O FMI (Fundo Monetário Internacional) pediu nesta terça-feira (25/01) ações “amplas e rápidas” para superar os problemas financeiros e de dívida soberana na zona do euro, um dos requisitos “mais urgentes” para uma recuperação global robusta.
O Fundo, que divulgou hoje a atualização de seu relatório semestral “Perspectivas Econômicas Mundiais”, assim como seu relatório revisado sobre “Estabilidade Financeira Global”, assinalou as tensões na Europa como um dos grandes riscos para a saúde econômica do planeta.
Diante dessa situação, recomendou atuar com mão firme. O organismo reconheceu os passos importantes dados em nível nacional e da zona do euro em seu conjunto desde maio, incluindo medidas para reforçar os orçamentos fiscais e introduzir reformas estruturais.
A isso se somam as medidas de liquidez “extraordinárias” e o estabelecimento temporário do fundo de estabilidade dos países da zona do euro, que será substituído pelo permanente Mecanismo de Estabilidade Europeia em 2013.
Leia mais:
Com política interna instável e risco de moratória, Bélgica se torna novo foco da crise na Europa
Candidato à Presidência de Portugal refuta possível ajuda do FMI
Crise financeira reduziu à metade o crescimento de salários no mundo até 2009, diz OIT
Estudo mostra sinais de recuperação das taxas de desemprego na União Europeia
Mesmo assim, o fundo considerou que é preciso ir adiante. Lembrou que os mercados seguem “preocupados” pelas “potenciais perdas” nos bancos da região e insistiu em que as provas de solvência realizadas até o momento não conseguiram afastar esses temores. O FMI entende que adotar novos testes de solvência, “mais realistas, amplos e rigorosos”, aumentaria a transparência, e assinalou que os testes devem ser acompanhados de uma rápida recapitalização.
Segundo o FMI, os mercados precisam ter a certeza que há recursos suficientes das instituições europeias para enfrentar os riscos e uma política que seja “consistente”. Daí que o fundo de estabilidade dos países da zona do euro (EFSF) e seu substituto, o ESM, “devam de ter a capacidade para arrecadar fundos suficientes e entregá-los de forma flexível segundo as necessidades”, ressalta o relatório.
“Enquanto isso, o BCE vai precisar continuar oferecendo liquidez e manter seu protagonismo nas compras de ativos para preservar a estabilidade financeira”, acrescentou o Fundo em seu relatório atualizado “Perspectivas Econômicas Mundiais”.
Risco de contágio
Apesar do alerta da possibilidade que as tensões nos países periféricos da zona do euro se contagiem ao coração da Europa, o FMI diz acreditar que esse risco não vai se materializar.
Na sua opinião, as políticas em andamento conseguirão que as turbulências financeiras e seus efeitos reais fiquem contidos na periferia da zona do euro e que esses problemas sejam um lastro “modesto” para a recuperação global.
O FMI prevê que o PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro suba 1,5% neste ano, sem mudanças frente à previsão de outubro. O organismo rebaixou em um décimo sua previsão para 2012, até 1,7%.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL