A Polícia Nacional da Espanha, em colaboração com Estados Unidos, Reino Unido e Belarus, deteve 49 pessoas em uma operação na qual desmantelou uma rede internacional de mais de 200 sites que ofereciam fotos e vídeos de pornografia infantil “por encomenda” e exclusividade para assinantes.
A Polícia informou neste domingo (16/01) que também acusou outras 15 pessoas que tinham assinado essas páginas. O material – “inédito” e “de qualidade”, como relatava a publicidade desses sites – vendia as imagens por 75 euros por 168 por mês.
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“Como pagavam uma quantia mensal, não queriam fotos ou vídeos que estivessem muito vistos ou com crianças que circulassem na internet. Exigiam material novo, com crianças abusadas recentemente. Por essa razão, pensamos que havia encomendas de material”, explicou à agência Efe Enrique Rodríguez, inspetor chefe da Brigada de Investigação Tecnológica (BIT) da Polícia espanhola.
Na seção de assinantes desses sites, aos quais só se podia ter acesso com senha, a rede oferecia imagens de meninos e meninas, na maioria das ocasiões menores de 13 anos, enquanto sofriam abusos sexuais ou posavam sem roupa em companhia de outras crianças.
Calcula-se que a cúpula da organização – baseada em Belarus mas que contava com braços em outros países europeus e nos Estados Unidos – conseguiu lucrar cerca de 2 milhões de dólares sem assinaturas.
A Polícia busca agora identificar as crianças que foram vítimas desta rede internacional, mas a tarefa é muito complicada, pois as fotos e vídeos, chocantes, indicam poucas pistas sobre a possível origem das vítimas ou identidade dos agressores.
Na Espanha, foram identificados 74 usuários que pagavam para ter acesso a estes sites, alguns deles pedófilos reincidentes e que estavam à espera de julgamento por operações anteriores contra pornografia infantil.
Durante a operação, os policiais espanhóis realizaram 62 buscas em domicílios, nas quais apreendeu materiais de informática contendo milhares de arquivos com pornografia infantil.
A investigação, iniciada em 2008 e coordenada pela Interpol, contou com a participação de agentes da Polícia espanhola, de Belarus, da Polícia Metropolitana de Londres e unidades do FBI (Polícia federal norte-americana) especializadas em crime eletrônico e na proteção da infância.
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