” mantidos por militantes em Israel.
No sábado, o exército disse que havia dois locais num raio de 20 quilômetros da fronteira de Gaza onde estavam detidos reféns. A mídia israelense informou que reféns foram libertados em Beeri e Ofakim, mas o Exército se recusou a fornecer detalhes.
Até agora, os militares israelenses atingiram 500 alvos do Hamas, incluindo a “infraestrutura militar do grupo, casas de comandantes e símbolos do regime do Hamas”, disse Hagari. Ele disse que as forças israelenses assumiram o controle de pontos de onde militantes invadiram Israel vindos da Faixa de Gaza. “As forças mataram centenas de terroristas no terreno”, disse ele, acrescentando que dezenas foram feitos prisioneiros.
Ameaça do Hezbollah no Norte
Os conflitos anteriores entre Israel e os governantes do Hamas em Gaza trouxeram destruição generalizada em Gaza e dias de lançamento de foguetes contra cidades de Israel.
A situação é potencialmente mais volátil agora, com a governo de extrema direita atingido pela violação de segurança sem precedentes e palestinos desesperados com uma ocupação sem fim na Cisjordânia e o bloqueio sufocante de Gaza.
Ataques na fronteira norte de Israel também ameaçam atrair a batalha contra o Hezbollah, um feroz inimigo de Israel que é apoiado pelo Irã e estima-se que tenha dezenas de milhares de foguetes à sua disposição. O Hezbollah disparou dezenas de foguetes e projéteis no domingo contra três posições israelenses numa área disputada ao longo da fronteira e os militares de Israel responderam usando drones armados.