A Justiça cubana condenou nesta terça-feira (21/12) a 30 anos de prisão o salvadorenho Francisco Antonio Chavez Abarca por uma série de atentados terroristas realizada em centros turísticos de Havana e de Varadero desde a década de 1990. Segundo o jornal oficial Granma, ele poderá recorrer da sentença.
A promotoria concluiu que Chávez Abarca, de 38 anos, é culpado por instalar bombas em hotéis cubanos e por recrutar, treinar e financiar cidadãos guatemaltecos e salvadorenhos para armar explosivos em Cuba. Ele está preso desde 1º de julho de 2010, quando foi capturado no aeroporto de Caracas, Venezuela. O salvadorenho era procurado pela Interpol e tentava entrar no país portando documentos falsos. No dia 7 do mesmo mês, foi extraditado para Cuba.
Recentemente, o salvadorenho confessou que pretendia promover atentados na Venezuela durante as eleições legislativas, em setembro deste ano. Ele também se responsabilizou pela onda de atentados terroristas em Cuba em 1997 e disse que cumpria ordens do agente anticastrista Luis Posada Carriles, residente nos Estados Unidos.
Ex-agente da CIA (agência de inteligência norte-americana) e um dos mais antigos e conhecidos oposicionistas do regime cubano, Posada Carriles é procurado pela Justiça de Cuba pela formação de uma rede de terroristas para atacar instalações turísticas da ilha e de participar de um atentado contra um avião cubano que matou 73 pessoas em 1976.
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Envolvidos
No processo de Chavez Abarca, testemunharam contra o salvadorenho Raúl Ernesto Cruz León e o guatemalteco Nader Kamal Musallam Barakat, ambos condenados por terrorismo contra Cuba. Ambos revelaram que cumpriam ordens de Chavez Abarca, reconheceram objetos que foram entregues pelo réu e que seriam usados nas explosões.
Ernesto Cruz León, de 39 anos, treinado por Chavez Abarca e Posada Carriles, cumpre pena de 30 anos de prisão por terrorismo e assassinato. Uma das explosões das quais participou, em 4 de setembro de 1997, no Hotel Copacabana, em Havana, matou o turista italiano Fabio Di Celmo.
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A partir da década de 1990, quando Cuba enfrentava uma crise econômica por conta do fim da União Soviética, em 1991, e pelo bloqueio econômico internacional imposto pelos Estados Unidos, o governo passou a explorar o potencial turístico da ilha para transformar o setor em um dos pilares de sua economia. Para oposicionistas do regime, realizar atentados terroristas com repercussão na imprensa internacional poderia provocar pânico nos turistas, sendo, portanto, um modo de prejudicar o regime.
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