O governo dos Estados Unidos liberou nesta quarta-feira (20/12) o empresário colombiano Alex Saab, aliado de Caracas e funcionário diplomático venezuelano, que estava detido no país desde 2020 após condenação por lavagem de dinheiro. A informação é da agência de notícias Associated Press.
Saab foi libertado em troca de dez cidadãos norte-americanos presos na Venezuela, sendo dois deles os ex-militares Luke Denman e Airan Berry, detidos por envolvimento em tentativas de derrubar o governo da Venezuela em 2020, durante a operação Gideon, e libertados na última terça-feira (19/12).
A AP também informou que entre os presos estão também Eyvin Hernández, Jerrel Kenemore e Joseph Cristella, acusados de entrar ilegalmente no país vindos da Colômbia. A agência também incluiu o empresário californiano Savoi Wright.
Apesar do acordo, a AP informou que a Casa Branca, sob a administração do presidente Joe Biden, não quis comentar o assunto. No entanto, segundo apuração da agência, as negociações aconteceram na semana passada, quando “dois registros foram arquivados sob sigilo no caso criminal no Tribunal Federal de Miami”.
'Ato irregular' e 'sequestro'
Os Estados Unidos acusam Saab de lavagem de dinheiro em uma operação realizada pelo empresário do ramo alimentício na Venezuela. Há acusações contra ele também na Colômbia. Além disso, o empresário foi alvo de sanções por parte do governo norte-americano em 2019 e teve alguns bens congelados.
Arquivo
Empresário colombiano Alex Saab, aliado de Caracas e funcionário diplomático venezuelano
Em junho de 2020, Saab foi detido quando viajava para o Irã, com o intuito de negociar ouro em troca de combustível para a Venezuela. Numa escala para abastecer a aeronave na ilha de Cabo Verde, o empresário foi detido acusado de lavagem de dinheiro e corrupção pelos EUA.
À época da prisão, em 12 de junho de 2020, o governo venezuelano classificou o ato como ilegal, já que Saab viajava como “agente do governo da Venezuela e possuía imunidade diplomática”.
Já o presidente do Parlamento da Venezuela, Jorge Rodríguez, classificou que Saab estava apenas “cumprindo funções” para que conseguisse obter medicamentos e alimentos aos venezuelanos em meio ao “bloqueio mais feroz que a história do nosso país conheceu” quando foi detido.
Mesmo detido, o governo venezuelano incluiu Saab na mesa de diálogo com a oposição em 2021, mesmo ano em que o empresário deixou a prisão no país africano e foi extraditado aos Estados Unidos.
Neste contexto, a Associated Press considera que “a troca [de prisioneiros] provavelmente desagradará a oposição venezuelana”.
(*) Com Brasil de Fato