Diplomatas norte-americanos na Bolívia afirmaram que o plano para matar o presidente Evo Morales, denunciado pelo governo em 2009, foi, na verdade, arquitetado pelo serviço boliviano de inteligência para incriminar a oposição, revelaram documentos secretos revelados pelo Wikileaks ao jornal espanhol El País na edição desta quinta-feira (30/12).
Nas mensagens enviadas a Washington em maio de 2009, os diplomatas norte-americanos relataram o episódio ocorrido em16 de abril do ano passado, quando um comando de elite da polícia boliviana entrou em um hotel em Santa Cruz de La Sierra. Três homens, dois húngaros e um irlandês, morreram, e duas pessoas, um croata e um húngaro, foram presos. Alguns deles tinham também nacionalidade boliviana. Após a operação, Morales afirmou que os cinco estrangeiros haviam sido contratados pela oposição para assassiná-lo.
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Os diplomatas, no entanto, afirmaram ter ouvido de uma “fonte confiável” que os cinco haviam sido contratados pela inteligência boliviana para montar um falso plano terrorista e, assim, justificar a perseguição contra líderes de Santa Cruz, reduto da oposição e o departamentos mais rico do país.
Em um documento de 23 de abril de 2009, consta que o vice-presidente, Álvaro García Linera, disse aos funcionários da Embaixada que os cinco estrangeiros atacaram a policia com armas de fogo e explosivos no hotel.
Segundo o El Pais, a Embaixada dos EUA em La Paz informou que não tem como comprovar o que foi escrito nos despachos, mas alega que as informações foram transmitidas por uma “pessoa bem situada”.
Em abril de 2009. quando Morales denunciou a tentativa de assassina-lo, a politica boliviana estava em um momento de fortes desentendimentos entre governo e oposicionistas. A oposição era contra a aprovação nova lei eleitoral, que reserva uma cota de cadeiras a setores indígenas e garante o voto dos bolivianos no exterior, entre outras medidas que aumentam a participação popular no país.
Meses antes, o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, também afirmou que havia uma conspiração para matar o colega boliviano, com ajuda dos EUA.
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